O Gráfico Amador
Responsável pela guarda, preservação e difusão dos acervos da Fundação Joaquim Nabuco, a Diretoria de Documentação, tendo em vista justamente a divulgação e o compartilhamento do seu patrimônio histórico, artístico e cultural, expõe periodicamente, neste espaço virtual, o que há de melhor no acervo reunido em mais de seis décadas pela Instituição.
Nosso presente destaque é para a coleção de livros — integrantes da Seção de Obras Raras da Biblioteca Central Blanche Knopf — produzidos pelo O Gráfico Amador, legendária oficina de artes gráficas pernambucana que iniciou suas atividades em 1954 e as encerrou há exatos cinquenta anos.
Perfil de O Gráfico Amador
Criado em maio de 1954 por Aloísio Magalhães, Gastão de Holanda, José Laurênio de Melo e Orlando da Costa Ferreira, O Gráfico Amador — oficina experimental de artes gráficas formada por escritores e artistas plásticos — se propunha a publicar breves textos literários, sobretudo poesia. Suas tiragens eram intencionalmente artesanais e muitas edições foram numeradas e assinadas pelos próprios autores. Uma antiga prensa manual era o coração de O Gráfico Amador.
A oficina, que marcou época pela originalidade e qualidade das produções, teve entre seus autores publicados nomes como Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Mauro Mota, Hermilo Borba Filho e Ariano Suassuna. Dentre os ilustradores, destacam-se Adão Pinheiro, Reynaldo Fonseca, Aloísio Magalhães e Orlando da Costa Ferreira.
O Gráfico Amador funcionou na Rua Amélia no bairro recifense do Espinheiro. Para sobreviver financeiramente, contava com a colaboração de dezenas de sócios. No auge de suas atividades chegou a contar com 57 colaboradores.
Hoje, os primorosos livros e opúsculos que lançou são um capítulo especial tanto da literatura brasileira e pernambucana quanto das artes gráficas nacionais.
Fundaj, abril de 2011.
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