Professores ainda não estão preparados para tratar diversidade de gênero, dizem especialistas
Da Agência Brasil
Apesar de avanços sensíveis na formação dos profissionais de educação, os professores, em geral, não estão preparados para orientar os alunos quanto à sexualidade e, principalmente, à diversidade de gênero. Isso é consequência de uma defasagem entre a capacitação dos professores e a realidade vivida por crianças e adolescentes em sala de aula.
A avaliação foi feita por especialistas na manhã de hoje (11), em Brasília, durante a mesa Educação Integração em Sexualidade dos Jovens, da Oficina de Trabalho Compromissos do Governo Brasileiro com a Plataforma da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento: Rumos para Cairo + 20, promovida pela Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM), da Presidência da República.
Para a pesquisadora do Centro Latino Americano de Sexualidade e Direitos Humanos (Clam), vinculado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Cristiane Cabral, é necessária uma mudança na perspectiva do tratamento dado em sala de aula, de temas como aborto, planejamento reprodutivo e contracepção. “Estereótipos de gênero, classe, étnico-racial e diversidade sexual existentes na sociedade brasileira ainda são pouco questionados”, acredita
Essa mudança, segundo defendeu a coordenadora-geral de Direitos Humanos, da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação, Rosiléa Roldi Wille, depende fundamentalmente da abordagem utilizada em sala de aula.
Segundo ela, é urgente a reformulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento desse tipo de trabalho. Isso será possível, acredita a coordenadora, com a colaboração dos professores, na condição de agentes em contato direto com crianças e adolescentes, e a partir do aperfeiçoamento dos profissionais de educação “já na formação superior”.
O evento se encerra nesta tarde, com a conclusão dos seminários e os encaminhamentos de análises das políticas adotadas pelo governo para o cumprimento das metas estabelecidas pela chamada Plataforma do Cairo, documento que estabelece objetivos a serem cumpridos pelos países até 2014, visando a promover a equidade de gênero. Também devem ser apresentadas sugestões e conclusões para o aprimoramento das ações executadas pela SPM e outros ministérios.
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