Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Apresentação
Início do conteúdo da página

Exposição "40 Anos, 40 Peças"

Publicado: Quinta, 11 de Julho de 2019, 15h55 | Última atualização em Quarta, 17 de Julho de 2019, 11h49 | Acessos: 5198



Parabéns ao museu para o qual a obra de arte não é superior ao prego que a mantém suspensa na parede. Parabéns ao museu para o qual todo objeto é um prodígio! 

A partir da trajetória de quarenta objetos do acervo, a intervenção na atual exposição Nordestes: Territórios Plurais e Direitos Coletivos, abordará a história do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), para comemorar a marca dos quarenta anos de atividades.

A veste ritual de Oxalá, o Praiá dançarino dos Pankararés, a farda que testemunhou a tragédia de Canudos, a frágil escultura de açúcar, ou a robusta medalha holandesa, além de exemplares da cultura material do povo ou do seguimento social de onde provêm, e de serem indícios a nos ajudar a compreender o passado histórico, quando se tornam objetos de museu passam a carregar também a memória institucional.  

Ao ato social que atribui valor de "objeto de museu" aos objetos que estão pelo mundo, denomina-se musealização. Neste processo, os objetos são retirados de seus usos habituais e realocados, nos sentidos físico e simbólico, passando a fazer parte das performances museais. Ao longo de sua "vida” nas coleções, estão sujeitos à múltiplas interpretações dos profissionais em atuação nos museus, e quando postos em exposição novos significados e valores advém dos olhares de quem os vê. 

Uma parcela significativa do acervo sob a guarda do Muhne procede de coleções de museus anteriores. Portanto, os objetos somam ao valor intrínseco aos contextos sociais de origem, sua “vida pregressa”, o fato de terem sido coletados e permanecido sob a guarda das instituições ascendentes Museu de Antropologia (1961-1979), Museu de Arte Popular (1955-1979) e Museu do Açúcar (1963-1979). Ao herdar essas coleções, o Muhne nasce com as marcas da história da cultura do açúcar, do colecionismo de Arte Popular e do pendor à perspectiva antropológica. 

A documentação museológica referente ao momento de inserção da peça nos museus, tais como livros de tombo, fichas catalográficas e processos de aquisição, são a principal fonte de informação significativa para se entender a formação das coleções. Foi nesta documentação que a equipe do Muhne se debruçou para abordar a memória da instituição num projeto coletivo que resultará também em uma publicação.

Assinalados ao longo do percurso, alguns dos objetos em destaque foram dispostos de modo a desorganizar a narrativa, a subverter a ordenação proposta nas salas e vitrines. Esperamos que o público explore as possibilidades de novas significações advindas dessas aproximações inusitadas.

A diversidade tipológica desses objetos nos remete aos diferentes nordestes reais, vividos, nordestes múltiplos espalhados entre o sul da Bahia e o norte do Maranhão, território inaugural da nossa nacionalidade onde vivem 57 milhões de pessoas, e cujas cultura e história são absolutamente essenciais à compreensão do que somos como país. 

Conscientes do caráter de construção sócio-histórica dos discursos sobre identidade e região, e do papel de um museu público em contribuir com o acesso das populações ao direito à memória, a percepção dessas diferenças nos compele ao compromisso de, por meio das nossas ações, ser mais inclusivos e equânimes na representação dos diversos modos de ser e criar de populações do Nordeste.

Feliz Aniversário ao Museu do Homem do Nordeste!

Fim do conteúdo da página

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o fundaj.gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de privacidade. Se você concorda, clique em ACEITO.