Fundaj inaugura oficialmente o estande na Fenearte
Na cerimônia, presidente e apontou missão da instituição como difusora de cultura e arte
A abertura oficial do estande da Fundação Joaquim Nabuco na 20ª Fenearte foi realizada em solenidade com ilustres convidados no último sábado (6). O presidente Antônio Campos falou sobre o papel da Fundaj na difusão da cultura e na valorização da arte. A cerimônia contou também com a presença de mestres de artesanato nordestinos, cônsules, políticos, do colecionador de filmes Lula Cardoso Ayres e do arquiteto da Fenearte Carlos Augusto Lira.
Oficialmente aberto, o estande é atração para quem se interessa por cultura, memória e educação. Recebendo o público, a la ursa, o caboclo de lança, o caboclo de pena e outros personagens do Nordeste brasileiro deram as mãos para formar uma ciranda de manequins vestindo roupas do acervo do Muhne. Melissa Cardoso tem 10 anos e já consegue reconhecer as origens de alguns dos componentes da ciranda. Ela escolheu tirar foto com o caboclo de pena por que disse que parecia uma indumentária indígena. E não estava errada, tanto que identifica os elementos do personagem com sua aparência: “Minha mãe dizia que quando eu era pequena, minha pele era mais escura, meu cabelo era liso e eu parecia uma índia. Tinha até franja.”

O Museu também foi responsável pelas oficinas de instrumentos musicais. Eduardo Augusto de Castro, 13 anos, nasceu com paralisia cerebral e espectro autista. Ele não fala, mas isso não impede que cante do seu próprio jeito. Filho de coralistas, Eduardo nasceu e cresceu em contato com a música, o que mais tarde seus pais descobriram que era um ótimo jeito de acalmar o filho “A música é essencial. Quando soube que ia ter oficina de artes e de música, sabia que ele escolheria música. É muito importante para ele se expressar, tanto com emitindo sons quanto corporalmente”, explicou sua mãe.
Em outra área do estande, há uma exposição ampliada em painéis com fotografias do artista plástico Lula Cardoso Ayres, cedidas pela Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira. Foi ali que o professor Reginaldo Lourenço, do município de Primavera, Mata Sul pernambucana, parou para conversar sobre sua experiência no estande. “Conhecia a Fundaj e acho interessante essa busca de conservar e difundir nosso patrimônio cultural. Nossos jovens não conhecem muito da nossa cultura e esses espaços são necessários. Quero elogiar a iniciativa, que continuem este trabalho.”
No Cinema da Fundação, o curta Maracatu Maracatus, de Marcelo Gomes chamou a atenção da artesã Edna Lúcia Salvador. Ela viu as imagens dos caboclos, que tanto admiro, e parou para assistir. “Quero comprar uma capa dessa pra mim. Carnaval que vem, se Deus quiser.” Ela sempre gostou de artesanato e, no carnaval, borda pedraria, camisas do Galo da Madrugada e do Bumba Meu Boi. Agora quer aprender a fazer a do caboclo. “Eu gosto de cinema e de maracatu, então parei para assistir. É muito importante a gente reviver essas cenas antigas de carnaval.”
Além dessas atrações, o estande da Fundaj conta com uma estante de livros da Editora Massangana com preços módicos e descontos especiais para alunos e professores, painéis explicativos sobre a Diretoria de Pesquisa Sociais (Dipes) e a Diretoria de Formação Profissional e Inovação (Difor) e uma área reservada para a apresentação da plataforma Pesquisa Escolar, que reúne textos em português, inglês e espanhol a respeito de temas socioculturais e das regiões Norte e Nordeste. O estande da Fundação permanece até o dia 14 de junho no mezanino do Centro de Convenções.
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