Estão abertas as comemorações dos 70 anos da Fundação Joaquim Nabuco e 40 anos do Muhne.
Programação segue agora às 16h no campus Casa Forte com abertura de exposições, entrega de medalhas e corte do bolo. Próximo dia 25 o Cinema da Fundação abre a mostra de filmes portugueses
Na manhã deste domingo (21), começaram as comemorações dos 70 anos da Fundação Joaquim Nabuco e 40 anos do Museu do Homem do Nordeste, a partir das 10h, com entrega dos selos Gilberto Freyre e Joaquim Nabuco, patrono da instituição, no Engenho Massangana, Cabo de Santo Agostinho, onde o abolicionista viveu até os oito anos de idade. Agora à tarde, a partir das 16h, as comemorações acontecem no campus Casa Forte, com a abertura de exposições, entrega das medalhas Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre e corte do bolo.
O presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos, parabenizou a instituição pelos seus 70 anos. “A casa Joaquim Nabuco se renova e se abre para uma nova página. Esse legado que estamos presenciando é tanto de Gilberto quanto de Nabuco. Que eles nos inspirem e nos levem para um caminho bom, do bem. Com esse farol conseguiremos transformar para melhor o Brasil”, disse, em seu discurso de abertura.
Ao todo, foram dez homenageados, o primeiro deles foi a família de Joaquim Nabuco, representada na cerimônia pelo bisneto Pedro Nabuco. “Considero uma visita mística poder prestigiar, mais uma vez, o Engenho Massangana. Basta dizer que meu bisavô escreveu nas páginas de Minha Formação que o Engenho Massangana foi um oráculo. O local representa muito para nós, para Pernambuco, para o Brasil. E nada mais gratificante que participar do lançamento de um selo do meu bisavô, mas que estampa também Freyre. Muito obrigada pelo convite”, agradeceu o documentarista.
Sônia Freyre, a presidente da Fundação Gilberto Freyre, participou da solenidade. Em seu discurso, enfatizou a importância cultural e histórica da Fundaj. “Gilberto estava inspiradíssimo quando resolveu fundar um instituto de pesquisa para homenagear Nabuco. A Fundação continua em pé e trabalhando bastante para fazer o bem ao nosso país. Vamos adiante, vamos para frente. E veremos vários resultados com essa nova gestão”, previu.
Outros nomes importantes também prestigiaram a cerimônia: coordenadora-geral do Instituto Ricardo Brennand, Nara Galvão, o diretor da Associação de Imprensa de Pernambuco (AIP), Múcio Aguiar Neto, o diretor da União Brasileira dos Escritores (UBE), Renato Siqueira, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região, Valdir José Silva, a cônsul geral da Alemanha para o Nordeste, Maria Konning, a representante dos consulados em Recife, Kátia Gilaberte, e Verônica Ribeiro, que representou o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Coimbra Patriota.
Exposições
Há quatro décadas levando ao público quem é o homem do Nordeste, o Muhne aniversaria no mesmo dia da Fundaj. O coordenador do museu, Frederico Almeida, lembra que o espaço é uma referência nacional. “Por sua tradição, pela contribuição para a sociedade no entendimento antropológico do homem do Nordeste”, observa, acrescentando que as exposições que serão abertas no domingo (21/07) são fruto de um trabalho em conjunto com os servidores do Muhne.
A exposição “40 anos Educando” homenageia Silvia Brasileiro, que integrou a equipe do Educativo do Museu de 1987 a 2015, e será aberta às 16h na sala Waldemar Valente, no campus da Fundaj em Casa Forte. “Ela acreditava que era brincando que se aprendia. Normalmente, crianças não podem mexer em nada nem falar alto em museus. No Muhne, elas cantam, dançam, brincam e se divertem”, explica a antropóloga do Muhne, Ciema Mello.
A proposta da exposição é mostrar por meio de brinquedos, bonecos, caminhões, carrinhos de lata, oficinas de máscaras e brinquedos, que a identidade é um pedaço escondido dentro de alguém. A ideia, destacou a antropóloga, é que os pequenos saiam mais nordestinas e mais brasileiras. A mostra em que a criança será protagonista, mas os adultos também são muito bem vindos, ficará exposta por seis meses.
Em seguida, será aberta a intervenção museológica “Muhne 40 Anos, 40 Peças”. Serão 15 peças da exposição permanente do museu somadas a outras 25 da reserva técnica para contar toda história do Muhne. “A exposição dará oportunidade às pessoas de conhecerem mais profundamente o museu e entender essa trajetória que engloba também o Museu do Açúcar, o Museu de Antropologia e o Museu de Arte Popular,” conta o coordenador do setor de Museologia, Albino Oliveira.
As 40 peças foram identificadas e escolhidas em acordo com a equipe do Museu, considerando seus significados para cada época da instituição. A mostra vai virar uma publicação impressa, reunindo as 40 pessoas para escreverem textos sobre as 40 peças escolhidas.
Medalhas
Às 17h, o jardim do Museu do Homem do Nordeste sediará a cerimônia de entrega das medalhas Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre. Serão 110 homenageados entre servidores da casa, personalidades e instituições que contribuíram com a Fundação e o Museu. “Cada uma dessas medalhas estabelece um vínculo com a grandeza de seus patronos. A valorização da nossa região Nordeste perpassa o praticar, ousar, cultivar e inspirar-se na imagem e nos ideais de Joaquim Nabuco”, diz o presidente Antônio Campos.
Entre os homenageados, 50 servidores com mais de 40 anos de casa, artistas, como Lia de Itamaracá, artesãos, como mestre J. Borges, instituições, entre elas a Academia Pernambucana de Letras, o Tribunal de Justiça de Pernambuco e a Assembleia Legislativa de Pernambuco. Também serão agraciadas as famílias de personalidades que contribuíram para o desenvolvimento da Fundação, como as famílias Mário Lacerda, Mário Souto maior e Ulysses Pernambuco de Melo.
Cinema
As comemorações continuam na próxima semana. De 25 a 28 de julho, o Cinema da Fundação estreia a Mostra Inéditos do Cinema Português. Serão sete longas de diretores contemporâneos portugueses nunca vistos no estado, numa parceria com a Embaixada Portuguesa e o Instituto Camões. A mostra evoca o conceito “luso-tropicalismo”, elaborado pelo sociólogo e escritor Gilberto Freyre, que destaca, entre outros aspectos, a língua portuguesa como um dos principais elos de identidade cultural dos países lusófonos. A entrada será gratuita
“Essa mostra é uma excelente oportunidade não só de conhecermos mais o cinema atual produzido em Portugal, como, também, de difundirmos as ideias de Gilberto Freyre neste ano de comemoração dos 70 anos de criação da Fundação Joaquim Nabuco”, diz a coordenadora do Cinema da Fundação, Ana Farache.
Programação
21 de julho (domingo)
10h - Engenho Massangana, Cabo de Santo Agostinho
Lançamento dos selos comemorativos Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre
16h - Campus Casa Forte, Av. 17 de Agosto, 2187, Casa Forte
Abertura da exposição 40 anos Educando
Sala: Waldemar Valente,
Abertura da intervenção museológica Muhne, 40 anos, 40 peças
Local: Museu do Homem do Nordeste
17h - Jardim do Museu do Homem do Nordeste
Entrega das medalhas Joaquim Nabuco e Gilberto Freyre
25 a 28 de julho (quinta-feira a domingo), Cinema do Museu, em Casa Forte
20h - Fado Camané
[Portugal, 2014], de Bruno de Almeida. Gênero: documentário. Classificação: Livre.
Duração: 72 minutos.
Sinopse: O documentário mostra o processo de criação de uma das maiores vozes
da atualidade do fado português. Carlos Manuel Moutinho Paiva dos Santos -
nascido em Oeiras, em 1967, abre as portas do seu universo numa análise profunda
do que é o fado, uma tradição oral, a escolha dos poetas e a misteriosa magia do
processo criativo.
Sexta, 26
18h20 - Voltar à Terra
[Portugal, 2015], de João Pedro Plácido (Fênix Filmes). Gênero: documentário.
Classificação: Duração: 78 minutos.
Sinopse: Nas montanhas do norte de Portugal um pequeno vilarejo, chamado UZ,
sobrevive, cada vez mais deserto devido à imigração. Com 49 moradores locais, o
documentário acompanha esses habitantes durante as quatro estações do ano.
Dentre eles, o jovem pastor Daniel que ao entardecer sonha com os amores da
vida.
20h Colo,
[Portugal, 2017], de Teresa Villaverde (Zeta Filmes). Gênero: drama. Elenco: João
Pedro Vaz, Alice Albergaria Borges, Beatriz Batarda. Classificação: 14 anos.
Duração: 136 minutos.
Sinopse: A rotina diária de pai, mãe e filha é absorvida pelos efeitos da crise
econômica. A mãe se desdobra em dois empregos para pagar as contas, pois seu
marido está desempregado. A filha adolescente guarda segredos e tenta manter sua
vida, apesar da falta de dinheiro. Para escapar dessa realidade comum, eles se
tornam, estranhos uns aos outros, enquanto a tensão se transforma em silêncio e
culpa.
Sábado, 27
20h Correspondências
[Portugal/Brasil/Grécia/Argentina/França, 2016). Gênero: documentário biográfico.
Classificação: Livre. Duração: 145 minutos.
Sinopse: Um filme-ensaio onde a realizadora Rita Azevedo Gomes encena a
correspondência de 20 anos entre dois amigos: Sophia de Mello Breyner Andresen,
poetisa que ficou no Portugal cinzento salazarista onde tudo se percebia nas
entrelinhas; e Jorge de Sena, escritor auto-exilado, primeiro no Brasil e depois nos
EUA, em busca de uma liberdade que também acabaria por sentir escapar-lhe entre
as mãos. Recusando a simples ilustração visual, este filme coloca actores, amigos,
artistas e figuras públicas a lerem excertos de cartas ou de poemas de Sophia e
Jorge de Sena, intercalados com planos de lugares com evocações das suas vidas.
Domingo, 28
18h30 John From
[Portugal, Brasil, 2015], de João Nicolau (Fênix Filmes). Gênero: drama. Elenco:
Júlia Palha, Filipi Vargas, Leonor Silveira. Classificação: Livre. Duração: 95 min.
Sinopse: Rita é uma adolescente que não tem muito o que fazer na vida e ocupa o
tempo ocioso pegando sol na varanda e interagindo com sua melhor amiga Sara no
prédio onde moram. Um dia ela se interessa por um novo vizinho bem mais velho
que ela e tenta atrair sua atenção.
20h20 -A Floresta das Almas Perdidas
[Portugal, 2016], de José Pedro Lopes. Gênero: Drama, terror. Elenco: Daniela
Love, Jorge Mota, Mafalda Banquart, Lígia Roque. Clássificação: 14 anos. Duração:
71 minutos.
Sinopse: No interior de Portugal, em uma remota floresta conhecida pelas
recorrentes práticas de suicídio, duas pessoas se encontram. Ricardo é um pai de
família que recentemente perdeu a filha, e Carolina é uma jovem no começo da vida
adulta que tem gostos sombrios peculiares que envolvem a morte.
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