Resposta da Prefeitura sobre o Atacadão é insubsistente, afirma Antônio Campos
Diante de resposta, presidente da Fundaj baixa formalmente uma Comissão para acompanhar a demanda e solicita início de estudos jurídicos sobre o caso
O presidente da Fundaj, Antônio Campos, recebeu hoje o ofício que responderia ao requerimento da Fundaj quanto ao andamento do projeto de construção de um Atacadão, por parte da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, no terreno de 12,1 mil metros quadrados na esquina no Poço da Panela, Zona Norte do Recife. O presidente havia endereçado o documento ao prefeito Geraldo Julio no dia 16 de agosto, ressaltando as consequências do possível empreendimento comercial na área, cujo projeto tramita pela Prefeitura do Recife.
Em sua resposta ao ofício, no mesmo dia de recebimento, o presidente registrou que a matéria não é de competência da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, mas de outros órgãos da Prefeitura e do Senhor Prefeito, considerando, insubsistente a resposta. “Ante a insubsistência da resposta dada pela Prefeitura, continuamos apreensivos, pelo que estou baixando formalmente uma Comissão para acompanhar o caso e solicitei que a procuradoria da Casa inicie os estudos jurídicos sobre o caso, disse Antônio Campos.”
No ofício enviado ao Prefeito do Recife, Antônio Campos explicou: “Em nossos 70 anos de atuação, em comemoração no mês corrente, nosso maior presente é oferecer, em especial, aos recifenses um espaço de convivência cultural. Para isso, estamos projetando transformar nossa sede em um grande complexo cultural, com cinema cinemateca, pinacoteca, museu, galerias de exposições.” Ao tomar conhecimento da construção na vizinhança da Fundaj, o presidente confessou temer o impacto do empreendimento comercial em detrimento ao empreendimento cultural da Cidade.
O presidente explicou que a Fundação está constituindo uma comissão de especialistas para acompanhar o tema. “Solicitamos que seja disponibilizado para a Fundaj todos os estudos de impacto ambiental e cultural do empreendimento comercial, bem como seja debatido na sociedade os efeitos do funcionamento de uma loja de 12,1m² num dos bairros mais tradicionais do Recife, e de relevância ambiental e cultural da nossa Cidade.“
O bairro do Poço da Panela integra a Área de Reestruturação Urbana, que traça restrições para novas edificações. A carta menciona ainda que, no campus de Casa Forte, está localizado o centenário imóvel Casarão do prédio "velho" (ex-Hospital Magiot), que pertenceu a Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, cujo processo para tombamento federal está em análise de instrução por nossos pesquisadores.
Confira a carta na íntegra:
“Em nossos 70 anos de atuação, em comemoração no mês corrente, nosso maior presente é oferecer, em especial, aos recifenses um espaço de convivência cultural. Para isso estamos projetando transformar nossa sede em um grande complexo cultural, com cinema, cinemateca, pinacoteca, museu, galerias de exposições. Será um expressivo polo cultural da Cidade do Recife.
Ainda, é oportuno registrar que em nossa propriedade está localizado o centenário imóvel Casarão do prédio "velho" (ex-Hospital Magiot), que pertenceu a Francisco Ribeiro Pinto Guimarães, cujo processo para tombamento federal está em análise de instrução por nossos pesquisadores.
Ao tomarmos conhecimento, pelos jornais, da construção de uma grande loja em nossa vizinhança tememos que o impacto do empreendimento comercial coloque em risco nosso empreendimento cultural.
Pelo exposto, solicitamos que seja disponibilizado para a Fundaj todos os estudos de impacto ambiental e cultural do empreendimento comercial, bem como seja debatido na sociedade os efeitos do funcionamento de uma loja de 12,1m² num dos bairros mais tradicionais do Recife, e de relevância ambiental e cultural da nossa Cidade.
Esta Fundação está constituindo uma comissão de especialistas para acompanhar o tema.
Atenciosamente,
Antônio Campos, presidente da Fundaj”
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