Grupo interdisciplinar do Muhne promove encontro semanal para debater musealização

Debate entre funcionários, monitores e estagiários acontece todas as segundas-feiras na Fundação Joaquim Nabuco, no campus Casa Forte, das 9h às 12h

Todas as segundas-feiras no campus Casa Forte da Fundação Joaquim Nabuco, das 9h às 12h, um grupo interdisciplinar do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), da Fundaj, formado por monitores, estagiários e funcionários se reúne para discutir o processo de musealização frente a novas demandas contemporâneas e debatem como os museus e a museologia atuam em relação a estas memórias. O encontro, que conta com cerca de 80 participantes, é conduzido há um mês pelo professor e servidor da Fundaj José Luiz Gomes da Silva.

A ideia das reuniões surgiu a partir de uma pesquisa (Educação e Relações Étnico-Raciais) da Fundação Joaquim Nabuco. A dinâmica do debate semanal é dividida em duas partes. Começa com a leitura de textos e logo em seguida há uma roda de diálogo para finalizar a atividade.

"Tudo começou após esse recorte específico, de como o museu iria trabalhar a representação do negro no Muhne desde a primeira exposição, em 1979, até os dias de hoje, e de como os monitores abordam isso no circuito expositivo. Esse plano museológico é um projeto que atende demandas institucionais maiores. Nesse contexto, temos uma tarefa complexa e uma proposta de sermos o mais politicamente correto no sentido de dar conta de uma representatividade, além de um conforto, para os visitantes da instituição", declarou o coordenador José Luiz Gomes.

No processo de musealização ocorre a produção de discursos expositivos, já que a exposição é uma mídia de espaço que possui especificidades. A questão da transposição museológica com o Nordeste é colocada na discussão dos temas.

"Não tem como trabalhar no museu sem pensar nele. Quem é o Nordeste? Quem é o Homem do Nordeste? Nossa missão é representar o mundo e por isso criamos esse grupo interdisciplinar que discute sociologia, política, história, antropologia, ciência política e também dá voz ao museu. Os participantes do debate ensaiam para entrar em cena", destacou Ciema Mello, antropóloga do Muhne.