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Encerramento do Seminário 40 anos do Muhne

Publicado: Quinta, 12 de Dezembro de 2019, 18h38 | Última atualização em Quinta, 12 de Dezembro de 2019, 18h39 | Acessos: 420

Último dia do evento trouxe conferencistas de diversas regiões e debateu investimentos no setor de patrimônio e relação entre o antigo e o contemporâneo como pauta museológica

Dando continuidade ao Seminário 40 Anos do Muhne, o segundo dia trouxe como convidados o sociólogo da Universidade Federal de Pernambuco, Francisco Sá Barreto, a representante do Grupo de Museologia Experimental e Imagem/Unirio, Silvilene Ribeiro Morais e a a conferencista Marcele Pereira, pró-reitora de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis/Unir. As palestras ocorreram nesta quinta-feira (12) na Sala Gilberto Freyre, unidade de Casa Forte da Fundaj.

Em homenagem ao último dia do evento que comemora os 40 anos do Museu em 2019, a antropóloga do Museu do Homem do Nordeste, Ciema Mello proferiu um emocionante discurso a respeito do papel do Muhne no conhecimento do Nordeste e do homem que nele vive. “Esse Museu chegou aos 40 anos incrivelmente vivo. Ele não ficou solene, autoritário, muito pelo contrário. Ele não vive recluso, sai de casa com frequência, tem uma vida social intensa. Ele frequenta seus representados e, sobretudo, ele não vive somente no passado.”

O primeiro palestrante, Francisco Sá Barreto, trouxe como principais temáticas em sua conferência a fomentação da cultura, os investimentos no setor de patrimônio, o interesse da população pelos bens locais e a participação da tecnologia nesse incentivo. "Tenho certeza que o crescimento dos números do mercado da cultura não é uma coisa nova. Em 1990, tínhamos um número de 23 mil museus cadastrados. Em 2017, já eram 55 mil. Esse não é um número inexpressivo. É uma grande fatia do mercado que não se destaca somente no campo da cultura, mas em toda economia", explicou.

Segundo ele, 46% dos recursos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) investe em cultura vai para o setor de patrimônio. "Depois da Segunda Guerra Mundial, o patrimônio vem como uma compensação da cultura e como ferramenta de administração das injustas distribuições de recursos." Em contraponto aos números que mostram essa expansão, Francisco aponta que apenas 8% da população brasileira tem o costume de visitar seu bem patrimonial.

Desse dado, parte o questionamento: "Por que tamanho investimento? Qual o interesse por trás disso se, em tese, a museologia dá menos retorno do que música ou cinema, por exemplo?" Inserindo o Recife como exemplo de resposta dentro dessa narrativa, o sociólogo destacou o caráter colonial da cidade e como a conservação desse patrimônio é simbólica. É uma ideia que reúne objetos a serem conservados, reúnem bens que interessam a um processo específico de patrimonialização e musealização. Produz uma economia cultural promissora e tem potencial museológico." De acordo com ele, os objetos e edifícios, em determinada região, produzem para a população daquela área uma experiência de coleção museológica.

A segunda fala foi de Silvilene Ribeiro Morais, que escolheu abordar a história, as lutas e os apagamentos dos LGBTQ+s. A palestrante trouxe projetos museológicos que lidam com a temática, a exemplo do Museologia Presente, que desenvolve ações no espaço urbano do Rio de Janeiro por meio de encenações, performances, oficinas e roda de conversas. Ela trouxe exemplos de seminários de museologia experimental, que trouxeram temas como os registros da história LGBT. "As lutas estão no dia a dia dessa instituição. A gente foca no passado mas precisa prestar atenção no que acontece agora. É de grande importante que a inclusão da museologia seja mais amplamente explorada pelas instituições, para que seja desenvolvida uma metodologia da vida”, afirmou.

Por último, a conferencista Marcele Pereira, pró-reitora de Cultura, Extensão e Assuntos Estudantis/Unir, versou sobre a perspectiva decolonial da museologia, objeto de seu doutoramento. Ela jogou ao público e aos seminaristas uma reflexão: “A discussão da museologia social tem o respaldo teórico de outras influências, por que a gente sabe da fragilidade teórica no campo da museologia. A gente sabe lidar com a prática no dia a dia museal, mas a capacidade de refletir teoricamente sobre esses processos a gente ainda precisa amadurecer bastante.”

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