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Apresentações culturais abrem programação da 7ª edição da Flipo, parceira da Fundaj

Publicado: Terça, 17 de Dezembro de 2019, 14h43 | Última atualização em Terça, 17 de Dezembro de 2019, 21h45 | Acessos: 697

Repleta de nomes pernambucanos, Festa Literária Internacional do Ipojuca é iniciada com Coral Novo Milênio, cordelistas, pronunciamentos e entrega de diplomas de agredecimento

Com o tema "Tempos novos, Novos Tempos, Tempos de Sempre", a abertura da 7ª edição da Flipo (Festa Literária Internacional do Ipojuca) foi recheada de apresentações. O evento gratuito começou na manhã desta terça-feira (17) e vai até o próximo sábado (21), na Casa Rosada, sede da União Brasileira de Escritores (UBE), no bairro de Casa Forte. Ao todo, são cinco dias de duração. A grande mudança deste ano é que o encontro está sendo sediado no Recife, diferentemente dos anteriores que foram realizados no município que lhe dá nome, no Litoral Sul.

Os cânticos do Coral Novo Milênio, formado por idosos/as de comunidades carentes da Região Metropolitana do Recife (RMR) e sob regência de Risoleta Tarciza da Silva, abriram a Flipo. Em seguida, a dupla pernambucana de cordelistas - Giselda Pereira e Madalena Castro - recitaram poesias populares (Galope à Beira-Mar e Quadrão Mineiro).

Ainda em clima de boas-vindas, houve pronunciamentos do curador geral Alexandre Santos, do presidente Antônio Campos (Fundação Joaquim Nabuco - Fundaj) e de Edvaldo Arruda (representante da União Brasileiro de Escritores - UBE), além da entrega de diplomas de agredecimento. 

"É com um prazer imenso que volto à Casa Rosa, onde tenho filiação, assim como o meu pai tinha. A Flipo é um ato de resistência cultural e literária. Então, minhas palavras são de agradecimento e acolhimento", declarou Antônio Campos.

Diferente das outras edições, a programação da Festa Literária Internacional do Ipojuca é composta exclusivamente por artistas pernambucanos ou que se destacaram por trabalhos realizados no Estado, com uma temática que remete à "unanimidade da dança do tempo, com suas idas e vindas".

"É muito grafiticante abrir mais uma edição da Flipo, que tem um pensamento ambicioso. Significa um gesto de resistência cultural e artística. Agradeço ao presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos, por essa parceria importante e fundametal para a realização do evento", disse o curador-geral Alexandre Santos.

No fim da tarde desta terça-feira (17), o presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Antônio Campos, dará uma Palestra Magna - "Cidadão no mundo contemporâneo - desafios e tendências".

‘Cidadão no mundo contemporâneo

Os cenários e desafios do mundo contemporâneo foram o ponto central da palestra magna realizada pelo escritor e presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos, nesta terça-feira (17), durante a noite de abertura da Festa Literária Internacional de Ipojuca — a Flipo 2019. Durante sua participação concentrou o maior público do dia, consagrando o reencontro de amigos e admiradores do escritor. 

Ao iniciar sua fala, Campos apresentou um texto sobre o “triângulo da auto-obsessão”, que reflete a suposta tendência do homem atual em estar ressentido do passado, insatisfeito com o presente e temendo o futuro. Em seguida, teceu críticas ao que chamou de “fragmentação e perda crescente das identidades humanas diante de um mundo complexo e cada vez mais acelerado”.

“Vivemos uma sociedade desorientada. Precisamos de um novo paradigma, de uma nova visão da realidade que nos (re)coloque em um caminho renovador e leve à preservação da espécie humana e da natureza. Nestes tempos nublados atuais vivemos um desafiador paradoxo contemporâneo”, refletiu, ao contrapor a influência das redes sociais no isolamento diário e as tensões das imigrações.

Destacou as desigualdades que persistem no Brasil e reforçou a importância de políticas públicas de distribuição de renda. “O País tem quase 15 milhões de brasileiros ganhando menos de R$ 200 por mês. São 200 milhões de pessoas na pobreza. O crescimento econômico traz sim distribuição de riquezas, mas ele não chega automaticamente à pobreza que vive à margem.”

O escritor comentou ainda a necessidade da busca por sentido de vida ao mencionar o curso “O jeito Harvard de ser feliz”, do autor norte-americano Shawn Achor. Lembrou as figuras do pastor Martin Luther King (1929-1968), do ativista dos direitos humanos Malcolm X (1925-1965), símbolos importantes para os movimentos negros, e do abolicionista Joaquim Nabuco.  

Para aprofundar a reflexão sobre a contemporaneidade, construiu um panorama com reflexões e provocações feitas por diversos intelectuais: do filósofo alemão Arthur Schopenhauer, que escreveu O mundo como vontade e representação (1819), ao sociólogo polonês Zygmunt Bauman, figura emblemática deste século e autor da teoria da Modernidade líquida (1999). 

“É preciso demolir os novos muros e criar pontes. Ser cidadão no mundo contemporâneo não é estar na rede social e manter uma conta no YouTube, mas, continua sendo, começar a cidadania em casa e estender à comunidade”, ressaltou Campos. “A lógica das cidades inteligentes é de um território das/para as pessoas. Do público prevalecendo sobre os interesses privados.”

Ao final de sua participação, Antônio Campos agradeceu o convite da organização da Flipo e parabenizou a manutenção de uma iniciativa que estimula a leitura e valoriza a literatura loca. “Parafraseando o escritor português Valter Hugo Mães, ‘livros são máquinas de fazer sentir’. Em um mundo em conflito, a paz é tarefa para os corajosos. As artes contra-atacam e resistem”, concluiu.

A autônoma Maria das Mercês Campelo, 68, disse que se sentiu emocionada no decorrer da exposição. “Ele foi muito forte ao falar da ‘doença do século’, que é o pensamento acelerado. O mundo nos faz isso e é preciso preservar valores que nos ajudem a manter os pés no chão, zelando pelo outro e olhando pela natureza”, refletiu a autônoma.

 

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