Fundaj e Fulbright lançam vaga de cooperação acadêmica para pesquisador norte-americano no Nordeste
Parceria iniciada em 2017, já recebeu a antropóloga Janice Perlman. Interessados têm até 15 de setembro para entrar em contato
Pesquisadores norte-americanos estudiosos das áreas de ciências sociais, desenvolvimento sustentável e humanidades, já podem se candidatar à vaga de cooperação acadêmica entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e o Programa Fulbright, dos Estados Unidos, para o ano acadêmico de 2021-2022. O candidato aprovado para a Distinguished Chair (ou Cátedra de Distinção, em tradução livre) garante o intercâmbio no Nordeste do Brasil, com suporte de ambas instituições. Interessados devem entrar em contato no e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até o dia 15 de setembro.
Dentre os critérios da seleção está uma carreira acadêmica eminente, com publicações significativas e histórico de ensino. O Fulbright Distinguished Chair Awards, título da vaga, é visto como um dos compromissos de maior prestígio no programa acadêmico Fulbright. A colaboração do pesquisador tem a duração de quatro meses. O acordo com a Fundação Joaquim Nabuco foi selado em 2017, inicialmente com a Escola de Inovação e Políticas Públicas (EIPP) e tem validade de cinco anos, com possibilidade de renovação. O principal objetivo é promover o compartilhamento internacional.
“Muitos têm interesse em trabalhar no Nordeste. Eles vêm por quatro meses e podem ser convidados por outras instituições para dar palestras. Assim, a Fundaj fica no hall das instituições brasileiras chanceladas a convidar outros pesquisadores que estão no Brasil [pela Fulbright]. É uma porta de intercâmbio no ano em que estamos trabalhando. Além do nome Fundação, também apresenta nosso trabalho para o mundo”, explicou a pesquisadora da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes) Alexandrina Sobreira, interlocutora entre as instituições e responsável pela implementação do programa.
Mundialmente conhecido, o Programa Fulbright há 70 anos financia bolsas de estudo com patrocínio da Bureau of Educational and Cultural Affairs do Departamento de Estado dos Estados Unidos, governos de outros países e setor privado. Também é de competência da iniciativa levar pesquisadores de outros países interessados em desenvolver pesquisas no país norte-americano. Para Alexandrina, o intercâmbio permite que ambos os países colaborarem com trabalhos relevantes de áreas diversas. Os estudiosos estrangeiros podem contribuir com os programas de pós-graduação da Instituição, a exemplo do ProfSocio.
Internacional
Em fevereiro deste ano, a Fundaj recebeu a antropóloga Janice Perlman para realizar uma pesquisa de campo nas comunidades de Pontezinha e Ponte dos Carvalhos, no município de Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Reconhecida mundialmente pelo trabalho voltado para a formação das favelas brasileiras, Janice tem obras relevantes publicadas desde 1976, quando lançou O Mito da Marginalidade. Seu mais recente trabalho é o livro Favela: Quatro Décadas de Transformações no Rio de Janeiro. Com a chegada da pandemia no Brasil, seu trabalho deverá ser retomado ainda em 2021.
A colaboração com a antropóloga se deu pelo programa, mas não é de hoje que a Fundação Joaquim Nabuco está entre as instituições brasileiras de destaque internacional. Desde a criação do então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (IJNPS), pelo sociólogo pernambucano Gilberto Freyre o nome da entidade reverbera na academia mundo afora. “Gilberto já era um homem internacional. Desde a criação recebemos visitas de muitos pesquisadores e entidades de outros países. Por isso, a Fundação mantém uma agenda internacional, como no Seminário de Tropicologia”, destacou Alexandrina.
Redes Sociais