Poesia e cantoria no Cordelando com a Fundaj
Evento virtual foi realizado nesta quinta-feira (23), no canal da Fundação Joaquim Nabuco no YouTube
Cordelistas e repentistas da região Nordeste do país evidenciaram a cultura popular e a arte com espontaneidade, diversão, improviso, sensibilidade, rimas, poesia, contos antropológicos e sociais, em live no canal da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) no YouTube, na tarde desta quinta-feira, 23 de julho, no evento “Poesia popular com cordelistas e cantores – Cordelando com a Fundaj” .
O poeta cordelista Edgar Diniz, além de educador, escritor, historiador e oficineiro, abriu a programação dando destaque à educação. “A literatura de cordel é uma forma de educar. É uma aprendizagem ativa, num processo de descobertas dirigidas integrando teoria e prática”, ressaltou. Ele fez reverência ao falecido Ariano Suassuna, nordestino de João Pessoa, capital da Paraíba.
“Sou como Ariano (Suassuna), gosto muito de escrever. Quando penso em algo, tenho que parar o que estou fazendo para escrever. O cordel tem regras e é rígido. Sempre é preciso de revisão. Cordel não é só rimar... São métricas, sílabas tônicas”, completou o paraibano natural da cidade de Patos, mas há 20 anos radicado em Pernambuco.
Assim como Edgar Diniz, o cordelista Amaro Poeta mencionou o dramaturgo Ariano Suassuna após entrar em cena. “Como dizia Ariano (Suassuna): ‘O produto precisa ter qualidade’. Então é importante que a gente apresente o produto. Cordel é conteúdo, rima, oração, verso... As sílabas do cordel poético são diferentes das gramaticais. O cordel não pode ser banalizado”, alertou Amaro, que também é escritor, poeta, produtor cultural e presidente da Academia de Letras de Paulista/PE. Ele nasceu em Paulista (Região Metropolitana do Recife).
O segundo momento do encontro virtual foi recheado de cantoria improvisada. Subiram ao palco as talentosas duplas de repentistas violeiros – Antônio Lisboa (59 anos) e Edmilson Ferreira (48 anos) – e de emboladores – Curió de Bela Rosa (55 anos) e Barra Mansa (54 anos) –, ambas do Nordeste.
A apresentação de Antônio Lisboa, que nasceu em Marcelino Vieira, Sertão do Rio Grande do Norte, com Edmilson Ferreira, natural de Várzea Grande, Sertão do Piauí, contou com sextilhas (cantoria de arte popular do Nordeste), mote em sete (sete sílabas poéticas) e quadrão perguntado (participação da dupla). Os repentistas violeiros cantam e tocam juntos desde 1995.
Para finalizar o evento virtual, Curió de Bela Rosa (natural do município de Pedra de Fogo, Paraíba) e Barra Mansa (da cidade de Timbaúba, Zona da Mata Norte de Pernambuco), foram chamados para o palco. Os repentistas emboladores, que se conhecem há 30 anos, apresentaram suas rimas de maneira mais acelerada, característica da embolada.
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