Inovação e Sustentabilidade foi eixo temático do penúltimo dia de atividades da Semana da Juventude da Fundaj
Programação encerra nesta quinta-feira (13) com debates sobre cultura
No penúltimo dia de programações da Semana da Juventude, o encontro “Agenda para a juventude” proporcionou uma conversa entre mulheres sobre inovação e sustentabilidade. Já o tema “Juventude e Conexões” norteou um debate sobre a participação dos jovens no universo tecnológico. As atividades foram promovidas pela Fundação Joaquim Nabuco, em homenagem ao Dia Internacional da Juventude, comemorado nesta quarta-feira, 12 de agosto. As “mesas de debate” integraram a programação do evento virtual da Fundaj, iniciado na última segunda-feira, no canal da instituição no YouTube. Amanhã (13), para fechar o ciclo de atividades comemorativas, o eixo trabalhado será “Cultura”.
Para discutir a “Agenda para a juventude”, as convidadas escolhidas foram Keylla Guerra, Delegate Youth Assembly ONU (2019), Luiza de Sá Leitão, Oficial do Programa de Desenvolvimento e Participação de Adolescentes e Jovens do Unicef Brasil, e Leila Azevedo Holmes da Silva, graduanda em Engenharia Eletrônica e presidente do Ramo Estudantil IEEE UFRPE (Universidade Rural de Pernambuco). O bate-papo foi mediado por Maria Luiza Cruz, coordenadora-geral de Cooperação e de Estudos de Inovação da Difor da Fundaj.
São os jovens que precisam exigir ação climática e se mobilizarem por justiça racial e igualdade de gênero. “Tem muita gente boa querendo mudar as práticas. Isso significa inovação. De que forma a gente pode tornar isso mais sustentável? É necessário sair da zona de conforto para lutar por direitos iguais”, declarou Luiza de Sá Leitão.
O acesso desigual à internet e aos meios digitais aprofunda a injustiça social. “Falando como estudante, vejo que existem dois cenários. Há pessoas que têm internet, celular, computador à disposição, mas outras não. Essa facilidade não é para todo mundo. Se a informação não chega para todos, como posso garantir que os jovens vão ingressar no ensino superior”, questionou Leila Azevedo.
Keylla Guerra fez coro a Leila Azevedo. “Ultrapassamos fronteiras com a internet, mas hoje não conseguimos atingir as pessoas que estão próximas por falta de acesso. Isso é uma questão que precisa ser resolvida para avançarmos. Vejo que muita gente não gosta do ensino a distância, mas ele serve. Porém o aprendizado não é para todos”, disse.
Já a conversa sobre “Juventude e Conexões” contou com a participação de Cláudio Marinho, cofundador do Porto Digital, consultor em cenários e estratégias na Porto Marinho, e Marcela Valença, gerente de Pessoas do Porto Digital. Luis Henrique Romani, diretor de Pesquisas Sociais da Fundaj, mediou o encontro.
“A pandemia nos ‘obrigou’ a usar plataformas que não estávamos habituados em nossos trabalhos e estudos. Nisso, enquanto as pessoas mais velhas tiveram maiores dificuldades, os jovens já dominavam muito bem esse universo”, introduziu Romani.
A partir desse ponto inicial, os convidados ficaram à vontade para explicar suas vivências profissionais, no que diz respeito ao desenvolvimento de uma juventude com habilidades tecnológicas. “O Porto Digital é um parque tecnológico, um ecossistema de inovação, com empresas, centros de pesquisa e várias outras organizações. Lá dentro eu sou um velhinho e quem coordena tudo com a gente são as gerações Y e Z. Sem eles não existiria Porto Digital”, afirmou Cláudio Marinho.
No debate, foram colocados em questão os cuidados que a juventude contemporânea precisa ter dentro do universo que a tecnologia oferece. “É necessário entender que esse futuro tecnológico precisa ser construído com ética. Existe todo um processo de humanização que precisa ser levado a sério”, enfatizou Marcela Valença. Ainda sobre isso, comentou-se que os jovens têm habilidades e que precisam usá-las para combater processos tecnológicos antiéticos, como a criação das “fake news”.
Quando “provocados” sobre as novas formas de trabalho e estudo, os convidados mencionaram a importância das ciências sociais. “Existe o desafio de entender as novas formas de sociedade em um mundo em transformação digital. Sociólogos, antropólogos e psicólogos são essenciais nesse processo”, pontuou Cláudio Marinho. Sobre isso, foi falado que o Porto também tem enfrentado desafios dessa natureza, no que diz respeito às mudanças de cultura organizacional, por conta do uso do teletrabalho, por exemplo.
Durante a conversa, concordou-se que uma nova sociabilidade urbana tem sido reforçada por conta do isolamento social. “O capital humano está na base dos processos tecnológicos. Dessa forma, precisamos primar pela sociabilidade, pois é a conexão de pessoa que pode transformar ideias em grandes negócios”, afirmou Marcela, sobre a importância das profissões que trabalham a área psicossocial dos indivíduos.
Para finalizar o bate-papo, foi colocado em questão o papel da tecnologia no combate às desigualdades. Os convidados opinaram no sentido de que, apesar das dificuldades atuais, muita coisa tem melhorado, a partir do empoderamento tecnológico. “Mas precisamos entender também que a tecnologia é uma ferramenta para chegarmos a um objetivo. Ela não é um determinante para as mudanças sociais. O que realmente tem efeito sobre isso são nossas decisões como cidadãos, e quem a gente elege para comandar a política”, encerrou Marcela.
Finalizando a programação do dia, ainda foram exibidos os videos dos jovens empreendedores Élida Natália, Irles Leutier e Israel Silva.
Próximas atividades da Semana da Juventude
Dia 13 - Cultura
10h - Cultura de paz nas escolas
Marcelo Pelizzoli, doutor em Bioética e professor do mestrado em Direitos Humanos da UFPE
Hebe Pires, gerente-executiva do Projeto Escola Legal: Cultivando a Cultura de Paz
Paulo Teixeira, psicólogo e servidor do MPPE
Mediação: Maria Luiza Cruz, coordenadora-geral de Cooperação e de Estudos de Inovação da Difor/Fundaj
16h - Roda de conversa com jovens do Projeto Fruto de Favela
Mediação: Edna Silva, coordenadora de Ações Educativas do Muhne
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