Papo de Cozinha discute riqueza de identidades, memórias e afetividades nordestinas na 14ª Primavera de Museus

Com o tema “ Mundo Digital: museus em transformação”, projeto do Educativo do Muhne surgiu a partir do livro “Nordeste: Identidade Comestível” lançado pela Editora Massangana

A alimentação representa a identidade de um povo repleto de tradições, ritos e hábitos. A gastronomia nordestina está entre as temáticas abordadas pelo Educativo do Museu do Homem do Nordeste (Muhne) por meio do projeto Papo de Cozinha, pensado a partir do livro “Nordeste: Identidade Comestível”. A publicação é fruto de uma pesquisa do Museu coordenada pela antropóloga do Muhne, Ciema Mello, realizada pelo jornalista e antropólogo Bruno Albertim, com fotografias de Emiliano Dantas. A obra foi publicada pela Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Para Ciema Mello, abordar e levantar reflexões sobre a pluralidade dos significados que permeiam o paladar e os hábitos nordestinos é necessário por ser um tema relevante para a sociedade. “Museu também come. É possível tornar o museu expedicionário e ultrapassar os limites das paredes. É um mar de sensibilidade, afetividade e identidade. A pesquisa etnográfica mostra a riqueza de identidades”, afirma a antropóloga.

Perguntas como o quê, quando e onde comemos serão colocadas em discussão na programação do Museu do Homem do Nordeste dentro da 14ª Primavera de Museus, um evento realizado pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), de 21 a 27 de setembro. O Muhne participará por meio da sua Coordenação de Ações Educativas.    

Na Primavera de Museus, o Papo de Cozinha exibirá no dia 25, às 11h, o primeiro dos três episódios da websérie, que contará com a participação de quem produz e comercializa alimentos e da equipe responsável pela idealização e lançamento do livro “Nordeste: Identidade Comestível”. O tema da estreia - “Sem feira nem beira” - refletirá como a nossa nova realidade, causada pelo coronavírus (Covid-19), está afetando a relação com os rituais de alimentação, mercados públicos, feiras e tantos outros espaços regionais que agora precisam se ressignificar.

“O Papo de Cozinha busca captar a essência das conversas com os profissionais e responsáveis pelo livro, comerciantes, amigos/as e empreendedores. A construção, a concepção e a compreensão do que é a comida como marco identitário de um povo é um dos pilares da nossa pesquisa. Destaco que a alimentação é um recurso indispensável na ótica de uma sociedade”, destaca a coordenadora de Ações Educativas do Muhne, Edna Silva.

O projeto traz um olhar sociocultural e antropológico voltado aos conceitos de identidade, memória e afetividade, presentes na multiplicidade do ser nordestino. “O Papo de Cozinha rompe as barreiras das estruturas para confraternizar com o que há de mais afetuoso no Nordeste: o/a nordestino/a”, conclui o educador do Museu do Homem do Nordeste, Jonathas Prazeres.

Serviço:

Papo de Cozinha

Dia 25/09, às 11h

Pelo YouTube da Fundaj