Depressão e suicídio como questões de saúde pública são discutidos em palestra da Fundaj
Encontro virtual foi realizado nesta sexta-feira (18), no canal da Fundação Joaquim Nabuco no YouTube, com a presença de especialistas
O Setembro Amarelo é uma campanha criada para informar e conscientizar sobre o suicídio, mas o tema precisa ser discutido todos os dias, sobretudo no atual momento. O assunto esteve em pauta na palestra promovida pela Fundação Joaquim Nabuco – “Depressão e suicídio em tempos de Covid” –, nesta sexta-feira (18), com participação da psiquiatra Katia Petribu, mediação da psicóloga clínica Luciana Gropo e depoimento do presidente da Casa, Antônio Campos. A transmissão ao vivo aconteceu no canal da Instituição no YouTube.
“Os temas são dolorosos, mas é necessário conversar sobre a importância deles. A palestra trata sobre a valorização da vida de uma maneira geral, além de destacar que é tempo de esperança para todos e todas”, declarou Antônio Campos durante a abertura do evento.
A depressão e o suicídio são questões de saúde pública. Segundo registros da Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio vitimiza aproximadamente 800 mil pessoas por ano. O Brasil, por exemplo, é o oitavo país em número absoluto de suicídios. “O suicídio é uma emergência psiquiátrica, sendo uma consequência da depressão, de um quadro de esquizofrenia grave ou de uma dependência de drogas. Precisamos ter uma notificação do suicídio. O que existe hoje é uma subnotificação dos óbitos por suicídio. Isso é muito ruim, pois temos que saber o número exato de qualquer doença para que políticas públicas de saúde sejam feitas”, disse a professora de psiquiatria da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco (UPE), Katia Petribu.
O isolamento social é um dos primeiros sintomas da depressão. Em momentos de crise, o medo é algo comum. Em um momento singular como este, grande parte da população está sob grande pressão psicológica. Ou seja, o nível de estresse é maior em em tempos de isolamento social, incertezas e desemprego. Com isso, priorizar a saúde mental é obrigação.
“É necessário olhar para as nossas necessidades fisiológicas porque elas precisam ser atendidas. Quando não estamos bem psiquicamente, não conseguimos executar nossas ações no dia a dia. Então, o maior investimento que podemos fazer é estar bem emocionalmente e com as outras pessoas, além de aprender a falar sobre assuntos que não gostamos e compreender as dificuldades dos outros”, comenta a especialista em saúde mental pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e no atendimento de crianças e adolescentes, Luciana Gropo.
Setembro Amarelo
Há seis anos, o Brasil dedica o mês de setembro à agenda de ações de prevenção ao suicídio. Atualmente, o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens com idades entre 15 e 29 anos. Todos os dias, pelo menos 32 brasileiros tiram suas próprias vidas.
“Em 1994, um jovem americano de 17 anos de idade se suicidou em seu Mustang amarelo. O fato gerou uma grande comoção na região onde ele morava. No enterro do garoto, as pessoas colocaram laços amarelos, virando um ícone do combate ao suicídio. O suicídio sempre existiu, mas ainda há um tabu sobre o assunto”, lembra a médica Katia Petribu.
A palestra segue disponível no YouTube da Fundação Joaquim Nabuco, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=0iHf9RmkVzo
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