Lucilo Varejão Neto relembra história de seu avô, ‘o romancista de Olinda’
Quarta palestra do Celebrações da Memória visita bibliografia do escritor de O destino de Escolástica, nesta quarta (14), às 17h, via YouTube
O escritor Lucilo Varejão (1892—1965) nasceu no Recife, mas sua dedicação à cidade-irmã Olinda lhe rendeu o reconhecimento tal qual de um filho. Entre os títulos publicados, a trilogia Romances Olindenses (Civilização Brasileira, 1984) apresenta figuras do cotidiano do município histórico. Na quarta palestra do projeto Celebrações da Memória, nesta quarta-feira (13), às 17h, é a vez do presidente da Academia Pernambucana de Letras (APL) e escritor, Lucilo Varejão Neto, passear pela trajetória do avô, tido como “o romancista de Olinda”. A iniciativa, transmitida via YouTube, é uma parceria entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a APL.
“Durantes as décadas de 1930 a 1940, Lucilo Varejão foi considerado pela crítica como um dos grandes ficcionistas do Estado, ao lado de Mário Sette. Além de romancista, foi também contista, e com a obra A Teia dos Desejos obteve menção honrosa da Academia Brasileira de Letras”, recorda o presidente da APL. Autor do raro A Mulher do Próximo (Editora Monteiro Lobato, 1925), deixou os manuscritos inéditos Beco das Almas, publicado um ano após sua morte, e Baile das Máscaras (2001). “Ele cultivou também a crônica, escrevendo para o Diario de Pernambuco, Jornal do Commercio e Diário da Noite”, lembra Neto.
Vivendo parte da vida em Olinda, o homenageado foi funcionário público da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) e atuou como professor de francês e literatura francesa em escolas de renome no Recife, a exemplo do Ginásio Pernambucano. Varejão Neto conta que a vida literária do avô teve início em 1914, após publicar uma série de contos no Jornal do Recife. “A paixão pela literatura de ficção e o crescente reconhecimento lhe renderam um lugar na Academia Pernambucana de Letras, em 1931, quando ocupou a cadeira nº 9, vaga com o falecimento do historiador Pereira da Costa.”
Hoje à frente da APL, o Lucilo Varejão Neto reconhece a herança deixada pelo homem que admira muito além do nome e sangue. Sem o uso de pronome possessivo, reconhece-o como do mundo. “Como autor de teatro ele teve suas peças apresentadas no Brasil e exterior, como Casa de Gonçalo, Golias, o Bom Ladrão e tantas outras. Também não podemos omitir um livro que fez parte da formação de muitas gerações em Pernambuco, o título ‘Boa gente’, que foi reeditado pelo Governo do Estado em 1980. Poucos escritores deixaram este mundo tão marcante do seu amor por Recife e por Olinda quanto Lucilo Varejão”, diz.
Serviço
IV Celebrações da Memória — Lucilo Varejão
Palestra: Lucilo Varejão Neto
Data: 14 de outubro
Horário: 17h
No canal oficial da Fundaj
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