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Ensino Médio: 86,1% dos professores de Sociologia do NE não têm formação na área

Publicado: Terça, 27 de Outubro de 2020, 17h03 | Última atualização em Terça, 27 de Outubro de 2020, 17h40 | Acessos: 513

Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundaj discute Desafios na Formação da Licenciatura em Ciências Sociais em live no dia 9 de novembro, às 15h

No Nordeste, apenas 13,9% dos professores que ministram aulas de Sociologia no Ensino Médio têm formação adequada à área. Extraído dos Censos Escolares do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), este dado integra a pesquisa “Ensino Médio no Nordeste: desafios da qualificação do trabalho docente”, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que será apresentada no dia 9 de novembro, às 15h, na mesa virtual Desafios na Formação da Licenciatura em Ciências Sociais. Promovida pela Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), da Casa, a transmissão ocorre no canal oficial da Fundaj, no YouTube.

A mediação é da socióloga e pesquisadora da Dipes, Cibele Rodrigues, que explica que a mesa surgiu a partir do Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (Profsocio), parceria entre a Fundaj e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). “Nossas pesquisas começaram a problematizar a formação básica da graduação dos profissionais que estão no curso de licenciatura em Ciências Sociais. A ideia é discutir isso tanto em âmbito nacional, como região e no Estado. Vamos fazer um debate ampliado para a Colômbia, tanto para alunos da graduação quanto do mestrado ProfSocio”.

Um dos responsáveis pelo levantamento, o sociólogo e pesquisador da Fundaj Wilson Fusco conta que a análise destacou que, ao longo dos anos, o progresso na área foi ínfimo e confirmou a diferença entre o percentual de outras disciplinas. “A maioria dos docentes que ensinam Sociologia, no Brasil, não têm a licenciatura em Ciências Sociais ou bacharelado complementado por especialização. No Nordeste, em 2013, a proporção era de 12%. Ou seja, em 5 anos, um crescimento de menos de 2%. Para comparação, em 2018, o percentual de professores que ensinavam Português, em sala de aula, e possuíam formação relativa era de 72,7%”, adianta.

Para o coordenador do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Gilson Antunes, que participa do debate, é importante analisar quem são estes professores e quais suas dificuldades. “Historicamente, a introdução da Sociologia na matriz curricular das escolas se deu através do ensino por professores com outras formações e essa característica ainda perdura. No entanto, não mais pela falta do curso específico de formação docente”, aponta o coordenador. “Quando buscamos verificar em quais cursos [os profissionais] são formados, verifica-se que estão distribuídos entre História, Geografia e Pedagogia, em sua maioria.”

Recorrendo ao próprio Fusco e Alexandre Zarias, cientista social e pesquisador da Fundaj, Antunes lembra que a institucionalização da disciplina no Brasil é recente. A obrigatória de Sociologia e Filosofia, no ensino básico, só foi instituída em 2008, com a Lei Federal 11.684. “O ensino da disciplina tem sido utilizado como complementação de carga-horária por professores de História e Geografia. A falta de formação adequada representa um grande obstáculo para a qualidade das aulas e consolidação da Sociologia no currículo escolar.” Por outro lado, ele defende que a baixa procura pela formação também está relacionada à dificuldade de ingresso no mercado de trabalho.

Paradoxo que deve ser discutido no encontro online, que contará ainda com a participação de nomes nacionais e internacionais: Eliane da Fonte, professora do Departamento de Sociologia da UFPE e integrante do Programa de Educação Tutorial em Ciências Sociais, do Ministério da Educação (MEC), que fala sobre especializações e intercâmbios para profissionais da área; e a colombiana Ana Lucia Paz Rueda, diretora do Centro de Recursos para Aprendizagem (CREA), da Universidad Icesi, que compartilha a experiência do país vizinho e faz análise sobre a problemática na América Latina. Para garantir o certificado com carga-horário de 02 horas, o participante deve realizar a inscrição neste link.

Sobre os participantes

Wilson Fusco é pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco e professor do Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (Profsocio), e coordenador do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic/Fundaj/CNPq). Mestre em Sociologia (2000) e doutor em Demografia (2005), ambos pela Universidade Estadual de Campinas.

Gilson Antunes é coordenador do Curso de Ciências Sociais da UFPE e pesquisador do Núcleo de Estudos Humanidades, Mares e Rios. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1999), mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2002), doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2013).

Eliane da Fonte é tutora do Programa de Educação Tutorial em Ciências Sociais. Formada em Pedagogia (1975), mestra em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco (1980), doutora em Sociologia pela Universidade de Londres (1998) e pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Hamburgo (2006).

Ana Lucía Paz Rueda é diretora do Centro de Recursos para a Aprendizagem (CREA), da Universidad Icesi, na Colômbia. Formada em Sociologia, mestra em Sociologia pela Universidad do Valle e doutora em Educação, pela Universidade de Deusto, na Espanha.

Serviço
Dipes debate Desafios na Formação da Licenciatura em Ciências Sociais
Data: 9 de novembro
Horário: 15h
Transmissão no canal da Fundaj, no YouTube
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