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Ana Maria César explica a Revolução de 30 sob ótica nordestina

Publicado: Quarta, 11 de Novembro de 2020, 14h17 | Última atualização em Quarta, 11 de Novembro de 2020, 14h18 | Acessos: 322

A sétima live do Celebrações da Memória trouxe a escritora Ana Maria César que falou sobre a Revolução de 1930 a partir de uma perspectiva pouco explorada

 

O papel dos Estados de Pernambuco e da Paraíba na Revolução de 30 e quais foram os personagens que protagonizaram este período importante da história brasileira. Com esse olhar, a acadêmica Ana Maria César realizou a a sétima palestra do projeto Celebrações da Memória, uma parceria da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj)  com a Academia Pernambucana de Letras (ALP). O evento foi realizado na quarta-feira (11) no canal da Fundaj no YouTube e segue disponível para quem desejar acessar.

A escritora Ana Maria César é autora de um livro sobre a Revolução de 30 "Três homens chamados João". O Celebrações da Memória é um projeto fruto da parceria entre a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e a Academia Pernambucana de Letras (APL). Ana Maria é Bacharel em Direito e em Letras, membro da Academia Pernambucana de Letras, da Academia de Letras e Artes do Nordeste Brasileiro (onde exerceu a presidência em três gestões), da Academia Recifense de Letras e da União Brasileira de Escritores (UBE).

Ainda no Início da palestra, Ana Maria cita os autores que a ajudaram a embasar sua pesquisa que resultou no livro que escreveu. Segundo avalia, os acontecimentos do que ela reconhece ser a "Revolução de 1930", e que neste ano completam 90 anos, é o "maior movimento revolucionário da nossa história".

Os três homens chamados João a quem se refere Ana Maria César e que são o fio condutor de sua live são João Suassuna, deputado federal e posteriormente escolhido para ser presidente do Estado de Pernambuco, o advogado João Duarte Dantas e o presidente do Estado da Paraíba João Pessoa.

"Muito já se escreveu sobre os fatos que levaram a revolução de 30. No entanto, o enfoque do meu trabalho se direciona, aos dois estados do Norte: Paraíba e Pernambuco. Onde, de fato, teve início o movimento da Aliança Liberal. Que era formado pelos Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Frize-se bem, foi aqui que teve início o movimento da Aliança liberal. A Aliança Liberal foi mais do que um partido. Essa afirmativa pode parecer audaciosa, mas a pesquisa que realizei em nossos periódicos, atesta a sua veracidade. Poucos dias após a realização da convenção liberal, que homologou as candidaturas de Getúlio Vargas e João Pessoa, em oposição a chapa imposta pelo Catete, formada por Júlio Prestes e Vital Soares, a caravana pernambucana rumou ao vizinho estado para convidar João Pessoa a iniciar por Pernambuco a campanha aliancista e foi o que aconteceu", explica Ana Maria César.

Ana Maria faz importante contextualização que a transição do império para a federalização criou um vazio de poder na República que foi assumida por grupos familiares e que tinham forte influência na zona rural do País. Em um sistema de alternância de gestão, conhecido como política do Café com Leite, que estratificou a sociedade por décadas. "Nesse mesmo tempo em que em rios subterrâneos se cultivavam ideias novas como o tenentismo, a revolta constitucionalista, a Coluna Prestes, além do desenvolvimento econômico resultante da ascensão da classe média e da industrialização urbana", relaciona.

Nesta descrição, a escritora se atenta a todos os detalhes, explicando os antecedentes que culminaram na revolução. Incluindo o questionamento do resultado eleitoral das eleições presidenciais e a vitória de Júlio Prestes sob Getúlio Vargas nas urnas. Reforçando que naquele período existia uma desonesta tática conhecida como "degola", que era quando os eleitores (vale lembrar que o voto não era direito universal), eram impedidos de votar por alguma manobra do coronel ou do mais poderoso da região.

Naquelas eleições, dado todo esse contexto, um jornal estampou na manchete apenas a palavra "Fraude" e Ana Maria César diz que, com toda essa pressão, aos liberais restavam dois caminhos: a adesão ao vencedor ou revolução. "Preferiram o segundo, o que não foi fácil. Embora a Aliança Liberal fosse um movimento político, suas raízes se embutiam no subsolo revolucionário".

"Na Paraíba havia um movimento, havia uma convulsão interna e que terminou provocando exatamente um movimento que era do Brasil inteiro porque pegava MG, RS e muitos outros Estados que levou a uma revolução. Segundo Barbosa Lima Sobrinho, João Pessoa vivo foi uma verdadeira voz contra a revolução, mas João pessoa morto foi um verdadeiro rearticulador do movimento revolucionário", conclui.

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