Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Imprensa > Sem buscar serviços de saúde, homens morrem mais que mulheres
Início do conteúdo da página

Sem buscar serviços de saúde, homens morrem mais que mulheres

Publicado: Quarta, 25 de Novembro de 2020, 18h20 | Última atualização em Quarta, 25 de Novembro de 2020, 18h20 | Acessos: 264

Especialistas refletem sobre saúde masculina em live da Fundação Joaquim Nabuco, nesta quarta (25), sobre Novembro Azul

Dados do Ministério da Saúde apontam que a maior incidência de mortes na população entre 20 e 59 anos é de homens. Outro percentual preocupante relacionado ao gênero, é que ele representa 68% dos óbitos por doenças vasculares no Brasil. No mês de novembro, a campanha Novembro Azul convoca a atenção para a saúde masculina, sobretudo para o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Em live promovida pela Coordenação-Geral de Planejamento e Gestão de Pessoas, da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), nesta quarta-feira (25), o urologista Filipe Tenório, a endocrinologista Isabel de Souza e a nutricionista Juliana Paiva refletiram sobre desafios para o acompanhamento médico e o autocuidado.

Em sua fala, Isabel refletiu a importância da campanha. “Por que ter um mês dedicado ao homem?”, provocou. “Os homens procuram menos os serviços de saúde, quando procuram têm dificuldade em ficarem engajados, usar a medicação correta ou aceitarem diagnósticos. Têm, ainda, dificuldade para mudar o estilo de vida e maior acesso ao álcool e outras drogas. Ou seja, eles se cuidam muito pouco e, por isso, morrem muito mais”, refletiu a endocrinologista, que destacou uma estimativa de que homens vivam dez anos a menos que mulheres. Apontamentos que encontraram consonância na fala dos demais especialistas. 

Com suporte de imagens, Filipe explicou detalhes sobre o diagnóstico precoce do câncer de próstata, o tumor mais comum do homem e segunda causa de morte por câncer.  De acordo com o urologista, ainda não há prevenção para o tumor. “O câncer de próstata é uma doença silenciosa”, alerta. Por isso, o exame é essencial. A orientação geral é que os exames sejam iniciados a partir dos 50 anos de idade. No entanto, homens negros ou que têm histórico familiar — até segundo grau — de câncer de próstata devem iniciar a testagem mais cedo, aos 45 anos. Segundo os dados apresentados, 90% dos casos têm cura quando diagnosticado precocemente.

Por sua vez, Juliana Paiva lembra que muitas doenças são provocadas pelo estilo de vida. “Cada vez mais vemos que o poder do que pode acontecer está nas nossas escolhas, o que fazemos no dia-a-dia. Estima-se que 1/3 das mortes de câncer estão associados ao comportamento nutricional e ao estilo de vida. Como sedentarismo, obesidade e consumo excessivo de drogas.” A nutricionista esclareceu detalhes da produção de embutidos e temperos prontos, com adição de substâncias que podem ser cancerígenas. Em contrapartida, defendeu o consumo de alimentos antioxidantes e quimiopreventivos, presentes em frutas, vegetais e chá-verde.

Confira o debate, na íntegra, no canal da Fundaj no YouTube

Nova cultura
No bate-papo, os especialistas refletiram sobre as distinções na atenção de mulheres à própria saúde e aos homens. Provocado sobre o porquê do público masculino se manter relapso, o urologista Filipe Tenório apontou a tendência como cultural e familiar. Como exemplo, destacou que as adolescentes são orientadas pelas mães desde a primeira menstruação e já passam a ser acompanhadas pelos ginecologistas, enquanto os futuros homens aprendem sobre o corpo e educação sexual sozinhos, com amigos ou na internet. “Não é raro receber a visita de pacientes a partir dos 50 anos que nunca procuraram um médico. Na verdade, é a regra. Eles nunca tiveram uma consulta eletiva.”

Realidade que se estende em todo o território brasileiro. Por isso, em 2018, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) iniciou a campanha #VemProUro, focada em conscientizar os pais sobre a importância de acompanhar os filhos ao especialista. “Os pais devem levar os filhos ao urologista a partir dos dois anos, para conferir o desenvolvimento testicular e até possível fimose. Na puberdade, entre 11 e 13 anos, para acompanhar o desenvolvimento do corpo, conversar sobre vida sexual, masturbação. É nessa época que vários problemas de origem sexual acontecem e terão impacto na frente, sejam orgânicos ou psicológicos”, explica o especialista.

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o fundaj.gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de privacidade. Se você concorda, clique em ACEITO.