Fundaj debate educação e desinformação em programação especial dos 10 anos do Cieg
Pesquisadora debateu temas como literacia, redes sociais e informações de interesse para o cidadão comum
A live Educação para os media: Paulo Freire contra a desinformação foi ao ar na tarde desta quinta-feira (10) no canal da Fundação Joaquim Nabuco no YouTube. A atividade integra a celebração dos 10 anos do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados para a Pesquisa Social Mário Lacerda de Melo (Cieg), da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes). O trabalho é parte da pesquisa de pós-doutoramento em literacia dos media, feita entre 2019 e 2020 pela pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco, Patricia Bandeira de Melo, no Centro de investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa (CIES-Iscte). A mediação foi por conta da professora portuguesa Patrícia Ávila.
O debate abrangeu as questões da desinformação, da propagação de informações falsas, do interesse do cidadão comum e sua relação com as redes sociais. "Pensando com Paulo Freire que é a base teórica do meu estudo, a gente tem que pensar que a leitura do mundo tem que anteceder a leitura da palavra", explica Bandeira de Melo ao justificar a escolha do educador e filósofo como pivô em suas pesquisas.
A pesquisadora explicou que a inquietação para o estudo veio em saber lidar também com a informação que se lê, mas principalmente com a informação que se partilha. "Estudar formas de conquista da literacia em media e informação por meio de um processo de ‘alfabetização’ midiática e informacional de modo a impulsionar nos indivíduos as competências críticas de que precisam para que possam adotar as medidas apropriadas para o exercício da cidadania", afirmou.
Dentre os dados apresentados na live está o de que, no Brasil, pessoas classificadas como analfabetas funcionais são usuárias frequentes de redes sociais. Outras informações relacionadas a dados de leitura -tanto sobre o Brasil quanto sobre Portugal- também foram citadas. Na realidade portuguesa, a professora Patrícia Ávila apontou uma diminuição no hábito de leitura em grupos específicos.
"Efetivamente chegou-se a essa conclusão, de que havia uma evidência clara de uma diminuição da porcentagem de alunos que dizia ter lido um livro no último ano. Esse dado é consistente com outros estudos e outros indicadores que mostram que essa diminuição da leitura de livros não está afetando apenas os jovens, está a afetar também os adultos.” Ela explicou que, em particular, esses dados afetam os mais escolarizados, que eram os que dedicavam mais tempo à leitura. A pesquisadora apontou também uma “diminuição das taxas de leitura que tem a ver com a multiplicidade de atividades que cada um de nós realiza e com os tipos de informação que temos para ler."
"Efetivamente chegou-se a essa conclusão, de que havia uma evidência clara de uma diminuição da porcentagem de alunos que dizia ter lido um livro no último ano. Esse dado é consistente com outros estudos e outros indicadores que mostram que essa diminuição da leitura de livros não está afetando apenas os jovens, está a afetar também os adultos.” Ela explicou que, em particular, esses dados afetam os mais escolarizados, que eram os que dedicavam mais tempo à leitura. A pesquisadora apontou também uma “diminuição das taxas de leitura que tem a ver com a multiplicidade de atividades que cada um de nós realiza e com os tipos de informação que temos para ler."
Patrícia Bandeira de Melo utilizou a Unesco como exemplo para definir o que é a literacia midiática. "Uma pessoa dotada de literacia em media e informação não deve apenas ser um consumidor do conteúdo midiático, mas também um responsável analista de informações, criador e inovador de conhecimento, capaz de tirar proveito de uma gama diversificada de informações e ferramentas de comunicação e media. A LMI é definida como um conjunto de competências que empodera os cidadãos para acessar, compreender e avaliar, bem como compartilhar informações e conteúdos de forma crítica, ética e eficaz, para participar e se engajar em atividades pessoais, sociais e profissionais", reforçou.
Redes Sociais