Sonora Coletiva convida Romulo Fróes para falar sobre a pluralidade da música popular brasileira do século XXI
A grande diversidade da música popular brasileira no século XXI entra em pauta em live nesta quarta (16), às 19h, no Canal multiHlab, do ProfSocio/Fundaj
Se musicalmente o século XX foi marcado pelo surgimento da canção brasileira e seus diversos gêneros, da bossa nova e do tropicalismo, e da chamada música popular brasileira (MPB), tendo os discos, o rádio e a TV como meios de difusão, o início do século XXI parece ter ampliado exponencialmente os horizontes da música produzida no país a partir do surgimento e uso de novas tecnologias de gravação e divulgação. Os impactos que tais mudanças têm operado, inclusive na criação de melodias e letras, por exemplo, e na invenção de novos gêneros musicais serão temas do bate papo com o compositor, cantor e produtor musical paulista Romulo Fróes, que acontecerá na próxima quarta-feira (16), às
19h, pelo canal do Canal multiHlab, no YouTube, como parte das atividades do Sonora Coletiva, da Revista Coletiva, da Fundação Joaquim
Nabuco (Fundaj).
Um dos nomes mais importantes de uma geração que já foi identificada como “Nova” ou “Novíssima” MPB, Romulo Fróes vai conversar com os pesquisadores Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto, responsáveis pelo canal experimental multimídia Sonora Coletiva. Os três pesquisadores da Fundaj vêm igualmente desenvolvendo atividades relacionadas ao Núcleo de Imagem, Memória e História Oral (NIMHO), do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira (Cehibra), coordenado por Cristiano Borba, no âmbito da música produzida em Pernambuco entre os anos 1970 e 2000. Em entrevista recente ao canal da Rádio Batuta do Instituto Moreira Sales, no YouTube, Romulo Fróes afirmou que “a música brasileira é gigante”. E, por isso, faz questão de deixar claro que fala a partir de sua experiência musical pessoal. “Eu falo a partir da minha produção pessoal, de onde estou inserido. Então, faço parte de uma música que, no século XX, seria chamada de MPB. Tanto que, durante muito tempo, os jornalistas tentaram cravar um ‘Nova MPB’ nessa geração, que começa a produzir a partir de 2000.
Isso resolvia um tanto do que a imprensa queria dizer”. Para Fróes, portanto, falar da música que se faz atualmente no Brasil nos obriga a abordar o que se produzia no século passado, mas, principalmente, tratar da enorme diversidade musical que temos hoje no país, possibilitada, em larga escala, pela introdução de novas tecnologias e cadeias produtivas. Essa será a terceira live do Sonora Coletiva realizada desde novembro em que a música tem sido um dos temas principais. Para Velho Barreto, “isso não é por acaso”. E explica: “Certamente, a música foi, ao lado do futebol, a forma de expressão de nossa cultura popular mais importante na definição da identidade nacional, algo marcante no século passado, e um tema caro aos que lidam com a área das ciências humanas, o que por si só já justifica nossa opção inicial”. Já o coordenador do NINHO, Cristiano Borba, complementa lembrando que “tem outra razão de natureza também institucional, já que atualmente estamos desenvolvendo na Fundaj um projeto para ampliar o acervo do NIMHO/Cehibra, agora na área da música, e isso abre novas perspectivas para essa área da Instituição, no que diz respeito ao seu acervo de história oral e para futuras pesquisas.”
O paulista Romulo Fróes tem oito álbuns individuais, e três com o grupo Passo Torto, do qual fez parte, e participou de discos de vários artistas. Tem músicas gravadas por Elza Soares, Ná Ozetti, Juçara Marçal, Rodrigo Campos, Jards Macalé, entre outros, além de ter produzido o primeiro álbum de inéditas da consagrada cantora Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo. Ao lado da letrista pernambucana Alice Coutinho, é coautor da música que dá título ao álbum e se tornou uma espécie de hino de coletivos femininos. Mas também de afirmação de Elza Soares como símbolo dessas lutas e da nova fase de sua carreira. Logo depois coproduziu o álbum seguinte da cantora carioca, Deus é Mulher, e fez a direção artística do aclamado álbum Besta Fera, de Jards Macalé. Além de escrever sobre a temática da live, durante a pandemia, Romulo Fróes passou a ministrar cursos e oficinas sobre a música popular brasileira.
Saiba mais
SONORA COLETIVA é o canal experimental multimídia da revista eletrônica de divulgação científica Coletiva, publicada pela Fundação Joaquim Nabuco. Sediada em Recife, disponibiliza dossiês temáticos com uma perspectiva de diálogo entre saberes acadêmicos e outras formas de conhecimento, prezando pela diversidade sociocultural e liberdade de expressão. É voltada para um público amplo, curioso e crítico. O projeto integra o Mestrado Profissional de Sociologia em Rede Nacional (ProfSocio), o Laboratório Multiusuários em Humanidades (multiHlab) e a Villa Digital, envolvendo ainda as diversas diretorias da Fundação Joaquim Nabuco.
Serviço
Sonora Coletiva conversa com Romulo Fróes
Participantes: Allan Monteiro, Cristiano Borba e Túlio Velho Barreto
Data: quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Horário: 19h
Transmissão no Canal multiHlab
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