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No Dia da Poesia, live destaca movimento de poetas negros e São Francisco

Publicado: Segunda, 15 de Março de 2021, 10h53 | Última atualização em Segunda, 15 de Março de 2021, 10h53 | Acessos: 178

Na transmissão "Castro Alves: poesia e contemporaneidade", pesquisadora da Fundaj menciona Conceição Evaristo e Hip-Hop

 

O que permanece e o que mudou no Brasil 150 anos após a morte de Castro Alves? Pergunta pertinente neste domingo (14), data do nascimento do poeta baiano. Não por acaso, o Brasil celebra o seu Dia Nacional da Poesia. Nesta tarde, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) promoveu a transmissão virtual "Castro Alves: poesia e contemporaneidade". A iniciativa contou com a participação da historiadora e pesquisadora da Fundaj Cibele Barbosa e do professor Edvaldo Nascimento e continua disponível no link abre.ai/castrocontemporaneo.

No evento, o público foi convidado a refletir sobre aspectos da obra do poeta homenageado que se mantiveram atuais. Na programação, temáticas como escravidão e negritude, retratadas em títulos como "O navio negreiro" (1880) e "Os Escravos" (1883) . “Castro Alves é alguém que está imerso numa sociedade escravista, urbana e que se sensibiliza. Leitor de uma literatura de denúncia social, de contestação”, contextualiza Cibele Barbosa, ao comentar leituras do baiano, a exemplo de "Les Misérables", clássico do francês Victor Hugo que trata de exclusão social.

Para a pesquisadora, a desumanização é o principal alvo na poesia do jovem Castro Alves. “Ele está sempre provocando os seus pares: ricos, brancos e escravocratas.” Ela destaca a consolidação de um movimento que trata as questões de diáspora a racismo. “Colocaria nesse hall uma grande poeta negra: Conceição Evaristo. Ela que, no seu lugar de fala, lembra da sua avó que foi escravizada. Hoje temos tantos jovens negros em slams [competições de poesia], no hip-hop, que são protagonistas destes movimentos poéticos que denunciam a escravidão contemporânea”, aponta.

Em sua participação, Cibele Barbosa leu o poema ‘A canção do africano’, presente no título "Os Escravos" (1883), enquanto imagens de mulheres e homens negros de ascendência africana foram exibidas. Os registros pertencem ao acervo do Centro de Estudo da História Brasileira (Cehibra), da Fundaj. Outro aspecto que não escapa ao evento é a geografia descrita por Castro Alves. Pesquisador dos sertões nordestinos, o professor Edvaldo destaca a relação do título do homenageado com a atualidade do São Francisco. “Considero que alguns trabalhos ajudaram a constituir o imaginário em torno do rio”, adianta.

Da literatura que, segundo Nascimento, ajuda a consolidar a região do São Francisco, ele destaca "Heinrich Wilhelm Ferdinand Halfeld", o "Diário do Imperador" e "A cachoeira de Paulo Afonso" (1876), de Castro Alves. “Ao recorrer a ele e à sua poesia reflito como é contemporâneo e no faz pensar o presente. Ele já chamava atenção para um tema que hoje é caro.” Ao fim do evento, Edvaldo leu o poema ‘A queimada’ enquanto foram exibidas imagens de Franz Post e E. F. Schutz, do MASP; um trecho do filme "Delmiro Gouveia: o homem e a terra", de Geraldo Sarno e o instrumental do Quarteto Romançal.

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