Antônio Campos comenta mudanças do mercado editorial em sessão da APL
Reunião foi promovida nesta segunda (26), via Google Meet
Não houve um só setor que não tenha sofrido os impactos da pandemia da Covid-19 no mundo. Em meio ao cenário dramático de incertezas, com a crise sanitária, a promoção de iniciativas e o consumo de serviços no universo digital vive um verdadeiro “boom”. E como isso afeta o mercado editoral dos livros? A problemática foi assunto da reunião ordinária da Academia Pernambucana de Letras (APL), nesta segunda-feira (26), via Google Meet. Detentor da cadeira nº 25, o acadêmico, escritor e presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Antônio Campos, foi o responsável por estimular as reflexões acerca o tema.
“É preciso perceber a crise e pensar caminhos”, afirmou, ao falar de empresas como a Amazon. “A Amazon Books dominou o mercado brasileiro e tem uma grande importância no mercado mundial. O livro consumido através do Kindle ou de qualquer outra plataforma é uma realidade crescente no globo. Não quero pregar a morte do livro em papel, o que de modo algum ocorrerá. Mas é fato que muitas mudanças estão acontecendo e devem continuar”, disse, ao comentar tendências no que chamou de Era da Aceleração Digital.
Antônio recordou o centenário do bibliotecário pernambucano Edson Nery da Fonseca (1921—2014), um dos maiores defensores do livro no Brasil, e, também, do jornalista e cronista Antônio Maria (1921—1964), e sua crônica ‘Café com Leite’. Participaram da sessão o presidente da APL, Lucilo Varejão Neto, e os acadêmicos e escritores Letícia Monteiro Cavalcanti, Lourdes Sarmento, Flavio Brayner e Margarida Cantarelli. Admaldo Matos, Ana Maria César e Fátima Quintas defenderam a importância do livro impresso como registro sociocultural e adicionaram outras contribuições à discussão.
Na conclusão, o palestrante comentou ainda a adaptação dos escritores aos novos tempos. “O escritor é o seu próprio editor. O que não quer dizer que a figura do editor irá desaparecer. As redes sociais são um importante instrumento, por isso é necessário que cada um alimente a sua própria plataforma”, disse, ao lembrar do escritor José Nivaldo Jr., que disse já escrever suas produções em seu próprio celular. “O melhor amigo do homem é o livro. O livro é um elemento civilizador e aonde quer que se chegue e o encontre, aí o homem saberá que o processo civilizatório chegou”, concluiu. A próxima reunião da APL acontece no dia 10 de maio.
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