Pesquisador da Geografia da Saúde evidencia difusão temporal da Covid-19 em debate sobre impacto da pandemia na arquitetura e nas cidades

Seminário do Programa de Pós de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFAL foi realizado virtualmente nesta quarta-feira (19)

Palestra virtual produzida como parte da disciplina Seminários de Integração do Programa de Pós de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o “Ciclo de Debates sobre o impacto da pandemia do Covid-19 na arquitetura e nas cidades” foi transmitido ao vivo pelo canal do PPGAU UFAL no YouTube, nesta quarta-feira (19).

Participaram do webinário o pesquisador e coordenador do Centro Integrado de Estudos Georreferenciados (Cieg) da Fundaj, Neison Freire, o geógrafo Heitor Levy Praça, doutor em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colaborador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o professor da UFAL Fernando Sá Cavalcanti, que foi o mediador do debate.

Neison Freire destacou que a Fundaj iniciou, ainda em março de 2020, um estudo multissetorial sobre a pandemia do Covid-19. De lá pra cá, foram encontrados diversos resultados a partir do extenso trabalho de pesquisa, com um mapeamento detalhado denominado painel da Covid-19 em Pernambuco e na Região Metropolitana do Recife, além de notas técnicas, seminários, mapas e vídeos da pandemia.

“Fizemos um estudo relacionado ao número de casos confirmados e de óbitos na Região Metropolitana do Recife. A partir de indicadores e variáveis censitárias, que nos permitiram calcular o índice de vulnerabilidade social, constatamos que os bairros mais pobres apresentam maiores variações. Isso se deve a vários fatores, como o da nossa herança histórica, principalmente devido à ineficiência na infraestrutura urbana”, afirmou o pesquisador.  

Ele alertou também que é preciso seguir monitorando a situação. “No momento em que a pandemia da Covid-19 está em pleno curso, muitas incertezas fazem parte deste processo. Não é um desastre na saúde que passou. Inclusive, já observamos no seminário passado as dimensões do risco associadas ao desastre de um modo geral, como a periculosidade, a exposição e a vulnerabilidade social, que é marcante principalmente nas regiões de economias retardatárias como é o caso da maioria das cidades de Alagoas”, comentou.

Desde 2009 trabalhando no campo da Geografia da Saúde, Heitor Levy mostrou resultados oriundos dos artigos científicos “Vulnerabilidade a formas graves de COVID-19” e “A difusão espacial da Covid-19 no Estado do Rio de Janeiro”. Sua apresentação levou como tema “Vigilância de base territorial e COVID-19, uma análise da cidade e do estado do Rio de Janeiro, Brasil”.

“Foi observado que o padrão de difusão temporal da Covid-19 tem como polo difusor inicial a região metropolitana, mais especificamente a cidade do Rio de Janeiro, e a posteriori as capitais regionais Volta Redonda e Campos. Em sequência, os centros regionais, centro de zonas e centros locais. Destacamos também que a metrópole possui fluxo de conexão com todas as capitais regionais e centros sub-regionais, enquanto outros municípios de outras classes de hierarquia urbana possuem conexões com territórios adjacentes”, ressaltou Heitor.

Ele acrescentou que “foram identificados três eixos principais de difusão temporal no Estado do Rio de Janeiro, todos partindo da região metropolitana, onde destacam-se as cidades do Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias e Nova Iguaçu”.  

Palestras

Todos os seminários de Integração do Programa de Pós de Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFAL realizados até aqui estão disponíveis no canal do PPGAU UFAL no YouTube. Confira o último deles: “Impacto da pandemia do Covid-19 na arquitetura e nas cidades”. (https://bit.ly/3bGNzoB)