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Impactos da pandemia na pesca artesanal é tema de Ciclo de Debates Virtuais de Frente Pra Costa

Publicado: Quarta, 09 de Junho de 2021, 16h04 | Última atualização em Quarta, 09 de Junho de 2021, 16h04 | Acessos: 203

Encontro foi transmitido nesta sexta-feira e contou com a participação de quatro palestrantes

 

Quais são os impactos que a pandemia da Covid-19 na pesca artesanal? Essa foi a pergunta central no terceiro Webinário De Frente pra Costa de 2021 “Covid 19 e as Populações que vivem de Pesca Artesanal”. O encontro virtual aconteceu nesta sexta-feira (28) no YouTube da Fundação Joaquim Nabuco e foi co-coordenado pelo Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) e pelo Centro de Estudos de Cultura, Identidade e Memória (Cecim), da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes).

A live começou com uma palestra de Daniela Kalikoski, que é Oficial de Pesca da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), sobre a proteção social no setor da pesca e aquicultura. Ela destacou o trabalho que é feito na instituição e a importância de se desenvolver políticas públicas para reduzir a pobreza e má nutrição, além da adaptação às mudanças climáticas e o empoderamento das pessoas que vivem de subsistência artesanal.

“A pandemia expôs as lacunas existentes nas disposições de proteção social que não podem ser preenchidas apenas através de compensações de curto prazo. Os programas de proteção social devem ser projetados com uma abordagem sensível ao gênero”, destacou a palestrante. Ela explicou que a maioria dos países desenvolvidos implementou programas amplos de estímulo econômico nesse período da pandemia.

Seguindo a mesa, a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Maria Christina Araújo, chamou atenção para os impactos do lixo na pesca artesanal. A pesquisadora destacou os principais prejuízos para o meio ambiente e para os pescadores, em decorrência da poluição por resíduos sólidos no mar.

“Além da questão do lixo, que é muito antiga e difícil de solucionar, temos ainda o adicional dos problemas da Covid para a pesca artesanal, que causou forte impacto econômico e social nas colônias. É uma adição de problemas”, completou Maria Christina.

Naína Pierri, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro do Grupo Observatório dos Impactos do Coronavírus nas Comunidades Pesqueiras, deu seguimento ao debate falando sobre o trabalho no observatório, que visa levantar casos de Covid-19 nas comunidades pesqueiras e divulgar medidas preventivas para esses grupos.

O Observatório reúne lideranças dos principais movimentos nacionais dos pescadores artesanais (ANP, MPP e CONFREM), o Conselho Pastoral da Pesca e diversos apoiadores tais como professores, pesquisadores e técnicos de instituições parceiras e ONG’s. Os dados sobre o COVID nas comunidades são repassados principalmente pelos pescadores, os que, junto com outras informações se compartilham num grupo de Whatsapp. Também se disponibiliza um formulário específico de coleta num blog onde se publicam boletins diários e semanais (observatoriocovid19pescadores.blogspot.com). “O observatório é uma iniciativa política dos pescadores artesanais para se contrapor à invisibilização da qual são objeto por parte do governo e se constitui numa ferramenta de autodefesa sanitária e política, que tem capacidade de gerar mobilizações na sua defesa. Também compartilha e anima as múltiplas formas de luta e solidariedade praticadas pelos pescadores em defesa dos seus direitos”, ressaltou Pierri.

A última palestrante do evento foi Ana Paula de Oliveira, representante da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, grupo que atua na APA Costa dos Corais, nos estados de Alagoas e Pernambuco e é formado para estimular o empoderamento e a participação das pescadoras na conservação ambiental e valorização da própria cultura. Ana Paula também é pescadora e falou sobre as dificuldades encontradas pelo grupo durante a pandemia. Ela explicou a iniciativa de criar um site para comercializar os produtos, como alternativa nesse período.

“Tivemos dois impactos que foram muito grandes na vida das pescadoras: o derramamento do óleo e, em seguida, a Covid. Ela trouxe sequelas na saúde das pescadoras e também um prejuízo muito grande na questão da comercialização porque as mulheres não poderiam sair para comercializar o seu pescado”, afirmou Ana Paula.

Ao longo do webinário, o público interagiu simultaneamente através do bate-papo, gerando debates entre si e, no fim, fazendo perguntas para as palestrantes. A pesca artesanal é uma das atividades mais tradicionais no Nordeste do Brasil. Com alta importância social, cultural e econômica, esse foi um dos setores que sofreu os impactos da pandemia da Covid-19, prejudicando ainda mais os grupos que já vivem em situação de vulnerabilidade. A mesa foi mediada pela pesquisadora da Fundaj Solange Coutinho e Beatriz Mesquita, também pesquisadora da Instituição, foi a debatedora. O webinário está disponível no canal do YouTube da Fundaj.

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