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IV Jornada de Estudos das Infâncias é finalizada promovendo debates sobre efeitos da Covid-19 na vida das crianças

Publicado: Sexta, 08 de Outubro de 2021, 15h44 | Última atualização em Sexta, 08 de Outubro de 2021, 15h44 | Acessos: 121

O evento online ocorreu de 5 a 7 de outubro e ofereceu certificado de participação


Partindo da temática “Infâncias Insistem e Resistem: Vivências e Experiências de Crianças na Pandemia de Covid-19”, a IV Jornada de Estudos da Infância, realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Culturas e Identidades (da Fundaj e UFRPE), chegou ao fim, na tarde da quinta-feira (08) e foi marcada, em seu encerramento, por uma palestra pela manhã e dois painéis à tarde com a presença de profissionais da educação, como pedagoga, auxiliar de desenvolvimento infantil, coordenadora pedagógica e psicóloga escolar.

Na última manhã da conferência virtual, a palestra “Brinquedos e brincadeiras na pandemia: o papel do lúdico na educação infantil” foi mediada pela coordenadora Karla Aprígio e ministrado pela conferencista Marlene Burégio. A conversa propôs um debate sobre o espaço tempo do brincar, quais seriam as lembranças que essas crianças, que estão crescendo durante este período pandêmico, estão vivenciando, além da importância da participação ativa da criança nessas narrativas lúdicas. “As crianças não brincam com os brinquedos em sua materialidade, mas sim na sua imaterialidade! Essa troca reside na intenção e no deixar se surpreender pela capacidade educacional e imaginativa que a brincadeira apresenta às crianças”, afirmou a doutora em educação Marlene Burégio.  A conclusão do debate propôs uma reflexão sobre as minúcias educativas do adultocentrismo e sobre como é preciso, por fim, deixar a própria criança ter essa autonomia ao brincar sem a interferência limitante de terceiros. 

Dando continuidade a programação do último dia, o primeiro painel da tarde teve como tema "Educação Infantil na Pandemia: recriação de práticas e construção de novos saberes". Emília Juliana foi uma das palestrantes e refletiu sobre as práticas de duas educadoras infantis no ensino remoto. "Eu entendo a educação como um ato político e também porque tenho um compromisso com aquelas crianças e com aquela comunidade", explicou. Ela ainda destacou a importância da valorização da parceria escola-família. As outras conferencistas presentes no painel foram Graça Lins e Dayse Mesquita, que apresentaram uma pesquisa sobre as vivências brincantes durante a pandemia, e Fernanda Alencar, que ressaltou como a pandemia intensificou as desigualdades sociais e raciais.

Em seguida, no painel final da jornada, Ana Júlia, Mariana Uchoa, Riva Cohen e Rosimere Penha discutiram o tema "Vivências e Experiências na Pandemia: as infâncias resistem". A pesquisa apresentada buscou entender as vivências e percepções das crianças acerca da ausência da escola durante o período de isolamento social. "É importante considerar a criança como um sujeito, capaz de ressignificar e reinterpretar os acontecimentos e as informações que os adultos lhes apresentam", disse Rosimere. Elas ainda destacaram que é essencial que a escola seja pensada a partir da perspectiva da criança.

O encerramento do evento ficou por conta da pesquisadora Juceli Bengert. Ela explicou como funciona o Grupo de Pesquisa Infância e Educação na Contemporaneidade (GPIEDUC) e de que forma o público pode acessar os trabalhos publicados por ele. "Nesses dois últimos anos, a gente tem trabalhado muito com os documentos da pandemia, sobre algumas demandas que surgem dos próprios estudantes do nosso grupo", contou. 

Palestras
A IV Jornada de Estudos das Infâncias teve início na terça-feira (5) com uma conversa sobre “Pesquisas em Educação Infantil em Tempos de Pandemia”. Mediada pela coordenadora do evento, Patrícia Simões e ministrada pela conferencista Vera Vasconcellos, a palestra buscou entender a subjetividade dos profissionais de educação, assim como das crianças nestes tempos desafiadores. Além disso, foram abordados os efeitos do isolamento e da suspensão das aulas nas escolas das crianças, na ocupação dos espaços públicos e na educação. “Por causa da pandemia, elas perderam o convívio, um espaço de brincadeira para elas. Nas nossas unidades de educação infantil, por mais simples que sejam, são ambientes pensados para crianças, lá elas estão bem colhidas pelo espaço físico e pelos professores”, afirma Vera.

Na segunda manhã de jornada, foi apresentada a palestra “Infâncias Negras Resistem”, mediada pela coordenadora Adalgisa Leão e com participação das conferencistas Claudilene Silva, doutora em educação pela UFPE, e Gabriele Baptista. O encontro propôs um diálogo sobre a operação do racismo nas práticas educativas infantis e no ambiente escolar, além do papel da escola como um ambiente de construção identitária positiva do indivíduo. Para Claudilene Silva, há uma diversidade muito grande de vivências nas infâncias negras, que não são experienciadas da mesma forma como nas demais crianças. “É preciso pensar essas infâncias a partir de um diálogo com as questões raciais, pois o racismo atravessa nossas práticas educativas e isso impacta nossas relações, sejam escolares ou não”, afirmou a conferencista. 

Painéis
A exibição dos painéis da IV Jornada de Estudos da Infância ocorreu pelo horário da tarde e no primeiro dia de conferência virtual, foram  apresentados os temas para debate “Políticas de Educação Infantil na Pandemia de Covid-19: desafios e enfrentamentos” e “Composições, dizeres, aprenderes, fazeres e gestos das crianças e da infância: o que nos dão a ler e a pensar a Educação Infantil?”.

Na primeira atividade da tarde, três pesquisas foram explanadas e expuseram aspectos das políticas adotadas para o ensino da Educação Infantil em meio a pandemia da Covid-19. Nas Considerações Finais da pesquisa exposta pela pesquisadora Patrícia Simões, ela afirmou: “percebemos que durante o tempo de aulas remotas, a prioridade era dada para a manutenção de vínculo entre alunos e professores. Com a pesquisa, entendemos também a necessidade de reflexão sobre a identidade da Educação Infantil.” No painel seguinte, foi discutida a pesquisa “A Infância e seus Gestos no Espaçotempo do 1° Ano do Ensino Fundamental: pensando outros inícios para a Escola”, na qual foi abordada toda a criatividade e ludicidade da aprendizagem infanto-juvenil. “Pensando sobre esse tema, precisamos entender os gestos que interpelam o tempo cronológico da vivência escolar. A escola é um espaço de vida e movimento”, destacou a pesquisadora Juliana Almeida. Depois, foram apresentadas outras duas pesquisas, dentro do mesmo universo. 

O segundo dia da jornada foi contemplado por painéis que trouxeram para discussão, as principais mudanças sentidas pelos pequenos e as medidas adotadas para amenizar esses impactos, sendo assim foram apresentadas, simultaneamente, as lives “Pandemia, espaços e tempos: as infâncias insistem” e “Tecendo resistências com infâncias no laço social”.

No primeiro painel, a especialista em gestão de pessoas e assistente social, Flávia Regina, abordou o papel fundamental das Organizações não Governamentais (Ongs) na assistência de crianças e adolescentes durante o momento pandêmico.  Em seguida, a pedagoga Karla Pereira, abordou a importância do lúdico no atravessamento deste período delicado, “ Além da interatividade, o brincar também traz a ludicidade. É brincando que a criança sente muita liberdade de  fazer e você sentir prazer em realizar algo, demanda primeiro a liberdade da escolha e de participação”, afirmou. Já na live “Tecendo resistências com infâncias no laço social”, para debater acerca dos efeitos na  educação infantil da utilização massiva de recursos tecnológicos como ferramentas de aprendizagem na pandemia da Covid-19, houve a participação de integrantes do grupo de pesquisa de Desenvolvimento Educacional e Desenvolvimento Sustentável (DEMULTS), da Universidade Rural de Pernambuco. A pesquisadora, Marta Cordeiro, falou de sua pesquisa sobre o tema, “ A gente sabe que muitas crianças não têm condições de possuir celular. Além da falta de equipamentos e de internet, a motivação de estudar também foi prejudicada durante o tempo de isolamento social, já que uma tela não é a mesma do que ter um professor ao lado, auxiliando.”

Todo conteúdo apresentado durante o evento segue disponível para acesso no canal do YouTube da Fundação Joaquim Nabuco.

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