Fundaj debate ações de enfrentamento à Violência Contra a Mulher

O encontro, realizado nesta segunda-feira (07) no Cinema do Museu, reuniu representantes de várias instâncias da Sociedade Civil para uma troca de experiência sobre o que está sendo feito de concreto para enfrentar o feminicídio. O Seminário Internacional Pelo Fim da Violência Contra a Mulher faz parte da campanha mundial 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, da qual a Fundaj faz parte.

As atividades começaram por volta das 10h. As mesas Boas Práticas pelo Fim da Violência contra as Mulheres 1 e 2 aprofundaram o tema a partir dos relatos de experiências de algumas das mais destacadas lideranças femininas no âmbito governamental do Estado. Na mesa 2, a secretária da Mulher de Pernambuco, Silvia Cordeiro, falou sobre a atuação política da Secretaria e as políticas de enfrentamento de violência de gênero contra as mulheres no Estado; Inalva Moreira, Gestora do Departamento de Polícia da Mulher (DPMUL), falou sobre suas experiências na Delegacia da Mulher e as do seu cargo atual; e Marylusia Feitosa, Juíza do Tribunal de Justiça de Pernambuco – 2ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, explanou sobre a Lei Maria da Penha, e de outras medidas protetivas às mulheres garantidas por lei.

Na mesa 1, Nivete Azevedo, do Centro das Mulheres do Cabo, trouxe a experiência do Centro que coordena e das ações em prol do empoderamento das mulheres do município, como alfabetização, a Rádio Mulher, criação de creches e discussões políticas sobre direitos das mulheres; Marinez Bassotto, do Serviço Anglicano de Diaconia e Desenvolvimento (SADD) – Igreja Episcopal Anglicana do Brasil,  destacou a atuação do Serviço Anglicano em prol de direitos feministas e da oposição da Igreja Anglicana à repressão religiosa sobre esses direitos; por fim, o professor Jorge Lyra, docente e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Gênero e Masculinidades (GEMA/UFPE), falou sobre a participação dos homens na luta feminista e no combate à descriminalização do aborto. Cristina Buarque e Luciana Marques coordenaram as mesas.

Religião – A teóloga feminista Ivone Gebara, que também é conselheira da ONG Católicas pelo Direito de Decidir e a professora Denise Botelho, da UFRPE, compuseram a mesa Religião pelo Fim da Violência contra as Mulheres. Denise falou sobre o respeito pelo Feminino no Candomblé: Reflexões sobre raça e gênero sob a perspectiva das Religiões de Matrizes Africanas, Territórios Ancestrais e Corpo e Ideologia no aspecto feminino “É importante entender a relação entre corpo e ideologia para vermos como essa junção cria uma séria violência contra a mulher”, alerta.

Ivone Gebara iniciou sua fala lançando uma pergunta ao público. “Qual é o lugar das mulheres na relação entre a violência contra as próprias mulheres e a religião?”, perguntou a teóloga, que discorreu sobre as Religiões Monoteístas. Lilian Lira (Fundaj) coordenou a mesa.

Abertura – Além da Secretária da Mulher de Pernambuco, participaram da mesa de abertura, Alessandro Carvalho (Secretaria de Defesa Social de Pernambuco), Vera Braga (Gerência de Políticas Educacionais de Educação Inclusiva, Direitos Humanos e Cidadania), Luciana Marques (Fundaj) e o presidente da Fundaj, Paulo Rubem Santiago, que reforçou a importância das discussões em para a promoção de uma reflexão e mudança social e da cultura machista.