Curso Comunicação e Construção Social da Imagem

O Projeto FUNDAJ/UNESCO 914BRZ1144-7, de fortalecimento da capacidade institucional da FUNDAJ nos processos de desenvolvimento de pesquisas na área de avaliação de políticas públicas em Educação e nos processos de preservação e ação educativa do Museu do Homem do Nordeste, é destinado a servidores da instituição, estudantes e profissionais de áreas afins, com a realização do Curso Comunicação e Construção Social da Imagem, gratuito e com vagas limitadas(20).

Calendário

Local:

Museu do Homem do Nordeste

Av. 17 de agosto, 2187

Recife, Pernambuco

CEP: 52061-540

Inscrições: Através do e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

As temáticas nas quais serão desenvolvidos os seminários de estudo têm como objetivo dar conta da compreensão da imagem em diferentes aspectos que possam contribuir para o aperfeiçoamento das ações educativas realizadas na Fundação Joaquim Nabuco, permitindo aos participantes do curso a aproximação com diferentes aspectos e problemáticas da utilização da imagem na sociedade, seja através de instituições, como é o caso dos museus, ou de experiências comunitárias diversas, que evidenciam a transformação, sobretudo pela facilidade de acesso, e os usos da imagem na contemporaneidade.

Metodologia: Cada seminário do curso contará com a leitura da bibliografia sugerida e exibição de material audiovisual para discussão. Os participantes do curso também terão acesso a coleções de imagens fotográficas do acervo da Fundaj, as quais servirão de objeto de análise durante o curso.

Eixos temáticos:

1 - A imagem como memória

Objetivos: Inserir a imagem no campo do conhecimento. A imagem participa do processo de construção de nossas representações, à medida que, pensamos através de imagens. Analisar como as imagens contribuem significativamente para ampliar a compreensão dos processos de simbolização próprios dos universos culturais, através da documentação de aspectos visuais da cultura cujas características transcendem a capacidade de representação através da escrita. Analisar a ascensão da imagem como modo de comunicação dominante no final do século XX.

CAMPOS, Ricardo. Imagens e tecnologias visuais em pesquisa social: tendências e desafios. In: Análise Social, vol. XI.VI, 2011.

KIM, Joon Ho. A fotografia como projeto de memória. Cadernos de Antropologia e Imagem, Rio de Janeiro, 17 (2), 2003.

Vídeo: Rio de memórias. Direção: José Inácio Parente, 33’ NTSC SP P&B 1992 Brasil.

2 - A circulação das imagens

Objetivos: Identificar, através do contexto temporal e espacial de produção das imagens, seu caráter informativo, histórico e político. As imagens são produto de um determinado olhar e permitem a abertura do diálogo a partir de diversas interpretações, cada uma também guiada por um universo de códigos. Cabe também nessa temática a discussão sobre a “imagem eficaz” (Guran, Milton), aquela que transmite a informação ao leitor. Discutir os limites e alcances éticos e estéticos da imagem na era digital.

GURAN, Milton. Linguagem Fotográfica e Informação. Rio de Janeiro: EGF - Editora Gama Filho, 2002.

KOSSOY, Boris. A Imagem fotográfica: sua trama, suas realidades. In: Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo, Atelier Editorial, 2002.

Vídeos: Eu já fui seu irmão. Direção: Vincent Carelli, 32’ NTSC SP CTI Cor 1993 Brasil.

O espírito da TV. Direção: Vincent Carelli, 18’ NTSC SP CTI Cor 1990 Brasil.

3 - A imagem constituindo-se em patrimônio

Objetivos: Examinar a integração na imagem na construção do patrimônio material e imaterial. Identificar o processo de transformação de imagens em documento histórico e como estas se articulam às narrativas e são acionadas na construção da memória coletiva e imaginário social. Analisar os diferentes processos de “consagração” das imagens em patrimônio através de experiências institucionais.

CLIFFORD, James. Colecionando arte e cultura. In: Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no. 23, 1994.

http://docvirt.com/docreader.net/DocReader.aspx?bib=reviphan&pagfis=10216&pesq=

GONÇALVES, José Reginaldo Santos. Coleções, Museus e Teorias Antropológicas: reflexões sobre conhecimento etnográfico e visualidade. IN: Antropologia dos objetos: coleções, museus e patrimônios. Rio de Janeiro: MINC/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Departamento de Museus e Centros Culturais, 2007.

MURGUIA, Eduardo Ismael. O Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS): o documento audiovisual e suas determinações históricas. Studium (Instituto Salesiano de Filosofia), Campinas, v. 13, p. 5-9, 2003.

http://www.studium.iar.unicamp.br/13/3.html

Vídeos: Entre heróis e bandidos: a mulher cangaceira. Direção: Lisabete Coradini, 30’ NTSC SP NAVIS/UFRN Cor 1994 Brasil.

Dona Joventina. Direção: Clarisse Kubrusly e Milena Sá, 26’, Navisual – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010 Brasil.

4 – Coleções

Objetivos: Discutir a construção de coleções de imagens enquanto espaço de partilha e construção do conhecimento, fornecendo subsídios nas atividades educacionais no museu, na interpretação das coleções existentes e enquanto instrumento que possibilite a cada leitor dessas imagens a construção de sua própria narrativa, ampliando as possibilidades de leitura e que considerem a trajetória social de quem acede à imagem. Identificar através de acervos e coleções selecionadas, categorias e palavras-chave adequadas para a descrição da narrativa e imagens.

ECKERT, Cornelia; ROCHA, Ana. Luiza. Carvalho da. Cidade e imagens: memória coletiva na cultura urbana contemporânea na forma de coleções etnográficas em novas tecnologias. Revista Informática na Educação: teoria e prática, v. 11, 2008.

ECKERT, Cornelia; ROCHA, Ana. Luiza. Carvalho da. A natureza da representação e a produção de conhecimento antropológica na WEB. Iluminuras, Série do Banco de Imagens e Efeitos Visuais, BIEV, PPGAS/UFRGS, v. 83, p. 1-50, 2006.

Vídeo: En remontant la Rue Villin. Direção: Georges Perec & Robert Bober 49’ NTSC SP Cor 1992 França.

5 - Imagem e agência na era digital

Objetivos: Refletir sobre as possibilidades que as novas tecnologias, através do amplo acesso, trouxeram na construção e apropriação dos meios pela sociedade, mas, sobretudo, essa influência nos grupos e comunidades tradicionais, sujeitos principais dos museus.

CONORD, Sylvaine. A função mediadora da imagem fotográfica. In: Revista Iluminuras, Banco de Imagens e Efeitos Visuais. NUPECS/LAS/PPGAS/IFCH e ILEA/UFRGS [online]. V. 14, n. 32. 2013.

RAMOS, Fernão Pessoa. Sobre a Divergência dos Meios e a Imagem Maquínica. Studium (UNICAMP), v. 8, 2002.

Vídeo: Cinema de Quebrada. Direção: Rose Satiko Gitirana Hikiji, 47`, NTSC, São Paulo, Brasil, 2008. 

Museu da Maré: Memórias e (Re)Existências. Direção: Regina Abreu e Pedro Sol, 52´ NTSC Brasil.

Linha de Corte. Direção: Jose Roberto Novaes. 28’ NTSC Brasil, 2013.

6 – As novas tecnologias e a multiplicidade de experiências com imagens

Objetivos: Conhecer experiências de ações educativas através da utilização de imagens. Identificar novas formas de leitura, apresentação e possibilidades de interação com as imagens, possibilitadas com o advento das novas tecnologias no cotidiano.

BARRETO, Fabricio. Observações Visuais Reflexivas 1. Revista Iluminuras, Porto Alegre, volume 15, número 35, 2014.

NOVAES, Jose Roberto Pereira. Trabalhadores da cana: imagens, memória e identidade. Cadernos de Antropologia e Imagem (UERJ), v. 19, 2004.

http://pastoraldomigrante.org.br/66/ 

SCHULTZE, Ana Maria. Fotografia e educação: a escola como formadora de leitores críticos da imagem midiática. Revista eletrônica Studium da Unicamp, v. 18, 2004.

http://www.studium.iar.unicamp.br/18/01.html

SCHOENI, Dominique. Encenar os saberes etnográficos: perspectivas museológicas sobre mídias digitais e exposição. In: Revista Tessituras, Pelotas, v. 2, n. 2, 2014.

Vídeos: No mercado tem tudo o que a boca come. Viviane Vedana, Rafael Devos. DVD interativo, 120’, Porto Alegre, 2008.

Habitantes do Arroio. Direção: Ana Luiza Carvalho da Rocha e Rafael Devos. DVD interativo, 100’, Porto Alegre, 2010.