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Pesquisa revela o peso da autoestima no rendimento escolar

Publicado: Quarta, 03 de Dezembro de 2014, 10h19 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h13 | Acessos: 2360

A importância da autoestima para o processo de aprendizagem é muito maior do que se imagina. Isto foi o que ficou evidenciado no resultado de uma pesquisa desenvolvida pelas pesquisadoras Michela Camboim e Isabel Raposo, da Fundação Joaquim Nabuco. A pesquisa, intitulada “Determinantes do Desempenho Escolar na Rede Pública de Ensino Fundamental do Recife”, desenvolvida durante o ano de 2013, em 120 escolas públicas (estaduais e municipais) do Recife, investigou 146 turmas do 6º ano (5ª série), num campo de 4.200 alunos.

“Acompanhamos os alunos e comparamos o desempenho de cada um, através de duas provas de matemática que eles realizaram, uma no início e outra no final do ano, para ver se eles se saiam bem no teste”, disse a pesquisadora Isabel Raposo. Ela acrescentou que melhoraram na nota e tiveram aprovação os que se relacionavam mais com os  colegas, os que tinham mais amigos na sala de aula, os  mais novos em turmas de alunos mais velhos e aqueles que, mesmo subnutridos, tinham uma aceitação positiva dos seus pais, além daqueles que conviviam bem no ambiente doméstico e na escola, que eram os mais sociáveis, tinham mais maturidade e eram aprovados pela família.

Essas particularidades dos alunos foram identificadas a partir de um questionário com 90 perguntas, aplicado entre a primeira e a segunda prova de matemática. Segundo a pesquisadora,  os alunos que as mães acompanham, repreendendo-os  quando eles erram, os que recebem elogios do professor quando acertam, os que se acham populares (têm muitos amigos), os que têm uma personalidade mais definida, são os mais aptos a se interessarem pelos estudos e a terem um desempenho melhor, tomando-se como referência a disciplina matemática.

Isabel comentou que a matemática, para o estudioso M. Gonçalves, é considerada de natureza difícil e emocionalmente muito intensa, podendo provocar nos alunos  emoções positivas ou negativas. Ressaltou que o sentimento de desinteresse pela disciplina pode acarretar um desinvestimento progressivo no trabalho escolar, afetando o  desempenho. E acrescentou que, na opinião dos pesquisadores Peixoto e Almeida, um dos aspectos que pode influenciar os tipos de emoções vivenciadas pelas pessoas é o autoconceito, que é visto como um constructo psicológico essencial a um bom desempenho acadêmico.

Seguindo o  raciocínio do teórico Harter, a pesquisadora explicita que o autoconceito e a autoestima estão intimamente ligados, mas não são a mesma coisa. O autoconceito abrange a opinião que a pessoa tem de si mesma, considerando seus sucessos e fracassos. A  autoestima engloba os sentimentos decorrentes deste autoconceito, trata-se  de um sentimento construído a partir do conceito que se auto-atribui, ou seja, como a pessoa se sente em relação a si mesma

O questionário elaborado pelas pesquisadoras Michela Camboim e Isabel Raposo foi baseado na escala de autopercepção de Harter e na teoria das habilidades não cognitivas de Heckman. O desenvolvimento do trabalho resultou numa base de dados única sobre auto-estima de alunos de escolas públicas, um diferencial em bases de dados sobre educação no país.

Formato- A pesquiisa “Determinantes do Desempenho Escolar na Rede Pública de Ensino Fundamental do Recife” foi apresentada, no formato de oito artigos, durante o 1º Workshop de Artigos Científicos, no dia 4 de dezembro, na sala Gilberto Osório, da Fundaj/Apipucos (rua Dois Irmãos, 98) - um evento que foi uma promoção da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco. Um desses artigos, o intitulado “Impactos das Habilidades Não-Cognitivas sobre Desempenho Escolar”, ganhou o prêmio de primeiro lugar no III Encontro Pernambucano de Economia, realizado entre 19 e 20 de novembro na UFPE.

Para a Coordenadora-Geral de Estudos Econômicos e Populacionais da Fundaj, Patrícia Bandeira de Melo, “este é um prêmio para a Fundaj, porque premia o empenho da instituição em produzir dados primários”. Por isso, segundo a coordenadora, “para a Fundação, o reconhecimento vem em dobro: além de ter seus pesquisadores sendo premiados em detrimento de outros pesquisadores renomados de outras instituições, a vitória também é um reconhecimento pela sua importante contribuição à pesquisa em Economia de Educação pelo ineditismo da base de dados da pesquisa Determinantes do Desempenho Escolar na Rede Fundamental de Ensino do Recife, coordenada por Michela Barreto Camboim Gonçalves e em desenvolvimento desde 2012, com previsão de término em 2015, mas já com perspectiva de continuidade a partir de novo projeto de pesquisa já estruturado".

- Veja, abaixo, a programação do Workshop:

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