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V Epepe reuniu pesquisadores e docentes em Garanhuns

Publicado: Terça, 02 de Setembro de 2014, 09h30 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h14 | Acessos: 3936

:: Por Vanessa Menescal
   Ascom/Fundaj 

 

PANORAMA GERAL DO V EPEPE

 A tarefa de cobrir um evento com a dimensão do V Epepe não foi nada fácil para a repórter que vos fala. Ou saía correndo que nem uma barata tonta, de sala em sala, de prédio em prédio, na vastidão da Unidade Acadêmica de Garanhuns e tentava, em vão, lógico, assistir ao maior número de conferências, mesas redondas, comunicações orais, relatos de experiências, pôsteres, ou analisava a programação e pontuava algumas atividades. Portanto, fiquei com a segunda opção.

Só para se ter ideia, durante as manhãs, das 9 às 11 horas, aconteceram, simultaneamente, em locais diferentes, 11 mesas redondas, 5 mesas no dia 28 e 6 mesas no dia 29. Em seguida, das 11 às 12 horas, eram os pôsteres. Na parte da tarde, entre 14 e 16 horas, eram as comunicações orais e os relatos de experiências que ocupavam, praticamente, todas as salas do campus avançado da UFRPE, em Garanhuns. Finalmente, os minicursos, das 16 às 18 horas. Valeu o esforço, como vou tentar explicar para vocês a partir de agora.

O V Encontro de Pesquisa Educacional de Pernambuco (EPEPE) é promovido a cada dois anos pela Coordenação Geral de Estudos Educacionais da Fundação Joaquim Nabuco. A atual edição,com o tema geral Educação e Desenvolvimento na Perspectiva do Direito à Educação, foi realizada nos dias 27, 28 e 29 de agosto, no município de Garanhuns, distante 230 km da capital pernambucana e coordenada pela professora doutora Ana Souza Abranches. que vem acompanhando a evolução do encontro desde 2010.

Quando se trata de números, o V EPEPE é grandioso. Foram mais de mil inscrições para os três dias do encontro, na Unidade Acadêmica da UFRPE em Garanhuns, no finalzinho do mês de agosto. A grande maioria da capital Recife e do interior de Pernambuco, mas não faltaram inscrições de outros estados, como Alagoas, Brasília, Bahia, Paraíba e Rio de Janeiro.

E os números continuam: dos 485 trabalhos enviados para avaliação, 208 foram aprovados pela Comissão Científica do V EPEPE; para as comunicações orais, foram recebidos 185 trabalhos, dos quais 148 aprovados; dos pôsteres, 26 aprovados dos 50 submetidos à aprovação e dos relatos de experiências, 44 enviados e 34 aprovados.

Para dar ideia da grandeza do evento de pesquisa educacional promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, através da Coordenação Geral de Estudos Educacionais, da Diretoria de Pesquisas Sociais, 11 áreas temáticas foram contempladas.

O eixo 1, abordando Educação Currículo e Diversidade Cultural, contou com 45 trabalhos aprovados para exposição. O eixo 4, sob o título Formação de Professores e Políticas Pedagógicas, ficou com a quota de 43 trabalhos. O eixo 3, sobre os Processos de Ensino Aprendizagem e Avaliação, recebeu 39 estudos. O eixo 8, em torno das Políticas e Gestão Educacional, abrigou 33 trabalhos. Por fim, o eixo 6, sobre Gênero Sexualidade e Direitos Humanos, surpreendeu a comissão científica com 10 trabalhos para avaliação.

Esses são alguns números apurados que se destacaram, sem desmerecer a real abrangência do V EPEPE, que abrigou também na sua programação a realização de um outro encontro, o de Software Livre e Educação, da Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia, da Diretoria de Pesquisas Sociais da Fundação Joaquim Nabuco.

TRABALHOS PREMIADOS NO V EPEPE

Na solenidade de abertura do V Epepe, a professora doutora da UFRPE, Monica Lopes Folena Araújo, também coordenadora do encontro, na condição de representante da UFRPE Campus Recife e membro da comissão científica - composta por 68 pesquisadores, professores, mestres e doutores das instituições educacionais UFPE, UPE, UFRPE, IFPE, FUNDAJ, FAFICA, FAFIRE e ANPAE - fez o anúncio dos 16 trabalhos premiados para publicação no livro do encontro a ser lançado pela Fundação Joaquim Nabuco. A seguir os trabalhos laureados, dentro das respectivas áreas temáticas: 

EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL.

OS PLANOS NACIONAIS DE EDUCAÇÃO: ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NO ÂMBITO DA PESCA ARTESANAL 

DAYWISON BORGES DA SILVA-UPE

SOLANGE FERNANDES SOARES COUTINHO- FUNDAJ E UPE 

 PROCESSOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO

AS CONCEPÇÕES DE DOCENTES DA REDE MUNICIPAL DO RECIFE A RESPEITO DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

MARIA DUTRA. UFPE

MICHELLE SOARES, UFPE

O CONSELHO DE CLASSE COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO FORMATIVA DA APRENDIZAGEM

RUBIA CAVALCANTE VICENTE MAGNATA - UFPE

ANA LÚCIA FELIX DOS SANTOS - UFPE

O TRATAMENTO DA ANÁLISE LINGUÍSTICA EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA APROVADOS PELO PNLD/2014

TAÍZA FERREIRA DE S. CAVALCANTI – CAA/UFPE

ALEXSANDRO DA SILVA – CAA/UFPE

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

IMPLICAÇÕES DA PROFISSIONALIZAÇÃO DOCENTE NO PROCESSO  AVALIATIVO

-CRISLAINY DE LIRA GONÇALVES (UFPE)

-MÁRCIA CRISTINA XAVIER SANTOS (UFPE)

-MARGARETH DA SILVA DEUSDADO (UFPE)

LIBRAS: USOS NA IDENTIDADE, APRENDIZAGEM E ENSINO.

ERISVELTON SÁVIO SILVA DE MELO – PPGA/UFPE

RELAÇÕES AFETIVAS ENTRE PROFESSORES E ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE PROFISSIONAL DOCENTE: O OLHAR DO FUTURO PEDAGOGO

FERNANDA NERY DE O. VASCONCELOS - UFPE

MARIANA MONTEIRO DE MACÊDO GOIS - UFPE

GÊNERO, SEXUALIDADE E DIREITOS HUMANOS

IDENTIDADE SEXUAL E GÊNERO: UMA ANÁLISE DOS DISCURSOS DE ALUNOS DO CURSO DE LICENCIATURA DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA UPE

CAMILA ESTEPHANY FELIX DA SILVA –UPE

EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS DE ZERO A SEIS ANOS

PROINFÂNCIA: AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO EM MUNICÍPIOS DE PERNAMBUCO

DANIELLE M. R. LINS  – FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO, UFPE

PATRÍCIA MARIA UCHÔA SIMÕES – FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO 

MÚSICA “CULTURA, APRENDIZAGENS, LAZER, PRAZER” ARTE: UM ESTUDO SOBRE A PRESENÇA DA LINGUAGEM MUSICAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

HORTÊNCIA CARVALHO-UFPE

RENATA CASTELO BRANCO-UFPE

FÁTIMA LÚCIA SOARES RIBEIRO-UFPE

POLÍTICAS E GESTÃO EDUCACIONAL. 

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO INTEGRAL EM PERNAMBUCO: UMA ANÁLISE DAS UTILIZAÇÕES DAS ESCOLAS DE REFERÊNCIA EM ENSINO MÉDIO PELO GOVERNO DO ESTADO

EDIMA VERÔNICA DE MORAIS

MOVIMENTOS SOCIAIS, EDUCAÇÃO NO E DO CAMPO

AS PRÁTICAS CURRICULARES DE PROFESSORAS DO TERRITÓRIO RURAL: QUAL O LUGAR/TEMPO DOS SABERES DOS POVOS CAMPESINOS?

GIRLEIDE TÔRRES LEMOS - UFPE

O CURRÍCULO DA FORMAÇÃO DE PROFESSES NOS CURSOS DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO: A DISCUSSÃO ACADÊMICA NO ÂMBITO DA ANPED

JÉSSICA LUCILLA MONTEIRO DA SILVA – UFPE/ CAA/ PPGEDUC

MOVIMENTOS SOCIAIS, OUTROS SUJEITOS, OUTRAS PRÁTICAS EDUCATIVAS: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO DA JUVENTUDE E A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE

RENATA PAULA DOS SANTOS MOURA - UFPE

REFLEXÕES A CERCA DE PROCESSOS EDUCATIVOS EM ESPAÇOS PERIFÉRICOS  

ROSSANA TENÓRIO CAVALCANTI – UFPE

EDUCAÇÃO E SUAS TECNOLOGIAS

INTERAÇÃO, MEDIAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE GAMES EDUCATIVOS: UMA ANÁLISE DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM.

DÉBORA CAROLINE D. CAPEZZERA- UFRPE

FLÁVIA PERES- UFRPE

 

EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

A solenidade de abertura do V Epepe aconteceu na quadra poliesportiva da UAG/UFRPE, no friozinho noturno (17°) característico da Cidade das Flores e contou com a maciça presença dos inscritos no encontro, além de representantes de todas as instituições parceiras.

A mesa foi composta pelo presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Fernando Freire, secretário executivo adjunto do MEC, Francisco das Chagas, diretor de Pesquisas Sociais/Fundaj, Luis Henrique Romani de Campos, coordenadora geral do V Epepe/Fundaj, Ana Souza Abranches, Marcelo Carneiro Leão, da UFRPE, Airon Aparecido de Melo, da UAG/UFRPE, José Carlos, do IEF Garanhuns, Maria das Graças Soares, da Fafire, Jucélia Campos, secretária de Educação de Garanhuns e Márcia Ângela, presidente da ANPAE.

O presidente da Fundaj, Fernando Freire disse que foi um privilégio ter contribuído com a concretização do projeto de interiorização das universidades e salientou a UAG/UFRPE como a primeira unidade a ser implantada e consolidada em Pernambuco.

“Ao longo dos últimos dez anos, a interiorização das universidades vem crescendo muito e o desafio está sendo vencido graças ao árduo trabalho dos que batalham com a Educação no Brasil. Foi a Educação que me fez chegar até esse momento, de dirigir uma instituição como a Fundação Joaquim Nabuco”.

Para a professora doutora, Ana Souza Abranches, coordenadora geral do V Epepe, realizá-lo em Garanhuns, no Agreste Meridional de Pernambuco, foi "um desafio da interiorização, ampliando os espaços de pesquisa que vem sendo vencido e é uma mostra evidente do sucesso do caminho escolhido".

Ana Souza Abranches salientou ainda que " é nesse contexto que a Fundação Joaquim Nabuco/MEC vem contribuindo no fortalecimento e difusão de pesquisa em defesa de uma educação de qualidade, democrática e inclusiva, firmando mais um espaço importante de interlocução na sociedade brasileira. A Fundaj, como instituição que tem tradição e, portanto, já consolidada nos campos da pesquisa, memória e cultura, vem ampliando seus espaços para o campo da pós graduação, hoje com dois mestrados, sendo um acadêmico, em associação com a UFRPE , o Mestrado em Educação, Culturas e Identidades e um profissional em Ciências Sociais para o Ensino Médio ".

A conferência de boas vindas foi proferida pelo professor doutor Romualdo Portela, da USP baseada no tema central do V Epepe: Educação e Desenvolvimento na Perspectiva do Direito à Educação. “O que explica o rápido desenvolvimento de um povo é o grau de instrução.Quanto mais educado menos se erra e, consequentemente, mais desenvolvido. Daí o importante papel da educação no processo do desenvolvimento”. 

DIVERSIDADE CULTURAL

 A mesa temática Diversidade Cultural e Currículos Escolares: Por Onde Andam as Transformações? teve como palestrantes os professores doutores Edilson Fernandes de Souza, da UFPE e Nádia Patrizia Novena, da UPE. Na coordenação, o professor doutor Moisés de Melo Santana, da UFRPE e como debatedora, a professora doutora Cibele Maria Lima Rodrigues, da Fundação Joaquim Nabuco.

O professor Edilson de Souza que, embora mestre e doutor em Educação Física, tem uma formação multidisciplinar, na sua fala, salientou que as instituições escolares foram criadas com a intenção única e homogênea de dar sentido à vida e os currículos são a expressão do que a sociedade quer transmitir.

“Pouco discutimos sobre o candomblé, sobre as religiões afro-brasileiras, Nós não temos uma formação étnico-racial; nada foi aprendido nas escolas e nem na universidade e sim na vida. Nas sociedades letradas, como a brasileira, os não letrados pagam um preço muito alto”.

A professora Nádia Novena, da UPE é mestra em Sociologia, doutora em Educação e trabalha com áreas relacionadas às diversidades culturais, sexuais e religiosas. Sua fala, centrada na diversidade sexual e currículo escolar, defendeu que o currículo deve estar sempre em movimento.

Num ligeiro retrospecto, na década de 1990, vimos o marco político no campo da sexualidade, na educação sexual na escola; em 1995, houve a introdução do tema da orientação sexual nas escolas e em 2004, o Programa Brasil sem Homofobia foi parar no ambiente escolar.

Nas décadas anteriores, de 1960, 1970 e 1980, era inimaginável tratar da diversidade sexual nas escolas. Primeiramente, foram tratados como temas transversais. “Olhando um pouco para trás, vemos que muita coisa foi conquistada, produzida, mas, ainda tudo muito disperso. E eu não vejo a dispersão bibliográfica como um fator necessariamente negativo, mas sim como uma característica”, afirmou a professora Nádia Novena.

PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO

 O Plano Nacional de Educação – PNE foi o tema da mesa redonda coordenada pelo professor mestre da Fundação Joaquim Nabuco, Henrique Guimarães Coutinho, com as presenças do palestrante professor doutor Francisco das Chagas Fernandes, secretário executivo adjunto do MEC e da debatedora professora doutora presidente da ANPAE, Márcia Ângela Aguiar.

O recentemente aprovado PNE existe dentro de um contexto que compreende ação sistêmica, legislação, mobilização e políticas estruturantes e, segundo o palestrante, é chegada a hora de sua implementação, execução e acompanhamento de suas leis, das 20 metas resultantes e das estratégias.

Como explicou o conferencista Francisco das Chagas, do MEC, “o Fórum Nacional de Educação agora é lei e tem o dever e o direito de monitorar a implementação do PNE, assim como os fóruns estaduais e municipais. Existem algumas dessas 20 metas que são bem ousadas, entre elas a de colocar, no mínimo, 50% das crianças brasileiras, de até 3 anos de idade, em creches, até 2024”.

Outro ponto ousado do PNE, na opinião de Francisco das Chagas, é a universalização do ensino fundamental de 9 anos para toda a população de 6 a 14 anos e garantir que, pelo menos, 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até 2024.

“Entre questões adjacentes e pontos polêmicos do PNE, como investimentos público/privado, a meta 4 que trata da inclusão, a avaliação de professores e o IDEB como parâmetro de orientação, nossa tarefa é enfrentar e solucionar. Esse é o maior desafio não só de Pernambuco, mas de todo o Brasil”.

INTERIORIZAÇÃO DAS UNIVERSIDADES

 Os resultados da pesquisa “A interiorização recente das instituições públicas e gratuitas de ensino superior no Nordeste: efeitos e mudanças”, dos pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco, Patrícia Bandeira de Melo e Luis Henrique Romani de Campos, foram apresentados na mesa que discutiu os Impactos Econômicos e Sociais da Interiorização Recente das Universidades Públicas Federais no Nordeste.

A mesa teve a coordenação da professora doutora Patrícia Maria Uchoa Simões, da Fundaj e, como debatedor, o professor doutor Alfredo Macedo, da Anped Regional Nordeste.

Foram reveladas as condições atuais dos campus avançados instalados em cidades do interior do Nordeste. Desde 2003, quando teve início a ampliação do número de unidades de ensino público superior no país. Em especial, as do estado de Pernambuco, como o campus da Unidade Acadêmica de Garanhuns, expansão da UFRPE.

As outras cidades nordestinas que foram pesquisadas, que possuem campus de universidades federais, são: Angicos (RN), Arapiraca (AL), Barreiras (BA), Bom Jesus (BA), Cachoeira (BA), Caruaru (PE), Cuité (PB), Laranjeiras (SE), Petrolina (PE), Juazeiro (BA), Rio Tinto (PB), Serra Talhada (PE), Sobral (CE) e Vitória de Santo Antão (PE).

Desenvolvida entre 2010 e 2014, a pesquisa discutiu as condições do desenvolvimento da política de interiorização das instituições federais de ensino superior (IFEs), investigando junto a 256 professores, 1628 alunos e 201 egressos das universidades situadas nas novas unidades acadêmicas.

COMUNICAÇÃO ORAL

Nas seções de Comunicações Orais, , tive a oportunidade de assistir, dentro do Eixo 9, que trata dos Movimentos Sociais, Educação no e do Campo, a mestranda em Educação da UFPE, Renata Paula dos Santos Moura, apresentando um recorte da sua dissertação de mestrado: uma análise entre a juventude e os novos movimentos sociais, tomando como referência o movimento hip hop.

A mestranda introduziu sua apresentação explicando que diante da diversidade de culturas juvenis existentes, atualmente, vemos que os novos movimentos sociais, a exemplo do hip hop,vem adquirindo significativa visibilidade entre jovens de diferentes camadas populares, por sua expressiva capacidade de análise crítica diante dos problemas sociais.

Segundo o trabalho apresentado, o hip hop atua em 6 regiões do Recife e agrega, na contemporaneidade, quatro elementos artísticos: o rap (ritmo e poesia), o break (dança), o grafite (artes plásticas) e o DJ (música). Os jovens fazem do break e do grafite uma estratégia de mudança de perspectiva de vida.

Nas considerações finais, a mestranda situou o hip hop como educação não formal e que, a partir disso, o jovem acaba se encontrando, se achando parte da escola e a relação de pertencimento é mais aguçada. “Os movimentos sociais e outros fazeres da educação não formal tem que ser considerados e vistos como espaços educativos, no sentido mais amplo do termo”, finalizou Renata Moura.

EVENTO DE SOFTWARE LIVRE - FUNDAJ 2014

O encontro dentro do encontro, como ficou sendo chamado o evento dos “meninos” do Software Livre, foi momento marcante de interdisciplinaridade do V Epepe. Reuniu graduandos, pós graduandos, mestres e doutores, capitaneados pelo professor doutor Marcos Antonio Lucena, da Fundaj, em debates, conferências, mesas redondas e minicursos, interligando tecnologia da informação e educação.

A abertura do Encontro de Software Livre da Fundaj, evento bianual promovido pela Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia, da Dipes/Fundaj contou com a conferência do professor Anahuac de Paula Gil (PB) sobre Software Livre X Código Aberto – Uma Questão de Educação.

Na composição da mesa, os outros “meninos”, simpaticamente apelidados pela professora doutora da UFPE, Patrícia Smith, Márcio de Araújo Benedito, o China, do Serpro (MG), Carlos Eduardo Mattos da Cruz, o Cadunico, da Universidade de Niterói(RJ),Marcelo Ramos de Oliveira Júnior, do Serpro(PE), Diógenes de Souza Leão Filho, da Fuctura, Escola de Software Livre.

Defensor ferrenho do software livre há décadas, Anahuac de Paula Gil citou Richard Stallman, o criador do software livre, em inúmeras oportunidades, sempre enfatizando que uma troca de ideias nada mais é do que uma soma de ideias e que o software livre é combate a todo tipo de aprisionamento, é compartilhamento, amizade, solidariedade, mundo melhor, é amor.

O conferencista prosseguiu na defesa do software livre, impressionando a todos os presentes com seu didatismo emocional a favor da causa, afirmando, mais de uma vez que o software livre é um movimento social, é socialmente justo, tecnologicamente viável, economicamente sustentável.

Quanto à relação do software livre com o código aberto – Open Source Initiative (OSI), Anahuac salientou que o único ponto em comum é o trabalho colaborativo e que o OSI nem é tão aberto assim, porque tem o direito de ser código fechado também. “Numa comparação, enquanto um é movimento social o outro é técnica de produção; quando um pretende mudar o mundo o outro se diz apenas divertido e entre outros fatores comparativos, quando um é ideológico e ético o outro é comercial”.

 “A ideia do software livre é libertária: executar o programa para qualquer fim, da forma que desejar; modificar o programa e adaptá-lo às suas necessidades; ajudar seu vizinho, distribuindo cópias do programa; de distribuir e re-distribuir. Isso tudo sem ser tratado por pirata ou marginal”, concluiu o conferencista.

ENCERRAMENTO

A descontração foi a palavra de ordem no final do V Epepe. Não foi nem preciso cerimonial, tamanha a leveza de como tudo aconteceu. Nada de mesa de encerramento, nem de palavras finais de agradecimentos. Apenas uma despedida rápida da coordenadora geral do encontro, Ana Souza Abranches, da Fundação Joaquim Nabuco e do anfitrião, diretor da UAG/UFRPE, Airon Aparecido de Melo: “nos encontraremos no próximo EPEPE”.

Na apresentação do Coral da Terceira Idade do SESC de Garanhuns, composto por trinta lindas senhorinhas, se fechássemos os olhos, embalados pela suave e linda harmonia de suas vozes, não conseguiríamos determinar suas idades. Era início de noite, ao ar livre, o friozinho já se instalava e os presentes entoavam as canções de MPB habilmente cantadas pelas idosas.

Nota interessante: o Coral da Terceira Idade do SESC de Garanhuns completa, este ano de 2014, 18 anos de atividades. Maioridade, melhor idade! Coquetel, que ninguém é de ferro e boa viagem de volta a todos e todas!

 

 


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