Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Imprensa > Mostra Spaghetti Zombies 3.0
Início do conteúdo da página

Mostra Spaghetti Zombies 3.0

Publicado: Segunda, 17 de Fevereiro de 2014, 16h01 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h14 | Acessos: 1510

Mostra Spaghetti Zombies 3.0 

 

De 15 a 21 de fevereiro de 2014 

Com a curadoria do especialista Osvaldo Neto, a Fundação Joaquim Nabuco realizou em março de 2011, a 1ª Mostra Spaghetti Zombies. Tendo uma segunda edição exibida em São Paulo, em 2012, agora, novamente coordenada por Osvaldo Neto, mostraremos a 3ª edição da Spaghetti Zombies.

A mostra conta com uma sessão inaugural no Cinema da Fundação no sábado (15) às 13h50, e demais sessões– um filme por dia – acontecendo entre segunda e sexta-feira (17 a 21 de fevereiro), sempre às 19h30, na sala João Cardoso Ayres, na Fundaj Derby, com entrada franca.

Como o próprio nome já diz, a mostra busca apresentar a famigerada produção de um ciclo do cinema popular italiano responsável por alguns dos melhores e piores exemplares deste subgênero do cinema de horror: o “filme de zumbi”.

Podemos dizer que foi o explosivo sucesso de “O Despertar dos Mortos”, de George A. Romero, na Itália, certamente influenciado pela participação criativa de Dario Argento na produção, roteiro e escalação do grupo Goblin para a trilha sonora do longa, que gerou a grande quantidade de filmes do subgênero produzidos neste país para o mercado local e internacional a partir de “Zumbi 2 – A Volta dos Mortos” (1979), de Lucio Fulci.

A 3ª. edição da Spaghetti Zombies primará pela exibição de longas com uma carga maior de entretenimento intencional e também não-intencional, claro.  São longas do início, meio e final de um ciclo de filmes populares da Itália, que tiveram como marco inicial “O Despertar dos Mortos” de George A. Romero.

É certo dizer que os filmes de zumbis italianos fizeram com que realizadores como o próprio Mattei, Claudio Fragasso, Lamberto Bava, Lucio Fulci e Umberto Lenzi (todos representados nos filmes desta 3ª. edição) superassem limites em matéria de violência e nudez gratuitas.

Algumas obras não passam de meras desculpas para encher a tela do cinema com mortes horripilantes e cenas surreais, como o antológico duelo entre um zumbi capoeirista e um tubarão no já citado “Zumbi 2” (1979), o filme que marcou o início deste ciclo.

Conhecer os filmes de zumbis realizados na Itália é também conhecer uma importante parte da história do horror cinematográfico deste país que continua a influenciar e a apaixonar diferentes gerações de cinéfilos e realizadores em todo o mundo.

PROGRAMAÇÃO 

 

15/02: “Demons – Os Filhos das Trevas” (Demoni, 1985) – 13h50
Direção: Lamberto Bava
Roteiro: Dario Argento, Lamberto Bava, Franco Ferrini, Dardano Sacchetti.
Elenco:  Urbano Barberini, Natasha Hovey, Karl Zinny, Fiore Argento, Geretta Geretta, Bobby Rhodes e Michele Soavi.

Um misterioso homem mascarado (um jovem Michele Soavi, também assistente de direção do longa) distribui ingressos gratuitos para um grupo de pessoas – pasmem, até mesmo um cego - prestigiarem a reabertura de um antigo cinema. Mal sabiam eles que o filme de horror exibido no local também passará a ser realidade com muitos dos espectadores lutando pela sua sobrevivência contra o ataque de outras pessoas que foram transformados em horrendas criaturas.

Tentativa bem sucedida do então produtor Dario Argento de fazer sucesso no mercado norte-americano com uma produção inteiramente italiana, DEMONS é o longa mais famoso de Lamberto Bava, filho do mestre Mario Bava. Argento co-escreveu o roteiro e fez com que a trilha instrumental fosse composta por Claudio Simonetti e repleta de sucessos do Rock e do Heavy Metal dos anos 80. Podemos escutar de Accept, Saxon e Motley Crue a Rick Springfield e Billy Idol enquanto os humanos tentam sobreviver aos ataques dos monstros.

Após a sessão, debate com Osvaldo Neto, curador da mostra, na sala João Cardoso Ayres a partir das 15h45.

17/02: “Zumbi 2 – A Volta dos Mortos” (Zombi, 1979) – 19h30
Direção: Lucio Fulci
Roteiro: Elisa Briganti e Dardano Sacchetti
Elenco: Tisa Farrow, Ian McCulloch, Richard Johnson, Al Cliver, Auretta Gay e Olga Karlatos.

Um zumbi é encontrado a bordo do barco de um famoso cientista. Preocupada, a sua filha parte com o namorado para a ilha onde o cientista conduzia estranhos experimentos. Lá, eles descobrem que o local foi tomado por uma epidemia que transforma os habitantes locais em zumbis aparentemente indestrutíveis.

Clássico obrigatório do mestre Lucio Fulci, “Zumbi 2” foi lançado pelos seus distribuidores como uma continuação não oficial e sem qualquer relação com “O Despertar dos Mortos” de George A. Romero. Mas isso não diminui em nada o merecido culto que este grande obra possui entre os admiradores do gênero. Destaque para a marcante trilha de Fabio Frizzi e os incríveis efeitos de Gianetto de Rossi. Uma cena em particular deve fazer com que boa parte do público feche os olhos ou vire o rosto durante a exibição.

18/02:   “Nightmare City” (Incubo sulla città contaminata, 1981) – 19h30
Direção: Umberto Lenzi
Roteiro: Antonio Cesare Corti, Luis María Delgado, Piero Regnoli

Elenco: Hugo Stiglitz, Laura Troetter, Maria Rosaria Omaggio, Francisco Rabal, Eduardo Fajardo e Mel Ferrer.

Acidente nuclear transforma um famoso cientista em morto-vivo que cotamina toda a tripulação de uma aeronave. Ao aterrizar em um aeroporto europeu, os zumbis descontrolados escapam, espalhando terror e contaminando todos aqueles que caem em suas garras. Diante da ameaça de uma epidemia em massa, o repórter Dean Miller (Hugo Stiglitz) tenta desesperadamente salvar sua esposa e alertar a população sobre a terrível verdade.

Em entrevistas, Lenzi afirma que não existem zumbis em “Nightmare City”, mas pessoas infectadas. De fato, as criaturas deste filme são bem diferentes dos zumbis que costumamos ver: eles não apenas atacam as pessoas com os dentes, mas também com facas e disparos de metralhadoras!! O longa é um divertidíssimo exemplar do ciclo que se beneficia da boa mão do diretor de obras notórias como “Almost Human”, “Cannibal Ferox” e ”Eyeball” que mantém um ritmo acelerado durante todo o seu tempo de duração.


19/02 – “Predadores da Noite” (Virus, 1980) – 19h30
Direção: Bruno Mattei e Claudio Fragasso (cenas adicionais)
Roteiro: José María Cunillés, Rossella Drudi, Claudio Fragasso e Bruno Mattei
Elenco: Margit Evelyn Newton, Franco Garofalo, Selan Karay, José Gras e Gabriel Renom

Em uma instalação militar na Nova Guiné, um acidente libera um gás tóxico na atmosfera capaz de transformar seres vvos em zumbis. Uma equipe de elite é enviada ao local para acabar com os zumbis e eliminar os vestígios da operação militar conhecida apenas como “Operação Doce”.

Um filme de Bruno Mattei. Se você já tem alguma familiaridade com esse nome, já sabe que Mattei é a resposta macarrônica ao Ed Wood e que muitos de seus filmes são verdadeiras comédias involuntárias. “Predadores da Noite” é um espetáculo da mais pura picaretagem (e por que não?) criatividade características deste saudoso realizador, falecido em 2007. É de uma ingenuidade contagiante ver a inserção na montagem de cenas de documentários para convencer o espectador de que os personagens estão nas selvas da Nova Guiné, ainda que o filme tenha sido rodado na Espanha e que a diferença da qualidade do vídeo entre as duas filmagens seja bem gritante. Imperdível para os fãs de uma tranqueira.

 

20/02 – “A Terceira Porta do Inferno” (Oltre la morte, 1989) – 19h30 

Direção: Claudio Fragasso
Elenco: Jeff Stryker (creditado como Chuck Peyton), Candice Daly, Massimo Vanni, Jim Gaines e Nick Nicholson.
Jenny (Candice Daly) volta para a ilha nas Filipinas em que os seus pais foram mortos. Eles trabalhavam numa cura para o câncer e, acidentalmente, acabam despertando os mortos ao enfurecerem um sacerdote vodu. Um grupo de mercenários acompanha a mulher que se encontra com outros pesquisadores na ilha.  Eles terminam por despertar – mais uma vez - os zumbis filipinos sedentos por sangue e tripas.

Em time que ganha, não se mexe. Esse certamente deve ter sido o pensamento do produtor Franco Gaudenzi quando convocou Claudio Fragasso – então roteirista e braço direito de Mattei desde o início dos anos 80 – e sua esposa Rossella Drudi para realizarem “A Terceira Porta do Inferno” nas Filipinas para fazer um filme de zumbis com orçamento mínimo na intenção de recuperar as perdas financeiras com “Zombie 3”,  podreira que garantiu uma hilária e inesquecível sessão na 1ª. edição da Spaghetti Zombies. Esse longa não fica muito atrás em matéria de qualid... opa, ruindade.

“A Terceira Porta do Inferno” é bem lembrado por conta da presença de Jeff Stryker no elenco, um astro de pornô gay que tentou carreira no cinema ‘legítimo’ com esse filme e uma participação em “Amore Sporco” (aka “Dirty Love), versão exploitation de filmes como “Dirty Dancing”, “Flashdance” e “Footloose” dirigida pelo Joe D’Amato. Fragasso e Drudi também são os responsáveis por “Troll 2”, outra pérola da ruindade que gerou um simpaticíssimo documentário chamado “The Best Worst Movie.” Somente para os corajosos.

21/02 – “Demônios Negros” (Black Demons, 1991) 

Direção: Umberto Lenzi
Roteiro: Olga Pehar
Elenco: Keith Van Hoven, Joe Balogh, Sonia Curtis, Felipe Murray e Juliana Teixeira

Kevin, Dick e Jessica são três jovens americanos que viajam para o Rio de Janeiro a fim de estudar o samba (!!!!), mas Dick se sente fortemente atraído pela macumba e o vodu. O rapaz acaba assistindo a um ritual executado num terreiro escondido no meio do mato (!!!) e termina possuído pela magia negra. Dick terminará despertando seis escravos negros que foram brutalmente assassinados durante o período da colonização portuguesa e cujos espíritos vingativos clamam pela morte de seis pessoas brancas.

Talvez o filme mais curioso para boa parte dos espectadores desta 3ª. Spaghetti Zombies, o pouco visto “Demônios Negros” foi realmente filmado no Brasil com equipe e elenco internacional.  Algo que diferencia esse longa de grande parte dos outros títulos do ciclo é o fato dele ter sido rodado com som direto. Nota-se o carregado sotaque dos atores brasileiros que precisaram dizer todas as suas falas em inglês, isso sem falar dos típicos diálogos nas produções estrangeiras feitas em nosso país onde os personagens nativos tentam misturar inglês com português. Enfim, por conta desta e de outras incongruências que acontecem ao longo da narrativa, não existe nada de muito aterrorizante de “Demônios Negros”. Umberto Lenzi termina preferindo ir por um caminho bem seguro, sem nunca aproveitar para tirar um sarro e ser politicamente incorreto com a trama. Poxa vida, temos seis escravos negros que querem matar seis brancos!!


Curiosidade: Lenzi aproveitou a estada no Brasil para realizar um outro filme, desta vez em Manaus. Trata-se de “Operação Golden Scorpion”. Uma fita de ação e aventura estrelada por David Brandon (o Calígula de “Calígula 2 – A História Não Contada”, de Joe D’Amato) e pelo nosso Cecil Thiré (isso mesmo, você não leu errado) como o bandidão principal.

 

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o fundaj.gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de privacidade. Se você concorda, clique em ACEITO.