Editora Massangana lança "Caminhando numa cidade de luz e sombras", de Fabiana Bruce
Leitura obrigatória para fotógrafos e estudiosos da arte fotográfica, mas indo além na sua abrangência sociocultural, “Caminhando numa cidade de luz e sombras – a fotografia moderna no Recife na década de 1950”, de Fabiana Bruce, é um livro ricamente ilustrado, lançado pela Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco.
Escrito, inicialmente, como tese de Doutorado em História, na UFPE, em abril de 2005. Submetido ao primeiro Concurso Cehibra Fonte de Memória, da Fundaj, foi laureado com o primeiro lugar e indicado para publicação em 2010.
As fotografias e outros documentos usados, inclusive os recortes de jornais, fazem parte da Coleção Alexandre Berzin do Foto Cine Clube do Recife (FCCR), que pertencem ao Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira, Cehibra, da Fundação Joaquim Nabuco.
A pesquisa se baseou em jornais, entrevistas, revistas, catálogos de salões de arte fotográfica, documentos da Coleção Alexandre Berzin, acervos fotográficos e filmes. O trabalho só foi possível porque a autora encontrou a coleção AB/FCCR, generosamente aberta à pesquisa pela Fundaj
Fabiana Bruce deu ênfase aos fotógrafos da década de 1950: Alcir Lacerda, Ájax Pereira, Didi Berzin, Edmond Dansot, e ao escultor Abelardo da Hora, vistos na sua relação com Alexandre Berzin, que fazia fotografia e ensinava a ver, a andar com os olhos abertos.
Alexandre Berzin, nascido na Letônia, em 1903, atuou como fotógrafo, no Recife, durante 51 anos. Sua fotografia abrange um amplo espectro social e recobre temas e objetos tão diversos como arquitetura, maracatus, dançarinos de frevo, tipos populares nordestinos.
Com sensibilidade de historiadora e amor à arte fotográfica, e ancorada no trabalho de Alexandre Berzin, a autora moveu-se pelo desejo de compreender as especificidades do que se apresentava como arte fotográfica ou fotografia moderna, no Recife, nos anos 1950. As fotografias do período não pretendem, apenas registrar, e reproduzir o real, mas também, e, sobretudo, ressaltar as diversidades.
Na década de 1950, o exercício da fotografia era compartilhado por um número limitado de pessoas que o praticavam sem que isto, necesariamente, representasse um fator de geração de renda.
A autora enfatiza que, para ver uma fotografia em pesquisa histórica é preciso considerar que não há um roteiro predefinido e uma amarra que não possa ser desatada, pois olhar fotografia implica em estar disponível para o inesperado.
Para Fabiana Bruce, também autora de O livro de Berzin (Recife, Cepe, 2012), seu trabalho pode ser compreendido como uma extensa legenda que conta uma história não linear e que, de certa forma, dá peso à leveza da imagem fotográfica.
A autora expressa a satisfação em propiciar a estudiosos e amantes da fotografia um livro que, a um só tempo, ao deambular por uma cidade de luz e sombras, resgata a memória e nos provoca emoções e descobertas.
:: Serviço
Livro "Caminhando numa cidade de luz e sombras – a fotografia moderna no Recife na década de1950", de Fabiana Bruce
Editora Massangana. 2014.
355 páginas.
R$ 40,00
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