IV Seminário Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: territórios pesqueiros, de 26 a 28 de novembro
A Coordenação Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia (CGEA), da Diretoria de Pesquisas Sociais, da Fundaj, realiza, em parceria com o Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), o “IV Seminário Pesca Artesanal e Sustentabilidade Socioambiental: territórios pesqueiros”, de 26 a 28 de novembro, na sala Calouste Gulbenkian, da Fundaj/Casa Forte (avenida 17 de agosto, 2187).
O seminário conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (Prodema/UFPE) e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe). O evento tem como propósito reunir estudiosos de instituições nacionais e internacionais que lidam com o tema, pescadores artesanais, gestores públicos, agentes não governamentais e representantes de comunidades pesqueiras, para debater aspectos atinentes à pesca artesanal em suas múltiplas dimensões, com foco nos territórios pesqueiros.
As inscrições para o seminário podem ser feitas no próprio local do evento. Informações pelos fones: (55) (81) 3073-6494 e 3073-6491, pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e pelo site: http://www.fundaj.gov.br .
ASSISTA AO VIVO: http://video.rnp.br/portal/transmission.action?idItem=6527
ABERTURA
A mesa de abertura do Seminário foi composta por Fernando Freire, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Clóvis Cavalcanti, coordenador da Coordenadoria Geral de Estudos Ambientais e da Amazônia da Diretoria de Pesquisas Sociais/Fundaj, Maria José Pacheco, representando o Movimento Pastoral Nacional dos Pescadores, pesquisador/Fundaj Tarcísio Quinamo, coordenador do evento e Enilde Lima, representando o Movimento dos Pescadores e Pescadoras de Pernambuco.
O evento que trata como tema central os territórios pesqueiros está representado por pescadores e pescadoras de 12 estados brasileiros e pesquisadores e administradores públicos do Brasil e do exterior.
Tarcísio Quinamo abriu os trabalhos salientando a participação efetiva do corpo de pesquisadores da instituição e dos demais realizadores do seminário, que já se justifica pelo grandioso universo que abrange, mais de um milhão de pessoas envolvidas com a pesca artesanal no Brasil, segundo dados do Ministério da Pesca. “Se a pesca vai bem, o ambiente vai bem. Se a pesca vai mal, o ambiente também vai mal” ilustrou o pesquisador.
Para o presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Fernando Freire, pesquisa social não existe sem inclusão social. “É preciso encontrar caminhos de convivência entre o desenvolvimento, tão necessário, e a garantia da existência dos territórios pesqueiros e da agricultura familiar”.
Diante da platéia, composta, na sua maioria, por pescadores e pescadoras, Fernando Freire afirmou estar a Fundaj disposta para ouvir e dar continuidade aos estudos nessa área, com o compromisso de pesquisar e apresentar propostas e resultados sobre os impactos causados pelo desenvolvimento desordenado na pesca artesanal.
De família de pescadores artesanais, desde o seu bisavô, Enilde Lima, representante do movimento pesqueiro do estado, demonstrou preocupação com a constante ameaça ao território pesqueiro que, uma vez garantido, significa qualidade de vida também garantida. Essa ameaça à garantia dos direitos dos pescadores também foi enfatizada por Maria José Pacheco, da Pastoral Nacional dos Pescadores. “Queremos o fortalecimento das comunidades pesqueiras porque não somos só vítimas, mas participantes ativas nessas questões”, concluiu.
O economista e defensor incansável do desenvolvimento sustentável, Clóvis Cavalcanti, vem, desde a década de 1960, na antiga SUDENE, envolvido nas pesquisas sobre a pesca no Brasil. “A atividade pesqueira artesanal é espontânea, não é imposta. É prazerosa, libertária e é assim que tem que continuar“.
Clóvis Cavalcanti relembrou aos presentes um dos principais objetivos da Fundação Joaquim Nabuco, desde a sua criação, em 1949, pelo sociólogo Gilberto Freyre: a melhoria das condições de vida do homem nordestino, sobretudo o que vive no campo. “Os temas tratados no seminário são objetos de pesquisas da Fundaj, que dão a dimensão sócio-ambiental do desenvolvimento destruidor que vem ocorrendo ao longo de décadas”.
PROGRAMAÇÃO
Dia 26
8h Credenciamento
10h – Abertura (Fundaj e CPP)
11h - Palestra sobre território das comunidades tradicionais pesqueiras
Coordenação:
Tarcísio Quinamo (Fundaj)
Palestrante:
Marizelha Carlos Lopes (MPP-BA)
Comentador:
Cristiano Ramalho (UFRPE)
12h – Intervalo
14h – Mesa1: Direitos territoriais das comunidades tradicionais pesqueiras
Coordenação:
Edilene Pinto (Fundaj)
Palestrantes:
- Representante do SPU (a confirmar) – Territórios pesqueiros e o patrimônio da União
- José Augusto Laranjeiras Sampaio (UNEB/BA) –Abordagem socioantropológica
- Alzeni Tomaz (CPP-BA) – Marco legal
- Solange Coutinho (Fundaj) – Serviços ecossistêmicos e territórios pesqueiros
Comentadora:
Maria José Pacheco (CPP Nacional/PE)
Debate
Intervalo
17h30 – Lançamento do livro Movimentos Sociais na Pesca
Dia 27
8h – Mesa 2: Desenvolvimento e territórios pesqueiros
Coordenação:
Izaura Fisher (Fundaj)
Palestrantes:
- Antônio Carlos Sant’Ana Diegues (USP) – O pescador artesanal e a luta pelos territórios pesqueiros: uma contextualização sociopolítica
- Clóvis Cavalcanti (Fundaj) – O modelo de desenvolvimento e os territórios pesqueiros
- Justiça e equidade ambiental – Maria do Céu de Lima - Universidade Feral do Ceará -UFC/PPGEA-Universidade de Brasília – UnB
Comentadores:
- Alexandre Anderson de Souza (Pescador /Associação Homens do Mar/RJ)
- Maria Alice Borges da Silva (Pescadora / Associação de Pescadores e Pescadoras da Lagoa de Curralinho – Juazeiro/BA)
Debate
11h30– intervalo
13h00 - Mesa 3 - A realidade das mulheres pescadoras e os territórios pesqueiros
Coordenação:
Ligia Albuquerque de Melo (Fundaj)
Palestrantes:
- Hulda Helena Coraciara Stadtler (UFRPE) – A luta política da mulher pescadora
- Naina Pierre (ICSF e UFPR) – A mulher pescadora e os territórios pesqueiros
- Ambiente, trabalho e saúde – Thais Dias Gomes (UFBA)
Comentadoras:
- Cícera Estevão (Colônia de Pesca de Rio Formoso/PE)
- Maria Cristina Santos (Colônia de Pesca de Pedrinha – Petrolina/BA)
Debate
15h20 – intervalo
15h40 – Encontro: Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das Comunidades
Tradicionais Pesqueiras
Coordenação:
- Antônio Severino Santos (CPP/NE/PE)
Expositores:
- Maria Martilene Rodrigues de Lima (MPP/CE) – Concepção e objetivos
- Pedro Teixeira Diamantino (AATR/UEFS/BA) – O Projeto de Lei de Iniciativa Popular
Depoimentos - A campanha nas comunidades pesqueiras:
- Clóvis Amorim dos Santos (MPP/MA)
- Maria das Neves (Colônia de Pesca de Lagoa do Carro/PE)
- Enilde Lima Oliveira (Colônia de Pesca de São José da Coroa Grande/PE)
- Jucelina Barros (Pimenta/MG)
- Edeburgo Muniz (Associação de Pescadores de Carne de Vaca – Goiana/PE)
- Ana D’Arc Ferreira (MPP-Conde/PB)
17h30 - Intervalo
18 h – Avaliação da Campanha Nacional pela Regularização dos Territórios das Comunidades Tradicionais Pesqueiras
Dia 28
8h – Mesa 4: Pesca artesanal, sustentabilidade socioambiental e territórios pesqueiros
Coordenação: Gilberto Gonçalves Rodrigues (Prodema/UFPE)
- Ângelo Brás Callou (UFRPE) – Assistência técnica
- Beatrice Padovani (UFPE) – Produção da pesca artesanal
- Fátima Macena (UFRPE) – Pesca artesanal e segurança e soberania alimentar
- Participação das mulheres na produção pesqueira – Laurineide Santana (CPP-NE/PE)
Comentadores:
- André Nogueira (Colônia de Pesca de Goiana/PE)
- Neuza Francisca do Nascimento (Grupo das Irmãs da Divina Providência Região do Rio São Francisco /MG) A confirmar
11h30 – Intervalo
13h30 – Mesa 5: Gestão da pesca artesanal: contexto internacional
Coordenação: Maria José Pacheco (CPP Nacional)
- Beatriz Mesquita (Fundaj) – Diretrizes internacionais para a pesca artesanal –
- Victor Hugo Martínez Balestero (Grupor de Pesca US Compostela – Espanha) – A experiência da Galícia na regulação e gestão da pesca artesanal.
Comentadora: Maria Martilene Rodrigues de Lima (MPP/CE)
Debate
16h – Intervalo
16h30 – Conferência de encerramento:
Ecologia humana e territórios pesqueiros
Coordenação: Tarcísio Quinamo (Fundaj)
Conferencista: Maria José de Araújo Lima (IEH)
17h 40 – Encerramento
Inscrições no local do evento
Informações: (81) 3073 6494 – (81) 3073 6491
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