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Palestra de Michel Maffesoli no Museu do Homem do Nordeste, da Fundaj, no dia 5 de novembro

Publicado: Quinta, 24 de Outubro de 2013, 13h50 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h15 | Acessos: 3675

A Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (MECA) da Fundação Joaquim Nabuco promoveu, no Auditório Benício Dias do Museu do Homem do Nordeste,  a conferência do Professor Michel Maffesoli intitulada "Pós-modernidade e o retorno das emoções coletivas". A presença do professor reafirma os compromissos assumidos pela Fundaj, em outubro de 2011, data da assinatura do protocolo de criação do Centro Interdisciplinar do Estudos sobre o  Atual e o Cotidiano, projetado pela antropóloga Ciema de Mello, firmado pelo presidente da casa, Dr. Fernando Freire e pelo eminente sociólogo francês com o propósito de dotar o Museu do Homem do Nordeste de um centro de pesquisas capaz de subsidiar seu processo de requalificação conceitual em curso, e no âmbito do qual já foram realizados os projetos Paisagem Etnogastronômica do Nordeste e os Nordestes Emergentes, e o curso Metodologias e Orientações Teóricas de Pesquisas sobre o Atual e o Cotidiano ministrado pela professora Danielle Perin Rocha Pitta.

Na ocasião, o pesquisador Renato Athias, a antropóloga Ciema Mello e a Professora Danielle Perin Rocha Pitta compuseram a mesa que antecedeu a palestra. Ciema Mello discorreu um pouco sobre o Centro Interdisciplinar Sobre o Atual e o Cotidiano, vinculado ao Museu do Homem do Nordeste, e convidou o jornalista especializado em Gastronomia, Bruno Albertim, para falar um pouco sobre a antropologia gastronômica no Nordeste. "Percebemos como as ideias do Prof. Maffesoli  poderiam ser aproveitadas na prática. A Região Nordeste tem muita influência moderna em sua gastronomia, mas ainda se recusa a abandonar certas tradições culinárias, como a Maniçoba (prato típico da Bahia)", disse Albertim.

A professora Danielle Perin Rocha Pitta traçou um breve perfil do convidado de honra, ressaltando que o Prof. Maffesoli possui mais de 30 livros publicados. Em seguida, o sociólogo francês conduziu sua palestra, que teve tradução simultânea. Ele falou sobre o Centro de Estudos Sobre o Atual e o Cotidiano, em Sorbonne e comentou que "vivemos um formigamento cultural, uma orgia de emoções compartilhadas", para contextualizar o retorno das emoções coletivas na pós-modernidade. "A Cultura é maternal. Tudo é sobreposto à razão", disse Maffesoli, que ainda usou frases como "desencantamento ou desmagicalização do mundo através do rolo-compressor do racionalismo". O professor comentou que "O Brasil é o novo laboratório da pós-modernidade. Esse espaço já foi ocupado pela Europa no início do século XIX", completou. 

:: Saiba mais sobre o palestrante

Michel Maffesoli, professor da Sorbonne, diretor do CEAQ (Centre d’études sur l’actuel et le quotidien – Paris V),  é autor de mais de 30 livros (entre eles “A transfiguração do político” e “A dinâmica da violência”), todos traduzidos em português. As fontes de seu conhecimento incluem certamente os diálogos entre a cultura francesa e a brasileira. As suas propostas teóricas dizem respeito à uma realidade vivida no cotidiano em cada esquina aqui do Brasil. Diz que “a compreensão íntima dos objetos se realiza na relação com a vida cotidiana. São os poetas e os artistas (antes até do que os teóricos), os que têm essa intuição”. Para ele, assim como para Malraux (Les Voix du Silence), através do Museu é possível transcender as dicotomias. Museu de imagens e devaneios: “interminável e fraterna lenda dos séculos” que se opõe à morte, à loucura, à desadaptação,  ou à segregação racista: é a vida do espírito.

O pensador francês, conhecido por seguir na contracorrente do senso comum intelectual, tem mostrado através de sua obra, que amar a vida não é ‘pecado’. Significa dizer que seu trabalho tenta apreender certo vitalismo emergente, um querer viver aqui e agora, um presenteísmo, geralmente obnubilado pelas análises racionalistas das filosofias modernas. Por outro lado, Maffesoli preocupa-se em compreender os sinais de mudanças que se apresentam na cultura contemporânea, ou seja, interessa-se pelos novos modos de estar junto. São as tribos pós-modernas que nos revelam o retorno a um arcaico, a uma esfera lúdica na vida social. O sociólogo francês assinala que a pós-modernidade diz respeito a um retorno às raízes. O enraizamento dinâmico se refere a um querer viver apegado ao presente, ao mundo sensível da estética e da emoção, reencontrando na predominância do instante a vitalidade desgastada pelos ideais progressistas do século XVIII. Daí, o sucesso da palavra Imaginário na cultura contemporânea, para Maffesoli. Embora em certo sentido a palavra se banalize, ela remete a “um retorno com força da cultura, a prevalência do imaterial, a presença do invisível”.

Apoio Associação Ylê Setí do Imaginário: http://www.yle-seti-imaginario.org/

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