Exposição "Cajus", que homenageia Mauro Mota, está em cartaz na Fundaj Casa Forte
A exposição “Cajus” será inaugurada no dia 11 de abril, às 17 horas, na sala Mauro Mota, da Fundaj/Casa Forte (avenida 17 de agosto, 2187). A exposição, que conta com um projeto expográfico do arquiteto Rodrigo Cantarelli, do Museu do Homem do Nordeste, é uma iniciativa da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (MECA), da Fundação Joaquim Nabuco, que homenageia o jornalista, professor, geógrafo e poeta Mauro Mota, ex-diretor executivo da Fundaj, e a sua obra, Cajueiro Nordestino.
A exposição, que reinaugura a Sala Mauro Mota, é uma instalação, na realidade, e é composta por peças e objetos artistico/visuais que remetem ao tema “Caju”, e traduz o que foi Mauro Mota, um pesquisador que escrevia seus textos numa forma leve, poética. O que pode ser comprovado por um trecho de seu livro, Cajueiro Nordestino, que abre a exposição: “Nenhuma outra árvore existe de ecologia equivalente pela extensão à do cajueiro. Transcende da ambiência fitogeográfica. É como se escapasse do seu para um reino de humanidade e, aí, como os ramos em laço, fizesse a simbiose das espécies. Planta e criaturas humanas desenvolvem-se juntas numa interdependência fraternal, embora as clareiras guardem, muitas vezes, vestígios da repetição do episódio de Abel e Caim”.
O texto de abertura da exposição diz: “É assim que Mauro Motta se refere ao Cajueiro, a árvore do mundialmente conhecido caju. Aqui nessa sala fala-se de cajus e de pessoas, e com isso a Fundação Joaquim Nabuco rende homenagem ao saudoso Mauro Motta, que nas palavras de Gilberto Freyre representa a pernambucanidade: “Quem tão completo em seu modo de ser pernambucano? Quem tão múltipla, tão vária, tão integralmente brasileiro de Pernambuco? Quem tão brasileiro no seu modo de ser pernambucano e tão pernambucano na sua maneira de ser brasileiro? Quem mais lusotropical pelo que nele é, além de brasileiro, português pela língua que sua poesia vem enriquecendo e tropical pelo fato, tão expressivo, de ter se tornado o maior conhecedor das virtudes do tropicalíssimo cajueiro?"
E, remetendo à poesia de Mauro Mota, o texto é encerrado desta forma: “O Caju é representado, como é transformado, na castanha ele é reconhecido em todo o mundo, tal como na poesia dele:
Cajus
As mãos da moça
nos cajus
ordenha-os
sem feri-los,
ordenha-os
tão de leve
como se para o Deus Menino retirasse
leite das ovelhinhas do Presepe”.
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