Morre Maria do Carmo Tavares de Miranda, ex-diretora do Seminário de Tropicologia na Fundaj
A filósofa, pedagoga e teóloga pernambucana Maria do Carmo Tavares de Miranda, faleceu nesta quinta-feira (20), aos 86 anos. Ela foi ex-diretora do Seminário de Tropicologia, nos anos 1980’s, época em que o seminário estava sob responsabilidade da Fundação Joaquim Nabuco.
Maria do Carmo Tavares de Miranda nasceu no município de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, a 6 de agosto de 1926. Concluiu bacharelado e licenciatura em letras clássicas e filosofia na Universidade Federal de Pernambuco, doutorado em filosofia pela Universidade de Paris e doutorado e livre docência em filosofia da educação pela Universidade Federal de Pernambuco. Ingressou no magistério nessa última instituição, tornando-se professora catedrática por concurso. Foi a primeira coordenadora do Mestrado em Filosofia, tendo implantado a sua biblioteca. Aposentou-se em 1986, realizando desde então pesquisas em diversas instituições no país e no exterior.
Ela foi vice-presidente da Academia Internacional de Filosofia da Arte (Atenas, Grécia), professora visitante e mestre de conferências em diversas Universidades internacionais, pesquisadora efetiva de centros internacionais de pesquisa e diretora-geral do Seminário de Tropicologia, da Fundação Joaquim Nabuco (FJN).
Em 1983, Maria do Carmo foi eleita para a Academia Pernambucana de Letras (APL), ocupando a cadeira de número 7, que tem como patrono Maciel Monteiro. Publicou, entre outras obras, Théorie de la Verité chez Edouard Le Roy; Pedagogia do Tempo e da História; Educação no Brasil; Os Franciscanos e a Formação do Brasil; O Ser da Matéria; Caminhos do Filosofar e Aventura Humana. Traduziu Da Experiência do Pensar, de Martin Heidegger. Pertenceu à Academia Internacional de Filosofia da Arte, à Academia de Filosofia, e ao Instituto Brasileiro de Filosofia.
Dedicada ao exercício filosófico, a pernambucana Maria do Carmo Tavares de Miranda, que foi assistente do filósofo alemão Martin Heidegger, viveu seus últimos anos de vida em uma reclusão voluntária no Recife, segundo o poeta e amigo José Mário Rodrigues.
Seu sepultamento está marcado para às 17h, no dia 20 de dezembro de 2012, no Cemitério de Santo Amaro.
Bibliografia:
Vida cristã. Recife : Flos Carmell, 1957.
Théorie da la verité chez Edouard le Roy. Paris : Gabalda, 1957. (Tese de doutorado).
Pedagogia do tempo e da história. Recife : Imprensa Universitária, 1965.
Educação no Brasil; esboço de estudo histórico. Recife : Imprensa Universitária, 1966.
_____. 2. ed. Recife : Imprensa Universitária, 1975.
_____. 3. ed. Recife : Imprensa Universitária, 1978.
Fé hoje? Recife : Mousinho Artefatos de Papel, 1966.
Os franciscanos e a formação do Brasil. Recife : Universitária, 1969.
_____. 2. ed. Recife : Universitária, 1976.
Diálogo e meditação do viandante. Recife : Universitária, 1975.
O ser da matéria; estudo de Kant e Tomás de Aquino. Recife : Universitária, 1976.
Sobre o caminho do campo de Martin Heidegger. Recife : Universitária, 1977. 47 p.
O homem e o tempo. Recife : Massangana, 1983.
Conjugando memórias. Rio de Janeiro : Tempo Brasileiro; Recife : Secretaria de Educação de Pernambuco, 1987.
Caminhos do filosofar. Recife : Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1991. 144 p. (Coleção Gilberto Freyre, 2).
Aventura humana. Recife : COMUNICARTE, 1996. 76 p. (Ensaio. Ficção. Poesia).
Estudos sobre a autora:
VELLOSO, Arthur Versiani. Maria do Carmo Tavares de Miranda. Theórie de la verité chez Edouard. Paris : Cabalda, 1957. Kriterion, Belo Horizonte, n. 47-48, p. 230-231, jan./jun. 1959.
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