Curso de gestores culturais da Fundaj envolve sete estados do Nordeste
* Por Marcelo Mário de Melo, Assessor de Comunicação Social da Fundaj.
Na sexta-feira 14 de setembro foi realizada na Fundação Joaquim Nabuco, em Casa Forte, a aula de encerramento do Primeiro Curso de Formação de Gestores Culturais dos Estados do Nordeste, sob a responsabilidade do professor George Anthony Yúdice, do Departamento de Línguas Modernas e Literaturas da Universidade de Miami, e da professora Sylvie Elena Duran Salvatierra, coordenadora do Programa de Cultura e Integração da Costa Rica. Eles discutiram os diversos conceitos de cultura e trataram dos desafios que se colocam ante os gestores culturais para divisar e saber relacionar a árvore e a floresta e estabelecer estratégias para avançar, enfrentando os limites, principalmente orçamentários e burocráticos, que atingem o serviço público na área da cultura.
O curso foi o resultado de uma parceria entre o Ministério da Cultura, a Fundação Joaquim Nabuco, entidade vinculada ao Ministério da Educação, a Universidade Federal Rural de Pernambuco e as secretarias de cultura dos estados da Bahia, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, do Ceará e do Piauí.
Com o caráter de especialização latu senso, seu objetivo foi qualificar profissionais para atuarem como gestores e empreendedores que proponham, analisem, discutam, adotem e irradiem políticas culturais que contribuam com o desenvolvimento do país. Marcadas pela flexibilidade nos seus conteúdos e o espírito participativo, as aulas foram distribuídas em nove módulos e realizadas nos sete estados participantes, totalizando 360 horas, com atividades presenciais.
Alinhamento à Educação - O presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Fernando Freire, ressaltou a importância do curso, ao articular as áreas de cultura e educação, fortalecendo o alinhamento da Fundaj aos processos educacionais, missão que lhe foi atribuída, como gestor, pelo MEC. Falou da importância de ter sido criada na instituição a Diretoria de Formação, que trabalhou integrada à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e arte. Esclareceu que a Fundaj, sem ser uma instituição de ensino, está equiparada a uma escola de governo, apta a conferir certificados de pós-gradução. E anunciou, a médio prazo, a passagem do curso ao nível de mestrado profissional. Anunciou, ainda, a atualização do cinema da Fundação à tecnológica de ponta e a abertura de mais uma sala de exibição em Casa Forte.
A Diretora de Memória, Educação, Cultura e Arte (Meca) da Fundaj, Silvana Meireles, afirmou que o curso representava a realização de um sonho e um compromisso com o desenvolvimento da cultura nos estados do Nordeste e do país e no cotidiano das pessoas. Acrescentou que qualificar gestores culturais é criar condições de influência a favor da cultura nas agendas políticas e no aprimoramento das políticas culturais públicas.
O representante regional do Minc, Fábio Henrique Lima de Almeida, exaltando o pioneirismo do curso, expressou a expectativa de que os participantes se empenhassem em repassar os conhecimentos adquiridos, fazendo-os chegar aos municípios e aos grotões, envolvendo não só os gestores, mas os artistas e os trabalhadores da cultura em geral, todos envolvidos na mesma cadeia produtiva. O vice-reitor da UFRPE, Marcelo Brito, também se referiu ao efeito multiplicador que deveria ser dão ao curso, sob a responsabilidade dos seus participantes, oriundos de realidades e espaços diversos.
O secretário-adjunto de Cultura de Pernambuco, Beto Silva, falou do curso como uma possibilidade de formar pessoas que atuem no sentido de que os processos culturais, além do participar e do controlar, se afirmem no terreno do fazer, indo além dos espaços formais e chegando às bases culturais da sociedade. Pessoas que colaborem para alargar os horizontes da institucionalidade no terreno da política cultural.
O Curso de Formação de Gestores foi concluído próximo ao momento em que o Congresso Nacional havia aprovado o Plano Nacional de Cultura, que objetiva fazer com que as ações culturais públicas sejam integradas entre os três entes federativos - a União, o Estado e o Município – e compreendidas numa dimensão de política de estado, ultrapassando as óticas delimitadas pelos prazos de gestão governamental, pela segmentação, pelo imediatismo e o eventualismo.
Ação regional - Envolvendo diversos estados do Nordeste Brasileira, o Curso representou um esforço da Fundação Joaquim Nabuco em empreender uma ação de âmbito regional. E há outros exemplos neste sentido, como a Pesquisa sobre o Plano de Ações Articuladas do MEC no Norte e Nordeste. O estudo em andamento sobre Governança Metropolitana no Brasil, em parceria com o IPEA, para identificar os arranjos de gestão metropolitana e suas práticas nas capitais brasileiras. As ações de capacitação do Centro Audiovisual do Norte-Nordeste – CANNE. O Concurso de Roteiros de vídeo Rucker Vieira. O edital do Videoarte. As Residências Artísticas. A expansão do Cinema da Fundação para o Ceará, através de parceria com o Centro Dragão do Mar. Além de diversas pesquisas, planejadas ou em andamento, tratando de realidades econômicas, sociais, demográficas, ambientais, educacionais e culturais do Norte-Nordeste.
Paralelamente ao empenho pela ação regional, a Fundação Joaquim Nabuco vive na atual gestão um novo impulso no sentido de se alinhar às metas do Plano Nacional de Educação, a partir dos seus acervos e serviços e das competências dos seus servidores.
O evento prestou homenagem a três grandes nordestinos centenários: o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, o Mestre Graciliano Ramos e o Imperador da Crítica, Álvaro Lins. A homenagem foi estendida ao arquiteto do Brasil e do mundo, Oscar Niemeyer.
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