Fundaj anuncia novos investimentos no setor audiovisual: Cinema da Fundação terá projetor 3D e abrirá filiais em Casa Forte (Cinema do Museu) e Fortaleza (Cine Dragão do Mar). Derby contará com Cinemateca
A Fundação Joaquim Nabuco, através da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte - MECA, anunciou quatro ações importantes que irão trazer uma colaboração ainda maior da instituição junto ao cenário audiovisual nos âmbitos local, regional e nacional. O anúncio feito pelo Presidente da instituição, Prof. Dr. Fernando José Freire, e pela diretora de cultura Silvana Meireles, dá conta de projetos que vêm sendo executados já há algum tempo, e que agora encontram-se em pleno desenvolvimento. Os quatro projetos aqui divulgados contemplam as áreas de difusão e programação, assim como preservação da memória audiovisual. Em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (28/11), o presidente da Fundaj, Prof. Dr. Fernando José Freire; a diretora da Meca, Silvana Meireles; e os coordenadores do Cinema da Fundação, Kléber Mendonça Filho e Luiz Joaquim detalharam as quatro linhas de ação: O Cinema da Fundação terá equipamento de ponta, com projetor 3D; abrirá filiais em Casa Forte (Cinema do Museu) e Fortaleza (Cine Dragão do Mar); e a Fundaj Derby contará com uma Cinemateca.

"Os equipamentos novos do Cinema da Fundação já foram adquiridos e serão instalados até o terceiro trimestre de 2013. Com isso, passaremos a ter o cinema com perfil público mais bem equipado do Brasil", explicou Freire. Os demais investimentos surtirão frutos ao longo de 2013. A Cinemateca da Fundaj, criada em parceria com a Cinemateca Brasileira, guardará a memória do cinema regional (do Nordeste). Já a curadoria do Cinema da Fundação para o Cine Dragão do Mar, em Fortaleza, terá dois anos de duração, "para prover as condições necessárias para dar ao Dragão do Mar as mesmas características do Cinema da Fundação", conforme explicou Kléber Mendonça Filho.
O Cinema do Museu será instalado no Auditório Benício Dias, do Museu do Homem do Nordeste, na Fundaj Casa Forte (Avenida Dezessete de Agosto, 2187) que passará por requalificação completa para oferecer 175 lugares.
Confira os detalhes de cada ação:
Cinema da Fundação - Novos Equipamentos
A captação e exibição cinematográficas passam atualmente por momento histórico que vê as tecnologias migrando do analógico para o digital, um processo irreversível. O Cinema da Fundação Joaquim Naubuco recebe em média 60 mil espectadores por ano, e ocupa lugar de grande destaque no cenário brasileiro de salas não-comerciais formadoras de público. A sala abre espaço para filmes de todo o mundo, do Brasil e da região, e em muito contribui para o atual e destacado cenário audiovisual pernambucano, divulgando o cinema e promovendo o debate em torno dos filmes. .
O Cinema da Fundação, localizado no Cineteatro José Carlos Cavalcanti Borges, bairro do Derby, terá seus equipamentos de som e projeção totalmente atualizados com a mais nova tecnologia disponível hoje. Isso irá somar novas possibilidades de difusão técnica e de programação à projeção 35mm, que será mantida na cabine de projeção da sala.
As novas aquisições para a cabine incluem:
* Projetor digital Barco 22B 4K
* Servidor DCP GDC 2K e 4K
* Processador digital de som Dolby CP 650 (compatível com 35mm e DCP)
* 12 caixas acústicas frontais (esquerda, direita, central, surround e subwoofer) marca JBL.
* 9 amplificadores de potência marca Crown.
* Administrador de mídia para som e imagem Scaler da marca Barco.
* 500 óculos Dolby 3D.
* Leitor de som digital Dolby para cópias 35mm.
Com esses equipamentos, o Cinema da Fundação poderá expandir sua capacidade de exibir obras audiovisuais em múltiplos formatos (35mm, DCP 2K, 4K e 3D, Auwe Digital, Blu-ray e DVD, arquivos de imagem a partir de computadores). A leitura de som 35mm, antes no formato Dolby SR analógico), passa a ser Dolby Digital 5.1.
No formato DCP, que foi desenvolvido para substituir cópias 35mm, o novo sistema de projeção a ser instalado no Cinema da Fundação oferece a mais alta resolução (4K) hoje disponível para a projeção digital de filmes no formato digital DCP. A sala irá tornar-se referência.
O Cinema da Fundação será ainda o cinema de perfil público mais bem equipado do Brasil. Em termos de apresentação, terá equipamentos de melhor e maior qualidade do que a grande maioria das salas comerciais em atividade no Recife e no país.
O Cinema da Fundação havia passado por duas reformas técnicas nos últimos 15 anos. Em 1997, recebeu moderno sistema de projeção e som para 35mm (projetor Strong e processador Dolby CP 65 com caixas JBL), equipamento que serviu a sala durante esses anos. Esse mesmo sistema de som foi o primeiro do tipo instalado do Recife antes do sistema multiplex, mas hoje o processador Dolby e suas caixas acústicas encontram-se defasados.
Em 2005, a sala foi pioneira também ao ser a primeira na cidade a utilizar o sistema de projeção digital da Rain Network (atualmente Auwe Digital) com um servidor de conteúdo digital e projetor Panasonic HD (1.3 K).
Previsão de Instalação: primeiro semestre 2013. O processo de aquisição dos novos equipamentos para o Cinema da Fundação teve início em novembro de 2011, com pesquisas técnicas em torno de uma tecnologia nova, a montagem do termo de referência e construção do projeto. Foi um processo lento dada a complexidade da compra e a natureza desse tipo de operação no serviço público. Esse processo encontra-se em fase de conclusão.
O Cinema da Fundação em Fortaleza - Convênio com o Instituto Dragão do Mar
No último dia 8 de novembro, na cidade de Fortaleza, foi assinado um acordo de cooperação entre a Fundação Joaquim Nabuco e o Instituto de Arte e Cultura do Ceará (IACC). O acordo, assinado pelo presidente da FJN, Fernando José Freire, e o presidente do IACC, Paulo Linhares, faz parte da política de descentralizações das ações da Fundação Joaquim Nabuco na busca de consolidar seu papel de instituição regional.
Pela parceria, a FJN irá trabalhar no sentido de programar as duas salas de cinema do centro de cultura Dragão do Mar, localizado no centro de Fortaleza, junto à sua área histórica. O espaço, que além das duas salas de cinema, conta com teatro, galeria de arte, planetário e café, é um rico espaço de cultura para a comunidade local. A partir do acordo, os cinemas terão a chancela "Cines Dragão do Mar / Cinema da Fundaj". Na opinião de Linhares, o “Cinema da Fundação” é “o cinema de arte que melhor funciona hoje no Brasil”.
As duas salas de cinema do Dragão do Mar foram programadas até 2012 pelo grupo Espaço, comandado por Adhemar Oliveira, responsável pelos cinemas Itaú Arteplex. O acordo entre a FJN e a Secretaria de Cultura prevê reequipar as duas salas com projeção DCP 2K e pelo menos uma delas com projeção 35mm, uma vez que os antigos equipamentos não fazem mais parte das salas.
A idéia é deixar as duas salas perfeitamente equipadas para poderem receber uma programação de qualidade de todo o mundo, do Brasil e da região. A capital cearense tem perfil semelhante ao do Recife, uma produção e um consumo de cultura forte, com demanda reprimida muito grande de filmes fora do circuito comercial, que, a grosso modo, abre o seu espaço para o cinema comercial brasileiro e, em especial, hollywoodiano.
Fortaleza é uma cidade que não apenas consome cinema, mas que também tem produção cinematográfica de destaque e que aponta para várias vertentes, com participações importantes em festivais internacionais. As duas salas do Dragão do Mar deverão estimular o debate a partir da exibição de filmes, com a presença de realizadores do Brasil e do exterior, numa programação cinéfila e que deverá valorizar a diversidade.
Os programadores do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco Kleber Mendonça Filho e Luiz Joaquim deverão contar com parceria de um curador local para afinar essa programação.
Previsão de Início da Programação: 2013 - Foi apresentada como condição para nosso acordo de parceria que as duas salas do Dragão do Mar estivessem totalmente reequipadas.
:: Leia a reportagem do jornal O Povo sobre o convênio.
Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco
Outro acordo de cooperação técnica importante ocorreu entre a Fundação Joaquim Nabuco e o Ministério da Cultura, pela Cinemateca Brasileira, no desenvolvimento de projeto de preservação do cinema do Nordeste.
Desde agosto, a especialista em preservação e profissional com vasta experiência no quadro da Cinemateca Brasileira, Fernanda Coelho, começou período de trabalho e colaboração junto à Fundação Joaquim Nabuco, onde encontra-se desempenhando suas funções na Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte - MECA. A vinda dessa especialista visa ampliar uma cinemateca na FJN que passe a guardar e preservar um arquivo audiovisual regional, podendo também abrir espaço para a produção brasileira.
O projeto da Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco dá continuidade aos esforços que já existiam nesta instituição, e que salvaram produção essencial para entender o cinema brasileiro e pernambucano que é o Ciclo do Recife de cinema mudo, na década de 1920, trabalho feito nos anos 1980 e 1990 junto à própria Cinemateca Brasileira, que restaurou obras como A Filha do Advogado, de Jota Soares, e Aitaré da Praia, de Gentil Roiz.
O projeto, atualmente desenvolvido por Fernanda Coelho junto à FJN e a Cinemateca Brasileira, segue a seguinte filosofia para Arquivos Audiovisuais:
REUNIR acervo – obras cinematográficas, em qualquer suporte, e os objetos e documentos correlacionados às produções, que contextualizam e aprofundam a compreensão destas obras audivisuais;
DOCUMENTAR o acervo, tanto as obras audiovisuais quanto os objetos e documentos relacionados, organizando as informações de forma a permitir e facilitar o acesse às obras, aos documentos e às informações sobre cada obra;
CONSERVAR os objetos-suportes da obras audiovisual, os objetos e documentos relacionados, com o objetivo de propiciar a longevidade destes materiais por tempo museológico (não inferior a 100 anos);
DIFUNDIR as obras cinematográficas, os documentos e as informações sobre o acervo, da forma mais ampla possível, tanto na atualidade quanto para as gerações futuras.
O conjunto destas ações, efetuadas de forma coordenada e inteligente, constituiem o ciclo da PRESERVAÇÃO AUDIOVISUAL, missão principal de qualquer cinemateca/Arquivo Audiovisual.
A mesma preocupação que levou a FJN a atualizar o Cinema da Fundação e que observa mudanças históricas na tecnologia guia a preocupação de criar e manter um acervo da produção áudiovisual atual, num momento em que a produção cinematográfica feita no Brasil, e em Pernambuco, já migrou efetivamente para o digital. Além disso, o cinema feito no Nordeste, e em especial no estado de Pernambuco, ganhou enorme destaque no cenário brasileiro e internacional com a chegada das novas tecnologias de produção digital, a mesma tecnologia que traz uma fragilidade no campo da preservação para essa produção.
A grande discussão no mundo hoje é achar formas inteligentes e seguras de preservar essa produção originada eletrônica e digitalmente, construída em cima de tecnologias que ainda não passaram pelo teste do tempo.
Nesse sentido, será necessário criar as condições necessárias e estabelecer ações sistêmicas com o objetivo de preservar a cinematografia das regiões Norte e Nordeste – em qualquer suporte, analógico ou digital.
Atuando sempre em sintonia com as leis que regem os direitos jurídicos das produções audiovisuais, buscar a parceria dos produtores e realizadores na construção deste espaço de Memória e, principalmente, de reflexão.
Para tanto, será necessário:
Constituir uma filmografia que identifique os filmes produzidos em cada Estado das regiões Norte e Nordeste, desde as primeiras produções até a atualidade, independentemente de gênero, duração ou tema;
Localizar e reunir os materiais-suportes das obras (películas, fitas, HDDs, etc.); armazená-los adequadamente e dar tratamento técnico pertinente de catalogação e de conservação, de forma a promover a perenidade das obras e permitir o acesso com segurança;
Reunir, catalogar e conservar os documentos e objetos co-relacionados às obras audiovisuais do Norte/Nordeste, que contextualizam e permitem a compreensão aprofundada de cada obra;
Identificar títulos em risco de desaparecimento, parcial ou total, e buscar os meios necessários para garantir a sobrevivência dessas obras;
Dar acesso amplo às obras, aos documentos correlatos e às informações – técnicas e de conteúdo – acerca de cada título pertencente ao acervo e, na medida do possível, de toda filmografia levantada.
O projeto da Cinemateca da Fundação Joaquim Nabuco tem o perfil de curto e longo prazos. Atualmente, a Cinemateca da FJN passa por processo de re-equipar-se com algumas reformas físicas que poderão garantir excelência técnica no guardo do seu acervo.
Cinema do Museu - Fundaj Casa Forte
Com 60 mil espectadores anuais no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, na sala José Carlos Cavalcanti Borges, no Derby, muitas vezes mostrando sinais de que não há como crescer mais com seus 200 lugares, a instituição prepara-se para investir num segundo espaço na unidade Casa Forte, região oeste do Recife, que se chamará Cinema do Museu. Esta semana foi realizada a licitação para a reforma do auditório Benício Dias, no Museu do Homem do Nordeste, prédio da instituição no bairro de Casa Forte. O prédio, à próposito, foi o primeiro pensando em sua composição arquitetônicamente para abrigar um museu.
Os parâmetros para a reforma do espaço contaram com a assessoria do técnico Osvaldo Emery – tendo esta sua participação também sido fruto da parceria entre a Fundaj e Cinemateca Brasileira. Emery foi ainda figura fundamental nos acertos do detalhamento técnico para definir os novos equipamentos de projeção digital e som a serem adquiridos para o Cinema da Fundação, sala do Derby.
Para a nova sala de cinema no prédio do Museu, com aproximadamente 170 lugares, o projeto prevê modernos equipamentos de projeção em 35mm e digital DCP, um café e a parceria direta com a missão do Museu do Homem do Nordeste, um dos braços mais conhecidos e respeitados da mesma instituição, há mais de 40 anos.
A expansão do padrão de programação do Cinema da Fundação dentro da própria instituição faz-se relevante num cenário exibidor local que chega a 56 salas comerciais contra quatro salas alternativas atualmente (Cinema da Fundação Derby, São Luiz, Cine-Teatro Apolo e uma das três salas do Cine Rosa e Silva).
O bairro de Casa Forte também apresenta o espaço ideal para o público da zona norte e oeste, localizado no seio da própria instituição.
Com uma segunda sala de cinema, a FJN irá aumentar o espectro de diversidade que vem oferecendo há anos, com excelente qualidade de projeção e preços que constituem metade dos praticados pelo mercado.
Previsão de Conclusão: 2014. Será realizada reforma estrutural no auditório Benício Dias e aquisição de novos equipamentos de projeção e som.
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