Seminário Internacional de Leitura, Educação e Cidadania, de 5 a 7 de dezembro, na Fundaj/Casa Forte
O Seminário Internacional de Leitura, Educação e Cidadania teve abertura na tarde do dia 5 de dezembro, no auditório Benício Dias, do Museu do Homem do Nordeste, com mesa-redonda inaugural do evento composta por Fernando Freire, presidente da Fundaj; Rita de Cássia Araújo, coordenadora do Centro de Estudos da História Brasileira, da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (MECA), da Fundaj; Joana Dar'c de Andrade, representando a Secretaria de Educação, Esportes e Lazer, da Prefeitura do Recife; Shirley Malta, representando o Secretário de Educação do Estado de Pernambuco; Adeílson Santos, representante da Diretora da Biblioteca Pública Estadual de Pernambuco, e Roberto Azoubel, representante do Ministério da Cultura (MinC) no Nordeste.

Após a mesa inaugural do seminário, houve a conferência de abertura proferida pela escritora e educadora cubana Emília Gallego, presidente do comitê cubano do IBBY (Internacional Board on Books for Yong People), órgão internacional voltado à promoção do livro e da leitura para crianças e jovens. Emília Gallego falou acerca do valor de se ler, de como é fundamental ler, apesar das tecnologias, da Internet. Ela disse que a vida não vale se não lermos, e explicando a experiência da leitura para evitarmos a violência e a guerra, citou, entre outros escritores, Michel de Montaigne e Marquerite Yorcenar. Esta, francesa, da qual Emília Gallego discorreu sobre um trecho de livro em que Yorcenar narra a segunda guerra mundial como um ato de homens animalizados, sem cultura, e que a leitura a evitaria, e a outras guerras também.

Na quinta-feira (6) o tema abordado no evento foi a leitura nas escolas. A mesa redonda foi composta pelas professoras Cynthia Campos, Ester Rosas, Fernanda Pedrosa e Ana Dourado, que trouxeram suas experiências na área, proporcionando uma discussão teórico filosófica de como a leitura pode intervir diretamente na vida e na cidadania das pessoas.

Falando sobre a literatura na escola, Ester Rosas dialogou sobre a educação literária e a literatura deleite. Sob essa temática, a professora apresentou questionamentos em relação ao tempo que é dedicado a literatura no espaço escolar e de que forma essa leitura pode ser melhor aproveitada pelos alunos, tornando-se não apenas um momento de diversão e despretensioso, mas, também, trazendo textos que despertem inquietação e conhecimento.
“Eu proponho a literatura na escola dentro de um programa de educação literária. A gente pode inventar um outro jeito de fazer a literatura fazer parte da vida desde os pequenininhos e ir passando por toda a escolarização” destacou a professora, mostrando a importância de uma educação literária na escola. Para ela, essa educação tem como objetivo impulsionar as novas gerações num debate permanente sobre a cultura, que está materializada na linguagem da literatura.
“A leitura deve ser vista como um suporte para o amadurecimento. Histórias impulsionam o nosso crescimento humano, além de promover encontros entre gerações”, declarou Ester, que também falou sobre a importância do intercambio de experiências que a literatura pode gerar na escola.
A professora Ana Dourado falou sobre a importância dos espaços de literatura no crescimento educativo, pelo despertamento interior e da imaginação que eles podem revelar. “A literatura também da a possibilidade de fazer o leitor criar laços com realidades distintas as suas. Dessa forma, a gente se entende melhor e entende melhor o outro. O acesso a literatura é essencial para a sociedade”, disse.
A última fala da mesa, da Professora Fernanda Pedrosa, discutiu os conceitos de formação dos mediadores de leitura e da incorporação de novos projetos para o melhor aproveitamento do conhecimento aos alunos. “O tempo da leitura não é um tempo só de prazer, e sim, de compromisso com o hábito de ler. Hoje a gente pode formar bons mediadores de leitura e bibliotecários, pensando na formação dos leitores”, declarou a professora, que falou sobre a importância da literatura no desenvolvimento do pensamento e do diálogo.
O Seminário integra uma série de ações que vêm sendo desenvolvidas pela Biblioteca Central Blanche Knopf e a Biblioteca Nilo Pereira na última década no que tange à mediação e ao fomento à leitura. Projetos como o Prazer de Ler, destinado a estudantes da educação infantil e ensino fundamental da rede pública, assim como crianças assistidas por organizações sociais, ao qual se vincula o Simpósio de Contação de Histórias e Literatura Infantojuvenil, e o Pesquisa Escolar que contabiliza, em pouco mais de dois anos, mais de 3 milhões de acessos, disponibilizando aos estudantes textos, em português, inglês e espanhol, sobre temas e personalidades do Norte e Nordeste, representam algumas dessas iniciativas.
Nesse sentido, o Seminário Internacional de Leitura, Educação e Cidadania promoveu a troca de conhecimento e debate entre especialistas sobre a realidade da leitura no país, visando ao debate em torno das recentes e bem sucedidas iniciativas de formação de leitores em âmbito local, regional, nacional e internacional. Visa também contribuir para o desenvolvimento de uma cultura da leitura no Brasil e, especificamente, para a implantação de um programa de fomento à leitura e de formação de mediadores na Instituição, em consonância com o Plano de Ação da Fundação Joaquim Nabuco 2011-2020, que tem por objetivo precípuo ampliar suas ações no Plano nacional de Educação (PNE) – 2012-2021.
O público-alvo do Seminário foi constituído de Secretários de Educação dos Estados do Nordeste, professores e estudantes de pós-graduação e graduação, professores e gestores da educação infantil ao ensino fundamental de escolas da rede pública; educadores de instituições sociais e mediadores de leitura de bibliotecas escolares e comunitárias. Será concedido certificado de participação.
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