Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Imprensa > O designer social em debate na Fundação Joaquim Nabuco
Início do conteúdo da página

O designer social em debate na Fundação Joaquim Nabuco

Publicado: Quinta, 01 de Novembro de 2012, 08h16 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h15 | Acessos: 1793

 

 

:: Cristiano Marques
     Imprensa Fundaj 

 

O designer social se diferencia por trabalhar com ações que contribuem para solucionar problemas de comunidades que sofrem com a desigualdade social e tecnológica, utilizando a produção local como fonte de renda. Esse foi o foco da designer Paula Dib, no dia 26 de outubro, no Museu do Homem do Nordeste, em palestra sob o tema “Variedade de Possibilidades”. Ela apresentou sua metodologia relatando experiências de trabalhos realizados no Brasil e no exterior, detalhando a relação com o meio ambiente, os laços culturais e as tradições locais, que são objetos de estudos do dsigner social.

Formada em desenho industrial pela FAAP no ano de 2000, Paula desenvolveu o interesse no trabalho com o design socialmente orientado, depois de conviver com uma comunidade de pescadores  na Praia de Boipeba, na Bahia. Observando os costumes locais e a otimização dos objetos de uso,  ela passou a ver a sua profissão como uma ferramenta de transformação na vida das pessoas.

O trabalho com comunidades carentes busca o desenvolvimento sustentável, respeitando as características e costumes locais. As ações feitas com o artesanato visam o seu aprimoramento, com o ensino de novas técnicas e a ampliação de referências. A criação de cooperativas  ou o estímulo ao empreendedorismo individual ajudam a aumentar a produção e a divulgação dos materiais produzidos, o que é feito em  parcerias com lojas, hotéis e empresas.

Para os  projetos obterem êxito é necessário haver um envolvimento que gere um conhecimento aprofundado a partir de uma pesquisa extensa sobre a história e a vida das pessoas, analisando as suas origens, os laços culturais, a economia e a acessibilidade do local. Também se incluem análise de técnicas de produção, o uso e a disponibilidade de matérias primas. Estas informações ajudam a respeitar os modos de produção e o ritmo de trabalho dos artesãos.

Um exemplo citado pela designer foi o trabalho que está sendo desenvolvido na cidade de Cariri, no sertão do Ceará, que já foi conhecida pela sua produção com o couro, mas que no ano de 1994 perdeu a força e o espaço no mercado. O estudo revelou que os  moradores utilizavam o couro de diversas formas, mas, principalmente, na produção de calçados.

Para a recuperação do trabalho voltado para esse item houve o treinamento de profissionais, a inserção de novas técnicas e materiais (borracha de pneu e bordados), a criação de uma cooperativa e de um núcleo de produção de calçados. Com o aumento da produção foi elaborada uma viabilização de lucros e a criação de novos modelos que iriam compor a marca dos produtos confeccionados no local, a Caboclo. Atualmente, os modelos produzidos na cidade são vendidos em feiras sustentáveis, lojas e até na Espanha.

Trabalhos com este levaram Paula Dib a receber o prêmio de Jovem Designer Empreendedor do Ano, em 2006, na Inglaterra. No ano seguinte ela foi convidada pelo Royal College of Arts para participar do INCLUDE 2007, em Londres, evento que reuniu mais de 150 designers e pesquisadores de 16 países, dentro do tema “Inspiring New Pratice”, onde apresentou os seus trabalhos e da sua empresa, a Trans.forma, vinculados a produções de artesanato em comunidades rurais e urbanas.

Ela relatou uma atividade realizada em Moçambique, em conjunto com a fundação Aga Kahn, em uma escola, junto a ducadores, na elaboração e construção de brinquedos. O clima seco e a vegetação dificultaram a busca de matéria prima. Foram coletados retalhos de pano, carvão, sabugos de milho, penas, garrafas plásticas, madeira, frutos e varas de bambu. Os professores construíram bonecas, carros, óculos, instrumentos musicais e mais uma grande variedade de brinquedos que seriam utilizados pelas crianças do local.

Antes do seminário, Paula Dib visitou as filiais do projeto Pró-Criança, que é assistido pelo Programa de Formação do Jovem Artesão, ação de inclusão social e cultural realizada pela Fundação Joaquim Nabuco por meio do Museu do Homem do Nordeste. Ela também coordenou uma dinâmica com educadores sociais, alunos e diretores do Pró-Criança e do Coletivo Coca-Cola PE, ressaltando força e a importância do trabalho desenvolvido pelos educadores sociais.

 

:: Galeria de Fotos

 

registrado em: ,
Fim do conteúdo da página

Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o fundaj.gov.br, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de privacidade. Se você concorda, clique em ACEITO.