Fundaj promoveu mesa redonda sobre Acessibilidade e Empregabilidade
A Fundação Joaquim Nabuco, por meio da Biblioteca Central Blanche Knopf, vinculada à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte, em conjunto com a Universidade Estadual de Pernambuco (UPE), através do seu Núcleo de Apoio Psicopedagógico Inclusivo da Escola Politécnica (Napsi), realizou a mesa-redonda Acessibilidade e Empregabilidade: Perspectivas das Políticas Públicas sob o Olhar Inclusivo, no dia 11 de setembro.
Com a iniciativa, a Fundação Joaquim Nabuco assinala a passagem dos dez anos de vigência da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobrea Libras, visando marcar o compromisso institucional de contribuir com os processos de inclusão social em curso na sociedade brasileira e sensibilizar o público em geral para a premência da questão.
Enquanto instituição pública federal, responsável pela transmissão do conhecimento socialmente produzido e acumulado, a Fundação Joaquim Nabuco desenvolve esforços para transformar as suas atividades e os seus equipamentos culturais em modelos de acessibilidade e inclusão para todos.
Na mesa redonda Acessibilidade e Empregabilidade: Perspectivas das Políticas Públicas sob um Olhar Inclusivo, a educadora Ana Vargas, representando o Instituto Nacional de Educação dos Surdos – INES, informou que a entidade, além de desenvolver estudos econômicos e culturais, conta com uma faculdade bilíngüe de pedagogia, sendo 50% das vagas reservadas a surdos e o restante a estudantes de libras.
O INES também possui a Divisão de Qualificação e Encaminhamento Profissional (DIEPRO), com cursos profissionalizantes e um banco de dados curriculares dos alunos, que são cruzados com o perfil de vagas das empresas cadastradas, para encaminhamento dos estudantes ao mercado de trabalho. Segundo a palestrante, esse constitui um bom exemplo para o estado e outras instituições.
Representando a Secretaria do Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Pernambuco, o prof. João Rocha defendeu a popularização da acessibilidade comunicacional para portadores de deficiência intelectual. Ele ressaltou a falta de profissionais qualificados para alunos com dificuldades educacionais, o que acaba dificultando a sua geração de renda e sua sobrevivência. Sugeriu, também, o aumento das exigências às empresas, quanto à obrigatoriedade de cotas reservadas à contratação de pessoas com deficiência.
O prof. Gustavo Estevão, do IFPE – Recife, acrescentou que a exclusão social dos deficientes os afasta da educação, fator importante para o desenvolvimento intelectual e profissional. Apontou a necessidade de qualificar mais educadores e ressaltou a diferença salarial que atinge as pessoas com deficiência. E informou sobre um programa piloto da Rede Nacional de Pesquisas em Ciências e Tecnologia, o portal BRH, com um banco de dados que relaciona os currículos de portadores de deficiência de todo o país com empresas cadastradas. O portal já conta com mais de 2000 cadastrados.
O professor Luiz Albérico Falcão, do Núcleo de Apoio Pedagógico Inclusivo da Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, defendeu a popularização da linguagem de libras. Ele afirmou que, por receio e falta de conhecimento, grande parte da sociedade não está preparada para conviver com deficientes, enfatizando a importância da sua capacitação profissional e valorização no mercado de trabalho, respeitando os limites de cada pessoa
Durante o evento houve a participação especial de Erik Pereira, tecnólogo em turismo e portador de deficiência física, que deu exemplos de inclusão social, utilizando suas experiências de vida e fatos presenciados. Erik, que hoje realiza palestras e cursos de capacitação profissional e inclusão para deficientes, falou das dificuldades que se apresentam no mercado de trabalho para os portadores de deficiência. Ele também se referiu à importância da conscientização das elites para a adaptação empresarial e a maior abertura do mercado de trabalho, ressaltando a necessidade do aumento das vagas em concursos.
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