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Emir Sader palestrou na Fundaj Derby sobre a crise econômica mundial

Publicado: Terça, 07 de Agosto de 2012, 17h08 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h16 | Acessos: 1885

A Fundação Joaquim Nabuco promoveu, no dia 8 de agosto, das 19 às 21 horas, na sala Aloísio Magalhães, do Campus Derby, da Fundaj, a palestra do sociólogo Emir Sader, sobre a crise econômica mundial e a queda da hegemonia capitalista. A palestra está inserida no âmbito das ações do Projeto Política da Arte, no contexto da exposição O Olhar da Coruja, que se encontra em cartaz na Galeria Vicente do Rego Monteiro, na Fundaj Derby (rua Henrique Dias, 609).

Emir Sader falou, em sua palestra, que a batalha do nosso tempo se dá no campo cultural/ideológico, pois o modelo capitalista dos EUA, o modo de vida norte-americano, do consumismo, dos shopping centers, da economia de mercado, é praticado tanto pelos países centrais - Europa e Estados Unidos - quanto pelos países da periferia, e, principalmente, pelos países do oriente, que tem na China, o maior país da região, o modelo ( ainda em construção) capitalista de união entre mercado e estado, que tirou 300 mil pessoas da miséria, em poucos anos, mas que ainda controla os direitos dos cidadãos, como a internet, os bancos, etc. .

Portanto, para Emir Sader, as batalhas com armas, como as antigas, praticadas durante a guerra fria (EUA X URSS) ou pelo controle imperialista do mundo (luta das grandes potências pelas "colônias", especialmente, nos países dos continentes africano e asiático), foram substituídas por uma guerra que está sendo travada pelos EUA contra os países islâmicos, mas que eles não conseguem regular, criando uma crise sem precedentes quando não conseguem ganhar contra pequenos países, como o Iraque e/ou o Afeganistão. Guerra que se prolonga, agora, para a Síria, tentando chegar ao Irã, para derrubar o governo daquele país, inimigo de Israel e dos EUA. Porém, segundo Sade, o islamismo não é um contraponto a hegemonia político/econômico norte-americana no mundo. O contraponto são as democracias que praticam um regime econômico, e político, de defesa dos direitos dos cidadãos, incluindo-os no mercado, como consumidores.        

Para o sociólogo, esse é o grande desafio, no momento, para a construção das democracias, a disputa que se dá entre a esfera do mercado e a esfera do direito. "E os países que mais estão se contrapondo a hegemonia norte-americana, privilegiando os direitos dos cidadãos, acima dos valores de mercado, são os da América Latina, especialmente os do Sul, como os reunidos no Mercosul, na Alba, etc.. como o próprio Brasil, a Argentina, a Venezuela, o Equador e a Bolívia, por exemplo", explica Sader. Na opinião do sociólogo, "são países que praticam um tipo de política de economia solidária, como entre os dos governos de Cuba, Equador, da Bolívia e da Venezuela, que fazem a troca entre produtos que são necessários a cada país. Cuba oferece os serviços de medicina e saúde pública, formando médicos na Venezuela,  Equador e na Bolívia. A Venezuela, em contrapartida, oferece petróleo à Ilha de Fidel Castro".

Sobre a crise financeira e econômica que vem afetando o mundo, em especial a Europa e os Estados Unidos, desde os anos de 2007 e 2008, Emir Sader comentou que este é o velho problema apontado por Karl Marx, desde o século XIX, de que o capital, no sistema capitalismo, não é feito para produzir e sim para acumular, e, desta forma, se criou o setor especulativo financeiro, do qual a Bolsa de Valores é o seu maior exemplo, e símbolo. "Em 2007, os governos dos países do norte entenderam que era preciso salvar os bancos, que são o eixo central do sistema financeiro. Estes quebraram, particularmente nos EUA, com a Bolha Imobiliária, então, houve empréstimos dos países para os bancos, e os bancos quebraram os países. Desse modo, surgiu a crise econômica mundial do início do século XXI", lembrou Sader.       

Lançamento do livro As armas da crítica

Durante o evento, do qual participou na Fundaj Derby, Emir Sader lançou "As armas da crítica", livro que inicia um projeto de três volumes com alguns dos principais textos da esquerda. A obra abrange os chamados 'clássicos' - os autores que vão de Marx e Engels a Gramsci, passando por Lenin, Trotski e Rosa Luxemburgo. Essa coletânea de textos essenciais apresenta, por exemplo, alguns dos mais importantes capítulos de obras como Manifesto Comunista, 18 de Brumário de Luis Bonaparte, A guerra civil na França, Grundrisse, Contribuição à crítica da economia política, Luta de classes na Alemanha e o texto "O caráter fetichista da mercadoria e seu segredo", que faz parte do Livro 1 de O capital, a ser publicado pela Boitempo em 2013, com tradução direta dos originais por Rubens Enderle. No segundo volume de As armas da crítica serão apresentados autores intermediários entre os clássicos e os contemporâneos, a quem será dedicado o terceiro volume. A organização é de Ivana Jinkings e Emir Sader.

 

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