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O algodão e o dendê em debate na Fundaj

Publicado: Sexta, 27 de Julho de 2012, 18h00 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h16 | Acessos: 1346

Na abertura do Seminário Tecnologia Tropical: Energia Tema 2012 Dendê e Algodão Matérias Primas para Produção de Óleos Vegetais e Biodiesel, o presidente da Fundaj, Fernando Freire, ressaltou a importância do estudo do algodão como solução energética, que abre alternativas para Pernambuco e o Nordeste.

Referiu-se também ao fato de se realizar um trabalho em rede, que aproxima diversas instituições nacionais ligadas à ciência e à tecnologia voltadas para o desenvolvimento sustentável, reunindo do Cerrado à Amazônia.

Ele informou aos participantes estar chegando da reunião da SBPC, onde fora receber, em nome da Fundação Joaquim Nabuco, o Prêmio José Reis de Divulgação Científica, ao qual concorreram mais de 60 entidades.

No evento, Fernando Freire fez uma palestra sobre a Fundação Joaquim Nabuco, com ênfase nos itens relacionados para a atribuição do prêmio: a revista on line Coletiva, editada pela Diretoria de Pesquisa, o Portal Pesquisa Escolar on Line, o Engenho Massangana, o Museu do Homem do Nordeste, a Editora Massangana, a Massangana Multimídia Produções e as atividades desenvolvidas nas edições anuais da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

O presidente do instituto Tecnológico de Pernambuco – ITEP, Frederico Montenegro, expressou a satisfação pela realização do evento, agora envolvendo outras instituições, como a Fundaj, e partindo para a realização de eventos itinerantes. Revelou a expectativa de um desdobramento da integração institucional e a cooperação em pesquisas e estudos complementares em torno do tema em debate.

DENDÊ

O engenheiro agrônomo, chefe geral da Embrapa Amazônia Oriental, Cláudio José Reis Carvalho, na sua palestra sobre Ecofisiologia da Palma de Óleo (dendê) e a Expansão da Cultura no Brasil, apresentou as diretrizes do Programa da Palma de Óleo no País, fez uma análise do comportamento da planta nos trópicos e da sua relação com o meio ambiente.

Por que cultivar o dendê, se temos a soja? A resposta foi dada pelo palestrante, quando explicou que a cultura da palma de óleo conserva o solo por 25 anos, em relação ao prazo anual da soja. Na Amazônia temos um dendê bem parecido com o africano e a demanda mundial por óleo de palma cresceu 167%, entre 1998 e 2010, de 17 para 45,5 milhões de toneladas.

Ele salientou que dessa produção, 80% é utilizada pelo setor de alimentos; 10% na industria química e os 10% restantes em bioenergia e biocombustíveis. “Indonésia e Malásia são grandes produtores de óleo de palma e estão de olho na produção brasileira. Daí a importância da execução, desde maio de 2010, quando do seu lançamento, do Programa de Produção Sustentável de Palma de Óleo no Brasil”, salientou Cláudio José Reis de Carvalho.

O Brasil é o primeiro país no mundo a ter um programa específico que regula a expansão da produção sustentável de dendê. Entre as diretrizes estão a preservação da floresta Amazônica e da vegetação nativa e a produção integrada com a agricultura familiar. Alguns números são significativos: 25 milhões de pessoas na Região Amazônica poderão ser beneficiadas com a melhoria de vida pelo sucesso do programa de palma de óleo.

“O plantio do dendê está em expansão e a Embrapa tem agora a responsabilidade de fazer novas prospecções no restante do Brasil, sobretudo nas regiões Sudeste e Nordeste. Já temos dados que, em Pernambuco, existem 75 mil hectares que se encontram prontos para o plantio da palma de óleo sem a necessidade de irrigação”.

ALGODÃO E CANA

O plantio de algodão, outra matéria prima para produção de óleos vegetais e biodiesel, foi a temática em debate na parte da tarde do encontro que reuniu especialistas, acadêmicos pesquisadores e empresários. A cultura do algodão no Oeste da Bahia, serviu de exemplo para o estado de Pernambuco.

O empresário José Ranulpho Queiroz, do setor de cana-de-açúcar e algodão, deu ênfase à alta produtividade do algodão brasileiro, situando o país como o maior produtor do mundo, seguido pela China e os Estados Unidos. Os estados brasileiros em destaque são o Mato Grosso, a Bahia e Goiás, sendo os principais destinos do nosso algodão, a Indonésia, a Turquia e a Coréia do Sul. “Aqui, sobra o melhor algodão, aquele que é para exportação e o que falta, ou seja, o pior algodão, compramos lá fora”, explicou o empresário.

Para o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco, ex-reitor Valmar Corrêa de Andrade, Pernambuco já não produz açúcar como no passado; já não se planta mais tanta cana. “Precisamos abrir nossas fronteiras agrícolas para o algodão e o etanol. O nosso problema é a falta d’água. E o Canal do Sertão, tão prometido e esperado, pode colocar fim a esse dilema. Precisamos desenvolver o interior do nosso estado. Suape é muito bom, mas não pode ser a única saída para o desenvolvimento do estado de Pernambuco”.

No centro do debate, ao final das exposições, a constatação de que é preciso retomar a cultura do algodão, pois, no passado não tão distante, o homem rico do sertão de Pernambuco era o fazendeiro que plantava algodão. Ao longo das últimas décadas a produção algodoeira foi decaindo, se desvalorizando, sem incentivos, e as grandes indústrias têxteis instaladas no Nordeste foram fechando uma a uma.

O algodão, em toda a região nordestina, era o principal produto plantado, sendo exceção, apenas Pernambuco, que ganhava com a cana-de-açúcar. No Recife e Região Metropolitana as muitas fábricas têxteis, a exemplo da Torre, Camaragibe e Paulista, foram fechadas com o declínio do plantio do algodão como matéria prima.

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