Abertura do I Curso de Formação de Gestores Culturais dos Estados do Nordeste
:: Marcelo Mário de Melo
Assessor de Comunicação/Fundaj
Na abertura do I Curso de Formação de Gestores Culturais dos Estados do Nordeste, realizada no dia 26 de março, na Fundação Joaquim Nabuco/Derby, a Diretora de Memória Educação Cultura e Arte da Fundaj, Silvana Meireles, se referiu à articulação institucional que viabilizou o curso, envolvendo ministérios e secretarias estaduais de cultura do Nordeste, e ressaltou que ele, promovendo a qualificação, contribuirá para a superação do voluntarismo e da quebra de continuidade das ações na gestão pública.
O presidente da Fundaj, Prof. Dr. Fernando Freire, destacou o caráter diferenciado do curso, que será realizado de modo itinerante nas capitais nordestinas. “Estamos descolando a Fundação Joaquim Nabuco e caminhando com ela para o Nordeste”, afirmou, adiantando que outros projetos virão, fundados no binômio Cultura e Educação. E anunciou: “estamos nos articulando com o Ministério do Desenvolvimento Social para incluir no nosso público os projetos sociais do governo federal, por entendermos que educação e cultura, num contexto mais amplo, passam pela enorme dívida social que temos com nossa gente”, disse Freire.
A primeira turma é formada por 50 participantes, contemplando representantes do Ministério da Cultura, UFRPE, Fundaj e das Secretarias de Cultura dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Alagoas. O curso terá 9 meses de duração, com início em 26 de março e término em 21 de dezembro de 2012, separado em 9 módulos a serem ministrados nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas.
O ato contou com a representação do Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, João Roberto Peixe, do reitor da UFRPE, Valmar Correia de Andrade, além dos secretários estaduais de cultura Antônio Albino Rubi (BA), Chico César (PB), Oscar Viegas (AL), Bied de Lima (PI) de cultura dos estados da Bahia, tendo os outros estados enviado representações. Na ocasião, os representantes das entidades parceiras assinaram o Convênio que viabilizou a realização do Curso.
Na palestra de abertura, sob o tema Desenvolvimento e Cultura, o economista Carlos Lessa procurou articular esses dois tópicos, ressaltando que, em termos econômicos, o desenvolvimento parte das forças produtivas, envolve as forças sociais e destas se ergue a produção cultural, material e simbólica. Ele fez a diferenciação entre “alta cultura” e “cultura popular”, colocando a criação de produtos autorais colecionáveis e vendáveis como característica da primeira, e a criação coletiva e destinada à fruição imediata ligada à sobrevivência, como traço identificador da segunda. Ressaltou que a produção autoral cresceu, especialmente nas artes plásticas, com o desenvolvimento da burguesia nos países baixos, que possibilitou a formação de um mercado comprador de obras de arte.
Segundo o palestrante, a revolução industrial, instituindo o impulso da descartabilidade dos produtos e a sua permanente substituição, desenvolveu a indústria da cultura em toda a sua multiplicidade, ampliando a massa dos colecionadores e consumidores. Da imprensa criada por Guttember à linguagem da informática, esse processo vem se intensificando em expressões quantitativas e qualitativas, complexidades, identidades e nuances.
Na conclusão, Lessa afirmou que o desafio do gestor cultural público é fazer a articulação entre a memória e a criação, procurando identificar os registros do que precisa ser preservado, e olhando para onde estão, no universo da produção cultural, as projeções do amanhã, que precisam ser alimentadas.
:: Leia a íntegra do discurso do presidente Fernando Freire
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