Mamulengos animam Domingo dos Pequenos
Atividades fizeram parte da 17ª Semana Nacional do Museu e contaram com feira de bonecos e lançamento do Catálogo do Mamulengo Pernambucano
Teatro de mamulengo, construção de instrumentos musicais e oficina de fantoche. Foi assim que começou o domingo (19) da criançada que veio aproveitar o Domingo dos Pequenos temático de Mamulengos no Museu do Homem do Nordeste (Muhne). A ação encerrou a programação da 17ª Semana Nacional do Museu e contou com a parceria do produtor cultural Alexandre Albuquerque, que organizou uma feira de mamulengos no hall do museu para lançar o Catálogo do Mamulengo Pernambucano.
Durante as oficinas, os pequenos aprenderam a confeccionar os objetos e entender o valor simbólico e cultural por trás deles. Weslley Davi, 11 anos, adora música e veio participar das oficinas de instrumentos musicais. Aprendeu que o maracá é indígena e kabuletê africano. “Gostei muito, por que foi a gente fez todos os instrumentos, mas se não conseguisse fazer, tinha um monte de gente pra ajudar. Deu vontade de aprender a tocar mesmo.” Sara Marinho, 5 anos, sabia listar o passo a passo do que os monitores do Educativo do Museu deram: “O kabuetê tinha um potinho branco e dois balões no lado. Aí depois pega a cola e pronto. Agora vou botar brilho.”
Na hora de aprender sobre os fantoches, foram usadas meias para criar os bonecos e emborrachado para criar os traços nordestinos, como o chapéu de couro e estampas de palma do sertão. A jornalista Ylka Oliveira trouxe a filha por que acha que a ação contribui na formação da criança como cidadã. “É muito importante o Museu proporcionar esse tipo de iniciativa para apresentar a arte e a cultura local para uma nova geração. Assim, estão sempre e contato com a nossa história."
Enquanto um grupo aproveitava as oficinas, outro assistia ao show de mamulengos da companhia de teatro Bonecarte, do bonequeiro Laércio Pereira e de sua mulher, também bonequeira, Claudia Wanderley. “É uma ótima oportunidade para divulgar cada vez mais a técnica de marionetes como uma maneira de perpetuar essa arte tão antiga e tradicional de pernambuco que é o mamulengo”, afirmou Laércio. A pequena Pauline, 3 anos, aprendeu hoje a diferença entre um boneco comum e uma marionete. Apesar da pouca idade, Pauline já gosta de tocar guitarra e bateria. Ela se identificou com o lobo roqueiro da peça: “Quero pintar o cabelo rosa igual ao do lobo, por que ele é Rock n’ Roll e eu também.”
Catálogo do Mamulengo Pernambucano
Enquanto as atividades do Domingo dos Pequenos ocorriam, o lançamento do Catálogo do Mamulengo Pernambucano movimentava o Museu do Homem do Nordeste. Estandes de venda de mamulengo se espalharam pelo hall do Muhne, trazendo ao vivo alguns dos bonequeiros presentes nas páginas do Catálogo de Mamulengos e de comunidades próximas a Fundaj. Mestre Bila veio de Gloria de Goitá, berço do mamulengo para expor em Recife. Ele faz os mamulengos e brinca em qualquer lugar que for chamado. "Brinco em festa, sítio, interior, cemitério ou velório. É a brincadeira da Zona Rural. Minha terra é o berço do Mamulengo, é uma arte muito forte pra mim.”
O evento foi organizado pelo produtor cultural Alexandre Albuquerque. Ele afirmou que abrindo as portas para um evento como esse, a Fundaj contribui para dar visibilidade a artistas que vêm do interior para conseguir visibilidade na metrópole. “Para eles, não novos locais que dão novas oportunidades.” Estiveram presentes o pessoal da comunidade Skylab, do bairro de Casa Amarela, Xambá, em Olinda, e do Poço da Panela. O chefe de monitoria do Educativo do Museu, Victor Carvalho, explica a motivação por trás da parceria: “Pensamos nisso dentro da 17ª Semana Nacional do Museu. Surgiu a possibilidade da parceria e pensamos em agregar a questão do mamulengo no Domingo dos Pequenos, transformando o espaço do Muhne em um núcleo cultural.”
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