10ª PRIMAVERA DOS MUSEUS INTENSIFICA PROGRAMAÇÃO DO MUHNE E ENGENHO
Oficinas gratuitas, sarau literário, exibição de filmes, feira de trocas, ciclo de palestras e um novo roteiro de mediação foram algumas das ações promovidas pelo Museu do Homem do Nordeste - tanto no seu edifício sede, em Casa Forte, quanto no Engenho Massangana - para a 10ª Primavera dos Museus, entre 18 e 25 de setembro.
O evento, que teve como tema “Museus, Memórias e Economia da Cultura” intensificou a programação do Muhne que, nos últimos dias, recebeu aproximadamente vinte instituições para visita mediada.
Na ocasião, a equipe de educadores do Museu aproveitou para dar início a um novo roteiro de mediação, o AquarELAS, focado na narrativa das mulheres representadas no espaço museal, como as ceramistas Lídia Vieira e Severina Batista, a pintora Djanira, e Dona Santa, a rainha do Maracatu Nação Elefante.
Para Nayara Passos, educadora do Muhne, a experiência da mediação com enfoque de gênero funcionou bem. “Recebi um grupo de 9º ano e foi bem proveitoso. Eles dialogaram bastante e foi muito interessante poder falar da invisibilidade das mulheres dentro do próprio museu”.
A educadora ainda destacou que, no Domingo dos Pequenos, o Muhne recebeu um grupo do Alto José do Pinho, bairro do Maracatu Estrela Brilhante do Recife. “A mediação com eles foi muito boa porque quando falamos de Dona Santa [rainha do Maracatu Nação Elefante], o grupo lembrou de Dona Marivalda, rainha do Estrela Brilhante, que foi coroada por Dona Santa”, comentou Nayara. Além da mediação, o Domingo dos Pequenos contou com a projeção do curta “Dona Cristina Perdeu a Memória” e com as oficinas de pintura e argila no jardim.
Ao longo da semana, também foram realizadas atividades como a oficina de estandarte, com crianças da escola Alice Vilar de Aquino; as feiras de trocas e o Museu Educador, que teve como tema “A Participação das Mulheres nos Processos de Economia da Cultura em Diversas Realidades Sociais”, que teve participação das pesquisadoras Amanda Gonçalves (UFRPE) e Izaura Fischer (Fundação Joaquim Nabuco).
Para Amanda Gonçalves, que pesquisa a trajetória política das mulheres envolvidas com a pesca artesanal, “A proposta do evento era construir um diálogo em torno da história da mulher. E como eu fiz este recorte histórico e usei um acervo que estava completamente abandonado [a publicação O Leme, do Conselho Pastoral dos Pescadores], o evento proporcionou contrapontos bem interessantes. Falei um pouco sobre o que me motivou e algumas questões de gênero, raça e da pesca [...]. Já Izaura se ateve mais em uma fala sobre o conceito de economia da cultura, então houve ótimos contrapontos nos diálogos”, concluiu.
No Engenho Massangana, a programação também seguiu intensa. Ocorreram atividades como o Engenho Poético, sarau literário realizado na área externa do engenho; o CineReciclagem, sessão de curtas sobre meio ambiente; e a Oficina de Papel Machê.
“O sarau foi ótimo. Vieram crianças que participaram de um concurso, que leram e declamaram poesias”, comentou Edna Silva, coordenadora de Programas Educativo-Culturais do Muhne. Também participaram representantes da Academia Cabense de Letras e do Centro de Artesanato do Cabo de Santo Agostinho.
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