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Concurso Rucker Vieira: Muito o que se contar!

Publicado: Segunda, 10 de Novembro de 2014, 12h34 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h07 | Acessos: 1604

*Por Anízio Andrade

Um dos pontos altos desta última edição do Concurso Rucker Vieira foi o interesse do público pelo certame. Só em um dos artigos sobre o assunto, Concurso Rucker Vieira: 10 Anos – curta, em cada curta, essa longa década!, publicado no nosso site institucional, foram em torno de 9.400 acessos.  

O Rucker Vieira também foi amplamente divulgado e lido no Blog da Fundaj, na coluna Imprensa/Notícias/Fundaj, no Blog do Rucker Vieira, e em inúmeros meios externos de comunicação. Foi difundido, principalmente, através dos segmentos de audiovisuais, culturais, educacionais, ONGs e áreas afins de todo o Brasil. 

Um outro aspecto que é inevitável não se comentar refere-se à qualidade dos projetos inscritos no Rucker Vieira. Nesta 10ª Edição, cada um dos jurados colocou à mesa para discussão entre cinco e sete projetos, com alguns pontos de intersecção. Neste contexto, foram escolhidos para debates 10 roteiros de documentários, dos 38 inscritos – advindos de vários estados da União.

Chegar-se a um consenso não foi nada fácil. O que estava sob o crivo dos jurados era um verdadeiro teste de conhecimento técnico e da linguagem da área audiovisual, além, é claro, do bom-senso do domínio do tema. 

A temática era o “plus”: AFRICANTOS – MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DO POVO AFR0-BRASILEIRO – que está na pele e no suor de todos nós.

Após meticulosos debates e análises, dois projetos foram selecionados e apontados como vencedores:

Título: FotogrÁfrica. Autora: Alice Frances Tilovita Sicato Chitunda (PE). Sinopse: Um profundo mergulho na memória visual e afetiva de D. Amélia, uma angolana que fugiu, para o Nordeste do Brasil, junto com a família, da guerra civil que ocorreu naquele país, entre 1976 e 2002.  A parede da sala de estar de sua casa... um quebra-cabeças de fotos.....um verdadeiro mural de memórias! D. Amélia recebeu o título de cidadã olindense, em 2011. 

Título: Parece comigo. Autora: Kelly Cristina Spinelli (SP). Sinopse: Um filme sobre o pequeno universo das bonecas negras em São Paulo, que não representam mais de 10% das ofertas de brinquedos. Seu eixo central/narrativo é a vida familiar e de trabalho da artesã Ana Júlia Santos, a Ana Fulô, que há 20 anos produz bonecas negras na Cohab Tiradentes, na zona leste paulistana, e as vende em feiras, além de simbolizar a autoestima desenvolvida pelas crianças que têm acesso a esse tipo de brinquedo.

Em comentário sobre a 10ª Edição do Rucker Vieira, um dos jurados, Clementino de Jesus (RJ), cineasta e professor de audiovisual, destacou: “Estamos em um momento em que o audiovisual brasileiro tem proporcionado poucas oportunidades reais para que ideias e produções audiovisuais de enfoque cultural tenham a possibilidade de ser realizadas e difundidas, a partir das iniciativas públicas, inclusive com parcerias fundamentais, como a exibição na TV Pública, permitindo ao grande público ter acesso a obras e abordagens importantes, como as que premiamos neste Edital.”

Fabiana Moraes (PE), outra integrante da Comissão Julgadora, ressaltou que “Entre os 38 projetos apresentados ao Concurso Rucker Vieira, mais de uma dezena se destacou pela originalidade do argumento, a abordagem inventiva e o nível técnico de excelente qualidade. Um fator positivo também se deu em relação aos recortes temáticos: às comuns - e não menos importantes – propostas, envolvendo religiões afro-brasileiras, estiveram também mesclados projetos, trazendo a questão da pele no universo dos brinquedos; os bailes realizados na São Paulo dos anos 50; o mapeamento do DNA africano no sangue brasileiro. São ideias que oxigenam a discussão a respeito da cor no Brasil.”

Falando sobre a 10ª Edição do certame, Indira Amaral (PE), diretora de Produção e Programação da TV Pernambuco, e representante da TV Brasil no corpo de jurados, afirmou: “Há, aproximadamente, 10 anos, participo de processos de seleção de editais em diferentes regiões do país. Esta experiência nos faz reconhecer um cenário ainda desigual quanto à representação do negro na obra audiovisual, ou mesmo na composição de equipes e elencos. Claro que podemos enumerar diversas iniciativas nos últimos anos como parte de políticas afirmativas. Entretanto, todo o esforço empreendido até o momento ainda não foi capaz de construir na sociedade uma esfera em que a inclusão do negro se configure como uma "normalidade", exigindo da sociedade, e dos órgãos que atuam na promoção da igualdade, a defesa de iniciativas, como a do Concurso Rucker Vieira. Como gestora de conteúdo de uma TV Pública, acredito que conteúdos selecionados no Concurso Rucker Vieira são indispensáveis para nossas grades de programação.”

Além dos nomes acima, fizeram também parte da Comissão Julgadora Ana Elisabete Freitas Jaguaribe (CE) – jornalista, professora do Curso de Audiovisual da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e diretora de formação do Centro Dragão do Mar, e Pedro Loureiro Severien (Pedro Severien) – jornalista, cineasta e coordenador do Centro Audiovisual Norte-Nordeste (CANNE), da Fundação Joaquim Nabuco, que presidiu os trabalhos de seleção dos projetos premiados no concurso. 

Um projeto coroado de êxitos e totalmente alinhado às diretrizes do MEC, e que conta com a parceria da TV Brasil para exibição das obras produzidas em sua grade de programação. A sua 10ª Edição, com a temática abordada, estava em consonância com a necessidade de se produzir materiais didáticos, no caso obras audiovisuais, que se alinhassem à Lei 10.639/03, que versa sobre a obrigatoriedade nas escolas de ensino básico do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, e ressalta a importância da cultura negra na formação da sociedade.

Todos os trabalhos até então premiados foram vistos por milhares de pessoas no Brasil e no exterior, através de Festivais e Jornadas de Audiovisual, dentre outros eventos. Ao longo de uma década, dois DVDs foram produzidos e 20 obras audiovisuais selecionadas. 

O Concurso Rucker Vieira é algo que mexe com a razão, a emoção e os sentidos, e se propaga, em radiação, com a aceitação ampla da sociedade. Uma verdadeira viagem pelo mundo da cultura, educação, meio ambiente, vida urbana, entre outros. Cenas e momentos imperdíveis. É só ver, para crer!


*Analista em Ciência e Tecnologia da Fundaj, lotado na Massangana Multimídia Produções. Produtor do Concurso de Roteiros Rucker Vieira.

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