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25 DE OUTUBRO DE 2015

Publicado: Terça, 27 de Outubro de 2015, 10h02 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 21h20 | Acessos: 1432

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Recife, 25 de outubro de 2015

 

Diário de Pernambuco

Caderno Economia

Desenvolvimento em Descompasso

Obras importantes para integrar polos industriais do estado não avançam. Falta mobilidade para dar suporte aos projetos e para a população.

ROCHELLI DANTAS

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Pernambuco vive um descompasso no ritmo das obras estruturadoras. De um lado, grandes polos industriais ganham forma e iniciam a operação. De outro, projetos considerados prioritários para o desenvolvimento das regiões seguem a passos lentos – alguns sem previsão de iniciar. Arco Metropolitano, BRT, VLT, navegabilidade dos rios Beberibe e Capibaribe são alguns exemplos desta falta de sintonia. Os prejuízos ultrapassam as barreiras dos municípios que recebem os investimentos. O que acontece é que o estado foi dividido em polos industriais mas as obras que os integrarão e darão o suporte necessário, evitando transtornos à população, não avançaram.

O governo de Pernambuco adotou uma política de descentralização dos investimentos para levar projetos que gerem emprego e renda a todo o estado. No que diz respeito à atração dos investimentos, o plano tem dado certo. Ao sul, estão as indústrias do Complexo Industrial Portuário de Suape, com os polos eólicos e naval. Ao norte, os polos automotivo, vidreiro, fármaco e de bebidas. No oeste, as indústrias alimentícias e a Cidade da Copa. No núcleo central, o polo tecnológico.

Por outro lado, as obras de integração e consolidação dos mesmos não avançaram. A mobilidade também. As estradas, que deveriam ter sido construídas, ainda não iniciaram. O sistema público de transporte, que integraria todos os municípios, sequer saiu do papel. Isso porque o estado não conseguiu fazer avançar, de forma paralela, investimentos públicos e privados. “A dinâmica territorial atual exige planejamento, política e gestão articulada e integrada entre governos federal, estadual e municipal. A tradição e prática do planejar, fazer e avaliar é parte da ação dos empreendedores, mas ainda não se constitui como tradição e prática do setor público’, afirmou a pesquisadora da Fundaj e docente em gestão pública da UFPE Cátia Lubambo. Ela foi a responsável no estado pela pesquisa Governança Metropolitana no Brasil, desenvolvida na Fundaj, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A partir da análise comparativa dos resultados de estudos em 15 regiões metropolitanas nacionais, foi elaborada uma síntese com análise da gestão metropolitana e de articulação para gestão e a governança. A região metropolitana que alcançou melhor condição de institucionalização foi a de São Paulo, seguida da de Belo Horizonte e do Recife. Nos dois anos de pesquisa, foram analisados itens como a existência de uma matriz de planejamento,  realização de aprovação prévia aos projetos de empreendimentos, a celebração de consórcios intermunicipais e as parcerias público-privadas (PPPs).

“Nenhuma região atingiu o cenário ideal. O que acontece é que por mais que os municípios estejam dispostos a cooperar, é fundamental que o estado tenha uma atitude ativa de coordenação”, ressaltou a arquiteta urbanista com mestrado em gestão pública e assistente de pesquisa do Ipea no estudo, Suely Jucá.

O levantamento aponta a concentração de investimentos no Grande Recife, sugerindo a retomada do debate metropolitano e a construção de uma agenda integrada. “Os empreendimentos que têm dinâmica própria, com um ritmo intenso, não são acompanhados pelas ações e planejamentos de execução e realização. Isso trava a governança, porque só  desenvolve um lado”, diz Cátia.

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