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Josué Apolônio de Castro

Publicado: Quarta, 04 de Outubro de 2017, 09h46 | Última atualização em Quinta, 20 de Dezembro de 2018, 08h54 | Acessos: 7248



Em 5 de setembro de 1908, nascia, no Recife, Josué de Castro. Filho de Manuel Apolônio de Castro e Josepha Carneiro de Castro, uma família de classe média vinda do sertão do estado de Pernambuco. Estudou no Ginásio Pernambucano e formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1929, voltou ao Recife, dedicando-se à realização de investigações sobre as condições de alimentação e moradia da classe operária recifense. Trabalho de campo pioneiro, a pesquisa resultou no opúsculo Condições de Vida das Classes Operárias do Recife, publicado em 1932. Nesta obra, ele chegou à constatação de que o problema da fome não tinha origem no clima, na etnia ou nas condições físicas. Contrariando o discurso hegemônico daquela época, Josué de Castro passou a afirmar que a fome era fruto de históricas desigualdades socioeconômicas, ou seja, a fome não era natural e por isso podia ser combatida com maior eficiência através de políticas públicas. O tema da fome, flagelo que atingia diversos países do mundo — como ainda hoje atinge — marcaria toda a sua trajetória de vida enquanto profissional e homem público.

Em 1935, voltou ao Rio de Janeiro, lecionou Antropologia na Universidade do Distrito Federal. Em 1940, passou a trabalhar no Serviço de Alimentação e Previdência Social (SAPS). Foi convidado a visitar muitos países para discutir o problema da fome: Argentina (1942), Estados Unidos (1943), República Dominicana e México (1945), França (1947), dentre outros.

Sua obra clássica, Geografia da Fome, foi lançada em 1946, e reformulada como Geopolítica da Fome em 1951. Essa obra foi traduzida para 25 idiomas, recebendo prêmios tanto nos Estados Unidos quanto na União Soviética, em plena Guerra Fria.

Também em 1951, foi eleito presidente da Food and Agricutural Organization (FAO), órgão das Nações Unidas sediado na Itália. Por conta desse cargo, viajou o mundo, visitando principalmente a países subdesenvolvidos, aprofundando ainda mais sua pesquisa e sua atuação de combate à fome.

Consecutivamente, entre 1954 e 1962, foi eleito deputado federal pelo estado de Pernambuco, função no exercício da qual encampou projetos como: “A criação de uma reserva alimentar para tempos de crise”; “Desapropriação de terra de interesse social” e o “Plano nacional de alimentação e merenda escolar”. Em 1962, foi nomeado embaixador pelo presidente João Goulart, seguindo para Genebra para participar da Conferência Internacional de Desenvolvimento.

Com o golpe civil-militar de 1964 no Brasil, e a ditadura que o seguiu e que perdurou até 1985, Josué de Castro perdeu o seu cargo. Foi cassado pelo primeiro Ato Institucional e proibido de voltar ao Brasil pelo governo militar. Ao término da validade de seu passaporte diplomático, exilou-se na França. Tornou-se professor de Geografia na Universidade de Vincennes. Faleceu em terra estrangeira, no dia 24 de setembro de 1973. Segundo familiares, encontrava-se deprimido devido à sua condição de exilado. Seu corpo se encontra enterrado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

Saiba mais sobre Josué de Castro:

Josué de Castro. Projeto Memória 2004.
Disponível em: <http://www.projetomemoria.art.br/JosuedeCastro/>

Museu Josué de Castro. Instituto de Nutrição Josué de Castro. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Disponível em: <http://museu.nutricao.ufrj.br/>

Centro de Estudos e Pesquisas Josué de Castro. Recife, Pernambuco.
Disponível em: <http://www.josuedecastro.org.br/index.php/>

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