Coronavirus - desigualdades e insegurança, artigo de Leonardo Sampaio
02/04/2020

Imagem do Google
Em pelo menos dois, de seus magistrais trabalhos - “Dinheiro, de onde vem e para onde vai” e a série televisiva, disponível na internet “A era da incerteza”, o Professor e diplomata John K. Galbraith chama a atenção para os fluxos financeiros e para a grassante incompetência administrativa pública.
A disseminação da pandemia coronavírus, com coberturas jornalísticas locais e mundial, propicia oportunidade para análise do seu alcance nas diversas camadas sociais citadinas e rurais, dos diferentes países e regiões. Assim como, das competências dos administradores públicos, disponibilidades, destinações e uso dos recursos humanos, materiais e fluxos financeiros.
E, acima de tudo, capacidade de mobilização das lideranças associativas, de classes e comunitárias, para garantia eficaz, eficiente e efetiva do atendimento dos mais necessitados, das classes mais carentes.
Ferramentas para esta análise são conhecidas e disponíveis.
Vejam-se a dissertação “Avaliação administrativa e desenvolvimento - um estudo da eficácia da administração no Brasil” e o livro “Participação e desenvolvimento” (na internet), fruto de um ano de discussões na maior escola latino-americana de estudos estratégicos e aprimoramento de lideranças cívicas, assim como o cabedal de teses debatidas (já deveriam também estar disponíveis para o público e, principalmente, postas na grande noosfera mundial).
O Brasil tem expertise nessa área, com contribuições exemplares de avaliação de políticas e ações públicas feitas pelo PIMES/UFPE para organismos como o Banco Mundial e a ONU. Podendo-se usar como paradigma os valores expostos no artigo “El focus del desarrollo” (na internet) e os volumes sobre “Educação para o desenvolvimento local sustentável” (na internet “Cadernos do Semiárido”), com exposição, inclusive de modelo metodológico para ação a nível municipal.
A mobilização do empresariado pernambucano no apoio às ações de saúde deve ser contabilizada na análise do alcance da pandemia coronavírus.
Assim como avaliada a integração da administração pública com lideranças comunitárias, a exemplo da Associação Comercial de Caruaru, paradigmática no diagnóstico e defesa dos micro, pequenos e médios empresários. E a Associação Comercial de Pernambuco, propugnadora do Envolvimento Local para o Progresso Sustentável, só possível com a superação dos desequilíbrios regionais e das desigualdades de educação e renda ( Série “Orçamento e Governo”, Revista da Associação Comercial de Pernambuco, na internet).
Em termos de nordeste, esta avaliação poderia ser motivo de reaproximação revitalizadora (?) da Sudene com a geração de técnicos das Secretarias de Planejamento estaduais, decorrentes do seu pioneirismo em institucionalizar o processo de diagnóstico-avaliação no Brasil. Coordenando o Etene/BNB no acompanhamento dos fluxos das verbas destinadas para Estados e Municípios, com mobilização dos expertises universitários - as Academias de Ciências de Pernambuco já havendo dado o exemplo através da realização de dois Fóruns, o primeiro com tema “O papel das Academias no desenvolvimento estadual”, e o segundo “Responsabilidade social das Academias de Ciências” (Carta das Academias, disponível na internet).
Leonardo Sampaio, Professor de Administração, Partners of the Americas.
Redes Sociais