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Pecuária adaptada a climas secos

Publicado: Sexta, 03 de Março de 2017, 07h59

:: CABRITO, A CARNE VERMELHA MAIS SAUDÁVEL DO MUNDO, artigo de Clóvis Guimarães Filho(Julho 2017)

De uma maneira geral, confunde-se a carne de caprino com a de ovino. O cabrito é a cria da cabra, abatido geralmente com idade entre 4 e 6 meses, com carcaça em torno de 12 kg. Quando abatido aos 2-3 meses, carcaça na faixa dos 4-6 kg e ainda mamando, é o cabrito-mamão que vem, em alguns países, substituindo gradativamente o peru e o leitão, nas festas de final de ano. Além do sabor característico e cada vez mais apreciado pela alta gastronomia, a carne de cabrito possui diversas vantagens em termos nutricionais se comparada às outras carnes consumidas. Essas vantagens estão relacionadas ao baixíssimo teor de calorias, gorduras e colesterol, a alta digestibilidade e aos elevados níveis de proteína e ferro. Carne de cabrito é a carne vermelha mais magra e mais consumida no mundo. Estudo realizado pela Universidade Federal do Paraná comprovou que os baixos índices de gordura e colesterol aliados aos altos índices de nutrientes tornam a carne de cabrito recomendável para cardíacos e diabéticos. Afora os baixos teores de gordura, o percentual de gordura saturada em carne caprina apresenta-se em torno de 40% inferior à de galinha (sem pele), sendo bastante reduzido quando comparado com bovinos (850%); ovinos (900%) e suínos (1100%) (Addrizzo, 1990). É rica em cálcio, proteínas, ômega 3 e ômega 6, que desempenham um papel antiinflamatório e estão diretamente ligados e resistência imunológica.


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:: Pecuária adaptada ao clima semiárido (Junho 2017)

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:: Caprinos, uma pecuária necessária no Semi-árido nordestino.(Maio 2017)

Cabra Murciana: importante alternativa para o combate a fome no Nordeste.

O primeiro registro de que se tem notícia da presença dos caprinos no Nordeste data de 1535, portanto, no início do período colonial do Brasil. Oriundas dos Pireneus (origem pirenaica), as cabras se fixaram em duas outras regiões da Europa, através das seguintes rotas: uma seguiu na direção dos Alpes e outra na direção da Península Ibérica, notadamente no sul da Espanha e Portugal, regiões compreendidas entre as latitudes 36º e 44° norte, e posteriormente vieram para cá, trazidas pelos colonizadores portugueses.Várias raças foram trazidas para as baixas latitudes dos trópicos, principalmente para o ambiente seco nordestino, o que, ao longo desses quase quinhentos anos, com as cabras enfrentando secas avassaladoras e sofrendo intenso processo de cruzamentos entre si (seleção natural negativa), resultou em animais improdutivos em termos de função leiteira (as fêmeas mal produzem leite para o sustento de suas crias), mas detentores de características genéticas valiosas: a rusticidade, prolificidade e qualidade de pele.

Miscigenados, improdutivos e rústicos, os animais passaram a ser denominados, erroneamente, de Sem Raça Definida (SRD). Na realidade, ao contrário do que muitos imaginam, o que aconteceu foi a perda do padrão racial original e, portanto, os animais deveriam ter sido denominados de Sem Padrão Racial Definido (SPRD), pois as raças estão lá, em cada um desses animais, de forma latente, faltando apenas um trabalho de melhoramento para o resgate daquela condição inicial perdida.

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:: Fazenda Carnaúba, em Taperoá (PB), amplia sua área de produção pecuária(Setempro 2016)

A Fazenda Carnaúba, de Manelito Dantas Vilar, possui, em sua área Norte, uma magnífica serra. Em cima dessa serra, o ambiente natural é singular, com mais umidade, o que possibilita a existência de solos férteis e a presença de uma caatinga arbórea. Mesmo com solos diferenciados e ambiente mais úmido, o local se torna emblemático ao desenvolvimento de sistemas de produção, pela dificuldade que se tem no acesso à água, em volumes suficientes às necessidades da pecuária local.

Tentativas de encontrar água foram empreendidas – em número de 3 -, mas com pouco êxito. Os poços (cacimbões) ali escavados apresentaram pouca água, ao ponto de secarem no período de estiagem.

Uma solução foi encontrada, através da construção de um adutora, de cerca de 4,8 km de extensão, trazendo a água de um poço existente próximo à sede da fazenda, até o topo da serra, com vazão de cerca de 5 m³/hora, com a água de razoável qualidade – em torno de 1.000 microsimens/cm, de condutividade elétrica – e utilizada na fazenda para o abastecimento de fins diversos, inclusive para beber.

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:: O que se quer do rebanho leiteiro brasileiro? artigo de Fernando Enrique Madalena(Dezembro 2016)

Aproximadamente 10% do leite é formado por substâncias sólidas (proteínas, gordura, lactose, um açúcar, e minerais). Os 90% restantes são água. São os sólidos, principalmente a proteína, que fazem do leite um produto nobre, com alto valor nutritivo, e os que servem de matéria-prima para a elaboração dos diferentes produtos lácteos, como queijos, manteiga, iogurtes, sorvetes, etc.

Quando o leite vai para a indústria, a água atrapalha porque custa caro transportá-la até o laticínio e separá-la dos sólidos. Por esse motivo, já faz mais de duas décadas que, nos países do Primeiro Mundo, o preço do leite ao produtor se baseia na quantidade de proteína e na de gordura, tendo desconto pela água ou não se pagando nada por ela. Já no Brasil a situação é diferente, porque a proteína do leite não é remunerada, com exceção de alguns laticínios no Paraná, enquanto a gordura geralmente recebe um preço muito baixo, tornando anti-econômica a sua produção.

O custo de produção de cada componente não é o mesmo. Para produzir 1 kg de gordura, uma vaca requer 56 vezes mais energia no alimento do que para produzir 1 kg de água mais lactose e minerais. O requisito para 1 kg de proteína é a metade do da gordura. Dessa forma, o valor econômico de cada um desses componentes é a diferença entre o preço que o produtor recebe por ele e o seu respectivo custo de produção.

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:: SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE A PASTO NO BRASIL, artigo de Leovegildo Lopes de Matos. (Dezembro 2016)

A tendência de intensificação da produção por animal e por área não é provável que continue, principalmente em países da Comunidade Econômica Européia, onde tal intensificação tem sido suportada por pesados subsídios (Leaver e Weissbach, 1993). Os altos custos dos sistemas de produção subsidiados e da exportação de excedentes não são sustentáveis a médio e longo prazos. Além disso, as implicações do impacto desses sistemas intensificados sobre o meio ambiente tem levado a reformas das políticas ambientais nos países desenvolvidos na América do Norte e na Europa que visam à retrogradação no processo de intensificação dos sistemas de produção de ruminantes (Emmick, 1991; Leaver e Weissbach, 1993).  Essa dita “intensificação” tem sido questionada também pela intensiva utilização de ”insumos externos”, principalmente grãos. A produção animal européia necessita da utilização do equivalente a sete vezes a área da Europa Ocidental para produção de grãos, em países do terceiro mundo (Shiva, 1998).

Por três a quatro décadas após a II Grande Guerra Mundial os produtores de leite no Hemisfério Norte tiraram proveito dos baixos preços da energia elétrica, combustíveis, fertilizantes, pesticidas, máquinas e equipamentos e, com mecanização e utilização de animais de elevada produção individual, conseguiram aumentar os lucros das fazendas. Com as quedas contínuas nos preços do leite e com a elevação dos custos financeiros e dos combustíveis, as margens foram se estreitando e em muitos casos se tornaram negativas.A utilização adequada de pastagens por rebanhos leiteiros pode reduzir os custos de produção de leite, principalmente pela redução nos dispêndios com alimentos concentrados, com combustíveis e com mão-de-obra (Hoffman et al., 1993; Vilela et al., 1993; Fontaneli, 1999). O conceito-chave é a substituição de combustível, máquinas e equipamentos pela vaca, no processo de colheita da forragem. Além disso, os investimentos com instalações, especialmente aquelas destinadas ao abrigo de animais e maquinaria, são menores quando se comparam sistemas a pasto com aqueles em confinamento. Apesar da receita proveniente do leite produzido a pasto ser menor do que a do sistema em confinamento, a margem bruta tem sido superior (Hoffman et al., 1993; Vilela et al., 1993).

Dentro do ambiente econômico de busca da eficiência para competir no mercado, o produtor de leite deverá então substituir a velha equação “produção máxima = lucro máximo” por outra expressa da forma: “nível de produção ótimo = lucro.

:: SEGURO GARANTIA-BODE, artigo de Clóvis Guimarães Filho (Dezembro 2016)

Os governos, federal, estaduais e municipais, pagaram seguro garantia-safra a mais de 700 mil agricultores familiares do semiárido na safra 2010-2011 e, por incrível que pareça, ainda fazem ruidosa publicidade dessa ação que pode ser considerada como um prêmio a um insucesso planejado. O foco central dos debates é equivocado. Não se discute a produção e o que precisa ser feito para incrementá-la. Praticamente não se vê nos noticiários publicidade sobre tonelagens recordes, ou mesmo normais, de milho e feijão produzidas, apenas quantas mil famílias foram “beneficiadas” com os programas de distribuição de sementes ou com o pagamento do seguro. Bastante compreensível a omissão, considerando que os cultivos de milho e do feijão nessas áreas só têm chance de sucesso em três de cada dez anos de cultivo. O problema é que o seguro garantia-safra é aplicado para qualquer área do semiárido, sem critério claro de zoneamento e na grande maioria dos cultivos, nas zonas mais secas, o agricultor familiar não conta com qualquer apoio técnico efetivo durante o ciclo das culturas.

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:: O Gado Sindi, por Manelito Dantas Vilar (Dezembro 2013)

O gado SINDI, filho milenar do gado vermelho do Afeganistão, na descida sul de sua expansão convertido emGado Nacional do Paquistão, é bem o caso de não se confundir o conceito de volume aparente com o de peso específico e eficiência produtiva.

Seu menor porte, talvez, tenha o que ver com sua fantástica precocidade e seu rúmen, forjado nos pré-desertos da Ásia, converte melhor o material fibroso do mundo tropical cheio de sol, em leite rico e carcaça de ossos finos bem coberta de carne enxuta. 

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:: A Caprinocultura no Semiárido, artigo de Manelito Dantas Vilar (Dezembro 2012)

O solo é bom e, nele, tudo dá, desde que seja adequado ao clima. Bons exemplos existem por todos os lados. Só os comandantes-do-atraso não enxergam.

O bom calor tropical

Não temos um terço do tempo sob friagens radicais e neves espessas. O zootecnista inglês T. R. Preston(1977) num ensaio designado "Estratégia para produção de bovinos nos Trópicos", garantia que "... os trópicos oferecem possibilidade de rendimento por unidade de área e de viabilidade econômica, que superam em muito as perspectivas atuais e mesmo futuras dos países de clima temperado". Adiante, criticando: ".... as crenças ensinadas nos compêndios de Zootecnia sobre a especialização de bovinos para produzir leite ou carne", propõe que se confie"... sobretudo na função do rúmen" e não se ponham os animais a competir com o Homem pelo consumo de cereais e, por fim, afirma que "... já que necessitamos tanto de carne como de leite, a base de toda a estratégia pecuária racional é considerar as duas produções conjuntamente", fundamentando a genética de dupla aptidão. 

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:: O Semiárido e as cabeças ocas, artigo de Manoel Dantas Vilar (Julho 2012)

Distribuir leite de cabra para enriquecer a merenda escolar e complementar a dieta de desprovidos, começou com Dr. Geraldo Melo no Governo do Rio Grande do Norte, por si mesmo, e sem ajuda Federal, nos anos 90, contemplando também estimular a economia das terras secas de lá.

Preocupado com a despesa decorrente, mandou fazer, por sugestão minha, uma comparação através de computadores então em fase de expansão, e me contou a boa surpresa que teve: o cafezinho (como eu chamei as cantinas das repartições públicas), custava 2,3% do Orçamento anual e o embrionário programa do leite, pagando preço maior que a precariedade dos mercados de então, uma vez generalizado para todo o Estado, não alcançaria 1% (um por cento) do mesmo Orçamento. 

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:: RUMINAÇÕES DE UM CRIADOR, PENSANDO NA BAHIA - terra do começo e síntese do Brasil. (Março 2017)

Cada região do mundo, tem suas raças animais bem definidas. De vacas, cavalos, cabras, ovelhas e, até, galinhas. Basta ver que os nomes dessas raças incluem, sempre, uma referência geográfica do lugar onde elas foram feitas: boi Hereford, cavalo Andaluz, cabra Murciana, ovelha Morada Nova, galinha Plymouth, etc. ..

Leio nisso, uma insinuante correlação dos animais com: clima, ambiente, cultura, compatibilidade... produção. Aqui no Brasil, fisiograficamente tão diferenciado e com um potencial pecuário sem similar no mundo, ainda não é bem assim. 

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:: O bom começo levou ao Guzerá (Dezembro 2012)

Na diversidade dos elementos biológicos da Natureza, uns fornecem comidas básicas pro Homem viver, outros lhe prestam serviços e há outros que vão além dessas concessões materiais, concretas, alcançando a dimensão transcendente de oferecer, também, ao mesmo homem, beleza e celebrações.

O Guzerá, entre os animais do mundo, é um desses elementos integrais, que além de leite e carne no prato da casa, em alguma tarde mansa da fazenda, enche a vista e o espírito da gente com essas transcendências, gerando uma emoção que vai bater na percepção da grandeza das coisas do mundo de Deus. 

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:: Depois dos tropeços, sempre se chega ao Guzerá (Março 2017)

Aqui no Brasil, desse tamanhão, de flora variada e exuberante, de percalços climáticos menores, de vocação pecuária sem paralelo, bem na medida do verdadeiro primeiro mundo (que são a Ásia e o Norte da África) – onde surgiram o Homem e sua inquietação, o Cristo e o Sermão da Montanha, Gandhi e sua mansidão valente, o capim Buffel e o gado Guzerá – não há porque admitir a obscuridade da sucessão de manias futilizantes, que tanto agridem o prumo e a persistência da sensatez. Misturar raças foi bom para fazer o povo brasileiro. Mas para fazer vaca, ovelha e cabra, não. A verdade, força subterrânea ativa, alcançável ou não, é um valor e o crivo da lógica tem poder normativo, para quem almeja o saber e seus resultados. 

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:: O meio-ambiente leva ao Guzerá (Março 2017)

Quando tive de largar as atividades urbanas para vir, por consenso dos irmãos, assumir as fazendas, além da confiança que tinha na sabedoria e no caráter do “Velho” (pai) e do que já tinha aprendido como amador e amante (“o comércio, às vezes, quer outra; mas pra criar aqui, o melhor é Guzerá...”), os exercícios de lógica da minha cabeça de engenheiro – fazendo-me indagar mais, e conferir tudo – coroaram a decisão excludente, de ser o Guzerá, a raça que deveríamos continuar criando aqui na caatinga.

Foi muito bom poder juntar às coisas do sentimento e da sublimação de saudades, novas informações objetivas, para o trabalho e a responsabilidade do silvo-pecuarista em que, então, fui convertido, em tempo e empenho integrais, até hoje. 

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:: Interpretação das teses de Jan Cormelis Bonsma a propósito do bovino brasileiro (Dezembro 2012)

O Eng. Agr. Fernando Penteado Cardoso, presidente da MANAH, que, em comemoração ao seu 35º aniversário, hospedou recentemente o Prof. Jan Cormelis Bonsma, zootecnista sul-africano que aqui promoveu uma palestra e manteve contatos com criadores, técnicos e jornalistas especializados – “na esperança de que estes esclarecimentos sejam de valia”, escreve carta ao CAP a respeito da posição daquele especialista relativamente ao método de descarte seletivo, à conversão de alimentos e à pigmentação de bovinos, ao conceito de pureza de raça bovina, aos cruzamentos e ao Nelore. A carta é interpretativa de Bonsma e vem a propósito de manifestação do cientista ao CAP (2a quinzena de Abril, últ. pág., e 1a de Maio, pág. 8) e de uma crítica do criador Santo Lunardelli, que embora endossando a tese do sul-africano sobre cruzamento no Brasil, considerou “até ultrapassados”, para o nosso país, as recomendações dele, tendo em vista o que se obteve com o Nelore Pele Rosa (2a quinzena de Maio, pág. 8). Há mais material de Bonsma nas págs. 9, 10, 11 e 12, e a carta de Cardoso, que esteve em permanente contato com o visitante e assim se acha em condições de reproduzir-lhe ortodoxamente o pensamento, é a seguinte na parte substancial: 

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:: Manelito de Taperoá e o resgate de raças de caprinos no Semiárido  (Dezembro 2012)

Em um final de tarde de um dia quente, na varanda da Fazenda Carnaúba, em Taperoá, no Cariri Paraibano, Manoel Dantas Vilar Filho, mais conhecido como Manelito, nos recebeu para uma conversa sobre seu trabalho de recuperação das raças nativas de caprinos. Entusiasmado, Manelito conta como lançou mão de sua “lógica de engenheiro” para trabalhar em um ambiente de “águas desarrumadas” como o do sertão. 

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:: O Diamante da Carnaúba(Abril 2017)

O Sertão permite muitos olhares: o mais comum une a terra rachada e seca a carcaças de animais mortos. Nem tão aparente, há um Sertão produtor, que busca a fertilidade insistentemente. E consegue encontrá-la. É nele que está encravada a Fazenda Carnaúba, em Taperoá, no Cariri paraibano, a 260 quilômetros da capital.

Numa mistura de sonho e persistência o engenheiro Manoel Dantas Vilar Filho e o escritor Ariano Suassuna (1927 – 2014), seu primo, conseguiram fazer brotar na Carnaúba uma fábrica artesanal de queijos premiados no Brasil – e que já despertam o interesse do mercado exterior.

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:: Adaptação ao Aquecimento Global: uma raça bovina leiteira adaptada(Abril 2017)

Inovação e Adaptação ao Aquecimento Global

http://inovasmtp.blogspot.com.br/2012/11/taperoa-e-um-municipio-do-estado-da.html

Taperoá é um município do estado da Paraíba, Nordeste do Brasil, bem dentro do semiárido nordestino. A região está sofrendo uma seca braba. Falta água. Mas, graças ao trabalho exitoso de criação de uma raça adaptada às condições adversas do semiárido, pode-se dizer, falta água, mas não falta leite. Lá, a foto da vaca Sindi "Adega", mesmo em época de seca, campeã leiteira, produzindo 30 litros ao dia, comprova isto.Termina sendo, pela perspectiva de aumento das secas, um bom exemplo de Adaptação às Mudanças Climáticas.


 

:: Unidade de ordenha mecânica para caprinos (Abril 2017)

 Confira o vídeo da matéria aqui!

:: Por que Sindi? (Abril 2017)

O semiárido brasileiro abrange os estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. Uma área geográfica de 969.589,4 km², delimitada com base em critérios técnicos que consideram a precipitação pluviométrica anual (inferior a 800 mm), o balanço hídrico (precipitações/evapotranspiração) e o risco de secas.

Toda a dinâmica desta imensa região esta subordinada à adversidade do clima. Além do fenômeno da “seca”, é comum chover num mês quase toda a chuva esperada para o ano, ou ainda, chover bem em determinado local e algumas centenas de metros adiante não cair uma gota. A esta “desarrumação” pluviométrica soma-se o elevado potencial de evaporação e transpiração vegetal que, inviabiliza a maioria das lavouras, tornando impraticável a agricultura intensiva (exceção feita à pequena área irrigável).

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:: A PECUÁRIA COMO ATIVIDADE ESTABILIZADORA NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO  (Abril 2017)

Maria Janiele Ferreira Coutinho
Maria Socorro de Souza Carneiro
Ricardo Loiola Edvan
Andréa Pereira Pinto

RESUMO

A irregularidade pluviométrica é característica da região semiárida brasileira e provoca perda na produção agrícola ao longo dos anos, tanto pelas chuvas mal distribuídas entre anos e entre meses, quanto pela falta ou pelo excesso de chuva. O fato é que produzir culturas que necessitem de regularidade hídrica nesta região é tarefa difícil. Por exemplo, o plantio do milho de sequeiro acumula perdas na produção ano após ano, por ser uma planta que necessita de ambiente com chuvas regulares, devido sua fenologia. A pecuária por outro lado demonstra maior estabilidade em relação à falta de regularidade pluvial, pois se utilizam plantas e animais nativos ou adaptados e mesmo em anos com intensa irregularidade as perdas são reduzidas.

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:: Na Paraíba, a Fazenda Carnaúba dá claro exemplo de convivência com a seca (Março 2014)


Algumas constatações importantes que podem ser observadas na matéria:

1 – Fazenda Carnaúba, no Cariri paraibano, usa criatividade para conviver melhor com a seca;

 2 – A vivacidade dos animais no período seco. É a prova de que eles estão nutridos;

3 – Observar uma vaca Sindi amamentando sua cria. Isso mostra o quanto o animal está nutrido. Numa seca, um animal desnutrido sequer entra no cio;

4 – O proprietário, Manelito Dantas Vilar, descarta a possibilidade de plantio de Culturas de Subsistência (milho e feijão). O aporte hídrico existente na Carnaúba destina-se, única e tão somente, ao abastecimento das residências e à dessedentação dos animais;

5 – A chave do sucesso da fazenda Carnaúba está na seleção e na adaptação de animais voltados ao convívio com as secas, principalmente caprinos, ovinos e as raças bovinas, Guzerá e Sindi;

6 – Na seca de 2012/2013, numa hora em que se recolhiam, na caatinga, as carcaças de animais mortos pela estiagem, na fazenda Carnaúba se fabricava queijos finos, temperados com ervas existentes na caatinga. 

Veja a reportagem, na íntegra, clicando no endereço abaixo:

Fazenda na Paraíba usa criatividade para conviver melhor com a seca- NE TV Segunda Edição – 26/04/2013

http://g1.globo.com/pernambuco/videos/v/fazenda-na-paraiba-usa-criatividade-para-conviver-melhor-com-a-seca/2540666/

:: Dr Manelito Dantas Vilar – A Universidade do Mandacaru (Abril 2013)

Por João Medeiros

Durante uma reportagem para o programa TV do Berro em 2007, o documentarista Luiz do Berro e eu passamos pelo menos 3 dias na fazenda Carnaúba do Dr. Manelito Vilar gravando. Um homem de ricos conhecimentos sobre o Semiárido Nordestino.

Assista a reportagem completa aqui!

 

::Guzerá e Sindi, raças de dupla aptidão (entrevista com Dr. Manelito Vilar)

http://www.crpbz.org.br/Home/Conteudo/15497-Guzera-e-Sindi--racas-de-dupla-aptidao-(entrevista-com-Dr-Manelito-Vilar)

  


Mais conhecido como "Manelito" Dantas Vilar, em sociedade com o seu primo-irmão, o saudoso escritor e dramaturgo Ariano Suassuna, aprenderam a lidar com tudo o que envolve solo e vegetação para sobrevivência ao longo da seca, e iniciaram não somente a criação de cabras, bem como desenvolveram através de estudos técnicos o cultivo de plantas nativas e de animais adeptos à região, resultando hoje na criação das raças Guzerá e Sindi.

Uma entrevista para a revista ABCZ

Somente um sertanejo legítimo, que aposta na pecuária como a melhor maneira para viabilizar uma vida digna ao povo do sertão, poderia falar com propriedade sobre a importância do gado zebuíno para o desenvolvimento do Nordeste brasileiro. É devido às raízes do sertão, que o criador e engenheiro Manoel Dantas Vilar Filho, procura manter-se fiel às possibilidades que a terra do Nordeste oferece a quem se dispõe a respeitá-las, conservando suas características naturais.

Ele alia qualidade e altos índices de produção em uma região onde as dificuldades climáticas poderiam ser um empecilho a qualquer tipo de atividade agropecuária. Entusiasta e criador da raça sindi, Dr. Manelito como é conhecido entre os amigos cria-dores, procura valorizar nessa raça rústica não só sua vocação leiteira milenar, como também a pos-sibilidade de investimentos na boa aptidão para corte.

Para manter o lema de balde sempre cheio, as fazendas Carnaúba e Pau Leite, ambas localizadas no estado da Paraíba, contam com boas matrizes e reprodutores, entre os quais se destacam as vacas Mabiroba-D e Parafina-D e os touros Iaque-D e Danúbio-FC, este último, recordista nacional na avaliação genética da Embrapa Gado de Leite. Salientando a vocação nordestina, o criador investe também na criação de guzerá e ainda em ovinos e caprinos.

E é com a habilidade de quem se dedica há mais de três décadas ao gado vermelho, mais exatamente na região do Cariri Velho, no município de Taperoá (Paraíba), que seu Manelito concedeu esta entrevista à revista ABCZ.


Revista ABCZ: O senhor é engenheiro por formação. Porque decidiu se dedicar à pecuária?

Manoel Dantas Vilar Filho: Sou engenheiro civil por formação acadêmica. Por natureza e sentimento, sempre fui criador. A dedicação exclusiva à pecuária ocorreu por sucessão súbita de meu pai, há 36 anos. Foi um encargo, mas, também, um reencontro com minhas raízes e minha vocação essencial.

Revista ABCZ: E por que a opção pelo zebu, especificamente pelo sindi e o guzerá?

MDVF: Minha escolha pelo sindi decorre da minha ligação com as terras secas do Nordeste e da crença radical de que é preciso respeitar a harmonia entre os animais e as latitudes. Meu pai, desde 1934, já criava e ordenhava guzerás de Cantagalo (RJ) e eu me limitei a seguir sua lucidez e sua experiência de vida no Cariri das secas.

Com a morte de seu Joãozinho Abreu nos anos 70, simultaneamente à segurança que adquiri no uso dos capins perenes que consegui importar da Austrália, fui buscar outro zebu leiteiro dos pré-desertos da Ásia, temendo que não desse para ficar tudo no Guzerá JA, puro e bom de leite.

Se não tiver leite, não é guzerá e nem é sindi. O sindi, de rebanho complementar, já é hoje metade do gado total que eu crio. Há uma dívida nacional de gratidão com José Cezário Castilho, que o preservou no sudoeste de São Paulo e com Felisberto Camargo que foi buscá-lo para produzir na Amazônia, também de clima rigoroso, em 1952.

ABCZ: Como é a forma de criação do sindi em sua propriedade?

MDVF: No pasto nativo da rica caatinga nordestina em consórcio com área de capim Buffel e Urocloa, na época das chuvas. No segundo semestre seco, as vacas em produção comem feno desses capins, palma forrageira, uréia e discreto suplemento de concentrados nas cocheiras. A ordenha é sistemática para sindis e guzerás, com controle leiteiro e avaliação genética oficiais. Nas secas extremadas, o volumoso utilizado é o bagaço de cana das usinas do litoral, hidrolisado com cal.

ABCZ: O senhor seleciona seus animais para obter dupla função. O sindi tem conquistado bons resultados tanto na produção de leite, quanto de carne?

MDVF: A conversão alimentar do sindi nos períodos secos, os ossos firmes e finos de sua carcaça, sua vocação leiteira e milenar e a qualidade do seu leite, fazem um conjunto de bons resultados aqui ou no resto do mundo tropical onde se queira definir uma raça apropriada de bovinos, mesmo havendo resistência cultural a modismos ou a promiscuidades genéticas. Quando a produtividade for avaliada não pela produção individual de cada vaca ou peso absoluto de cada boi e sim pela produção no tempo, de cada hectare de terra ocupado com a criação, sob a ótica racional da dupla função - o caminho do Brasil molhado ou seco - a eclética raça sindi será estrelada na constelação pecuária de nosso País.

O Brasil é pioneiro mundial na seleção funcional de zebuínos, e se tornou por causa deles, um dos poucos do mundo que criam um bovino por habitante e pode, como ninguém, oferecer a seu povo, proteínas nobres a baixo custo.

ABCZ: O senhor acredita que apostar no sindi é a me-lhor maneira de viabilizar a pecuária na região semi-árida, uma região pouca valorizada pelo governo e instituições públicas do Brasil?

MDVF: A pecuária do mundo é majoritariamente praticada nas zonas secas. No semi-árido do Brasil a melhor maneira de viabilizar a vida em padrões decentes, é através da pecuária, à base de elementos biológicos (plantas e animais) compatíveis com seu clima caprichoso e saudável. Já era assim desde antes de Cristo, no sertão de Nazaré, na Galiléia.

As nossas instituições públicas, desde as de ensino e pesquisa até as de fomento e crédito rural, nunca assumiram as potencialidades da floresta seca do Nordeste. Escapamos até agora e havemos de continuar vivendo, pela conterraneidade com o filho de Deus e graças à persistência dos sertanejos e suas cabras e ovelhas nativas, suas ervas e leguminosas, suas guzerás e suas sindis.

ABCZ: O pequeno porte do sindi fez com que muitos criadores desacreditassem no potencial da raça. Apesar disso, os criadores da raça exaltam o pequeno porte como uma característica que é diferencial e garante preferência no exterior. Como o senhor avalia essa contradição?

MDVF: Costumo dizer que se confunde muito o conceito de "volume aparente" com o de "peso específico" ou rendimento. O menor porte do sindi é uma virtude para efeito de precocidade, prolificidade e velocidade de ganho em peso. A longevidade do guzerá é maior. O conjunto das duas raças, rústicas, leiteiras, fisiologicamente perfeitas para a fotossíntese do mundo tropical é fantástico. Sem, contudo, misturar raças, indo contra conceitos básicos da zootecnia.

O menor porte do sindi, talvez, esteja relacionado com sua fantástica precocidade e seu rúmen, forjado nos pré-desertos da Ásia, convertendo melhor o material fibroso do mundo tropical cheio de sol, em leite rico e carcaça de ossos finos bem coberta por carne enxuta.

ABCZ: Recentemente, foi realizado o primeiro leilão nacional da raça. Como está a comercialização de sindi no Nordeste? Qual a avaliação do senhor diante os resultados da primeira exposição de gado sindi?

MDVF: A primeira exposição e os leilões da raça sindi foram episódios marcantes na evolução da verdadeira pecuária do Nordeste. A procura por fêmeas sindi é sufocante. E machos sindis estão cada vez mais sendo usados para absorver lastros mestiços de gado europeu e mesmo de outros zebuínos, cuja fisiologia não se harmoniza tão bem com a nossa natureza. A realidade vai se impondo por si e esses eventos aceleram o processo de sua apreensão. A integração entre o sindi e a ABCZ é valiosa.

ABCZ: A introdução do sindi no Brasil contou com a participação de homens que visionaram na raça uma opção para a seca. Fale um pouco sobre isso.

MDVF: A introdução do sindi no Nordeste foi devida ao entusiasmo ideológico de Virgolino de Farias Leite (técnico da ABCZ) e a consciência profissional de seu primo, o zootecnista Paulo Roberto de Miranda Leite. Foi algo muito pouco institucional. Houve muito espírito público das pessoas, inclusive algumas da Universidade Federal da Paraíba e, sobretudo, de criadores mais esclarecidos.

ABCZ: O senhor é diretor do Instituto Nacional do Semi-Árido Celso Furtado (INSA-CF). Quais os trabalhos desenvolvidos por esse instituto? Qual a importância de uma instituição que trabalha para o desenvolvimento do semi-árido brasileiro?

MDVF: Sou o diretor para a implantação do INSA-CF, do Ministério da Ciência e Tecnologia, sediado em Campina Grande (PB). Está sendo instalado em uma fazenda adquirida e cedida pelo go-verno do estado da Paraíba, sensibilizado pela importância que pode ter essa entidade, uma vez convertida num núcleo de pesquisa consistente sobre as lavouras xerófilas, a educação pública saudável sobre o semi-árido e mais que tudo, sendo, intrinsecamente, um centro de pecuária de múltipla função do Nordeste, para pesquisa complementar e difusão regional de genética apropriada.

Sua importância para o desenvolvimento do semi-árido brasileiro é muito grande, pois estarão sendo lançadas as bases tecnológicas para a reversão de uma leitura caricatural e negativa do Nordeste, enquanto se esvazia o contraste entre o semi-árido oficial e o semi-árido real do Brasil.

Fonte: ABCZ, 2016. 

Vídeo com narração de Manelito Vilar em especial da Fazenda Carnaúba (publicado em 10 de Junho de 2016). Note que é um homem de ricos conhecimentos sobre a produção sustentável e a pecuária no Semi-árido Nordestino:

 

::O SERTÃO FRUGAL E VERDADEIRO – Crônica de uma convicção 

Xerocentelha N° 6 - do profeta paraibano da Seca, Manelito

http://www.fundaj.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=645&Itemid=376

Manoel Dantas Vilar Filho

APRESENTAÇÃO

O engenheiro e agropecuarista Manoel Dantas Vilar Filho, o Manelito é, sem dúvida alguma, um nacionalista sertanejo sem igual. Orgulhoso com esse título recebido dos seus conterrâneos vem procurando, há muitos anos, exercê-lo de forma exemplar. Nascido em Taperoá, no estado da Paraíba, Manelito tem-se esforçado para demonstrar que é possível viver, com muita dignidade, no ambiente seco do sertão nordestino. Primo e sócio de Ariano Suassuna, fala com autoridade de ser, no Nordeste, um dos pioneiros na criação de gados de dupla função (carne e laticínios) oriundos de pré-desertos da Ásia, notadamente o Guzerá e o Sindi, bem como no aprimoramento de raças de pequenos ruminantes, Ovinos e Caprinos, estes últimos batizados por eles de Cabras Ibero-Brasileiras, vermelhas, brancas, negras e azuis. Para o sucesso de sua criação, utiliza o potencial florístico existente na propriedade, associado a outras xerófilas forrageiras trazidas de países de clima semelhante ao do Carirí paraibano, a exemplo da palma e dos capins buffel e urocloa. Ele costuma indignar-se com as instituições públicas brasileiras que, na sua ótica, elaboram as políticas iludindo o pequeno produtor rural, já tão sacrificado. Manelito está convencido de que a opção pelas cabras nativas - rebanho que se cria sozinho na caatinga nordestina, desde quando foi trazido da Europa pelo colonizador português há 500 anos atrás - garante a preservação e a rusticidade dessas raças e poderá trazer ao homem nordestino a chance de conviver, de forma harmoniosa, com essa faixa de terra tão arredia a seus habitantes.

Recife, março de 2002

João Suassuna
Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

Artigo 1 do Eng. Manoel Dantas Vilar Filho - A busca de elementos biológicos e conhecimentos apropriados 

Artigo 2 do Eng. Manoel Dantas Vilar Filho - Potencialidades e limitações da caprinocultura no Semi-árido 

 

Saiba mais sobre os assuntos no seguinte endereço eletrônico: http://www.suassuna.net.br/

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